Esquecimento
do
passado
Reformador
(FEB) Maio 1964
Allan Kardec
Em
vão se objeta que o esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar
da experiência de vidas anteriores. Havendo Deus entendido de lançar um véu
sobre o passado, é que há nisso vantagem. Com efeito, a lembrança traria
gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos
singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso
livre arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação
nas relações sociais.
Frequentemente,
o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo
relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se
reconhecesse nelas as a quem odiara, quiçá o ódio se lhe despertaria outra vez
no íntimo. De todo modo, ele se sentiria humilhado em presença daquelas a quem
houvesse ofendido.
Para
nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos
basta: a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos
seria prejudicial.
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