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‘Rimas do
Além Túmulo’
Versos Mediúnicos de
Guerra Junqueiro
Grupo Espírita Roustaing
Belém do Pará 1929
Casa Editora Guajarina
Súplica
Pai! Pai Celestial
e Poderoso!
sobre este mundo,
ingrato e criminoso,
estende a Tua mão
bondosa, pura;
lança um olhar de
amor e de ternura
ao que carrega a
cruz do Sofrimento
e que, no olvido,
chora o seu tormento
sem que, no entanto,
deixe de te amar,
muitas vezes sem
pão no humilde lar!
Perdão! perdão aos
vis e indiferentes,
aos incrédulos,
cegos ou descrentes
que te negam, e àqueles
que te adoram
e que, por eles,
tanto gemem, choram!
Perdoa, Pai! a
louca mocidade
que só se entrega
aos vícios e à Vaidade,
sem um olhar, sequer,
a ti volver;
sem se lembrar --
um dia há de jazer
disforme, horrível,
sob a laje fria...
Que será desta
Humanidade um dia?!
Perdão! perdão, meu
Deus, eu peço agora!
eu, pobre bardo,
que pequei outrora
e que, no Espaço,
ainda sofro! Oh Deus!
ouve esta súplica,
estes versos meus;
ouve este bardo
que, a teus pés contrito,
perdão aos homens a
ti roga aflito.
Chora comigo, ó
pobre Humanidade!
E que esse pranto
lave essa maldade
que te prende
cativa ao lodo, à lama;
seja o Remorso uma
dourada chama
que te arranque da
vil escravidão
e eleve a Deus, à
Regeneração!
18 de agosto de 1926
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