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‘Rimas do
Além Túmulo’
Versos Mediúnicos de
Guerra Junqueiro
Grupo Espírita Roustaing
Belém do Pará 1929
Casa Editora Guajarina
À
Alma Prisioneira
Ó alma inda na
argila encarcerada,
sem o aroma da esfera
onde fulgura
a pureza bendita,
abençoada,
que vem do Cristo plena de brandura;
depressa, ó pobre
alma, aos gozos da Matéria
foge, das seduções
do mundo vicioso,
e sofre com prazer
as mágoas, a miséria;
da prece faz um hino
à Lei do Deus bondoso.
E que sincero
pranto te requeime a face;
carpindo, estás
lavando o impuro coração;
as lágrimas que
vertes - roseiral que nasce
no Espaço - em regozijo
à tua redenção.
Lá, existem etéreos
seres elevados,
de vestes
cintilantes às quais nunca a traça
os tecidos rompeu,
que são de luz formados,
mais puros do que a
flor, mais leves que a fumaça.
São esses que na
Terra foram desprezados
(mendigos e
leprosos, quem lhes dava a mão?)
por isso, foram ao
Espaço, coroados
de bênçãos, receber
o galardão.
Desejo-vos as glórias
dos regenerados,
e que minha palavra
em vossos corações
encontre um eco:
assim falando aos encarnados
eu recebo ideais
consolações.
30 de Janeiro de 1928.
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