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Fenômenos
de Materialização
por Manoel Quintão
Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira
1942
A
terceira e última sessão, deu-se na véspera de nosso regresso.
Indo
à casa do maestro Bosio fazer as despedidas, lá encontramos o Sr. Eurípedes e
sua senhora. Sendo-nos dito que os fenômenos mais se
intensificavam à plena escuridade, assim o preferimos, incondicionalmente.
De
fato, nessa sessão obtivemos mais um lenço atado (este de auréola azul); o
fantasma tirou-nos o sapato do pé esquerdo, calçando-o no
Presidente da União Espirita Paraense, nosso prezado confrade Carlos B. Sousa.
E sendo menor que o nosso o sapato deste, colocou-o junto do nosso pé. Ao do
nosso pé esquerdo, deu ele no cordão um nó tão complicado, que levamos no hotel
mais de meia hora por desatá-lo. E tudo isso era feito com celeridade pasmosa,
quase instantânea.
Tirou-nos
a gravata, levou dela o alfinete, pregando-o ao casaco de uma senhora; abraçou-nos
repetida e demoradamente, apertou a nossa mão, tocou levemente a nossa face.
Alguém
se lembrou da campainha. Trouxeram-na e colocamo-la entre os pés, calcando as
bordas com força, no intuito de ver se ele a arrebataria com violência ou se a
desmaterializaria. Nem uma nem outra coisa. Como se lesse o nosso desígnio,
"João" suscitou-nos leve prurido na perna, e enquanto a levantávamos
para atender o "comichão", a campainha tilintou sobre as nossas
cabeças. Compreendemos que o Espírito agira intencionalmente para burlar o
nosso intento. Nessa sessão, o contato do fantasma foi mais sensível, a
materialização seria, quiçá, mais completa, porém só poderíamos senti-la pelo
tato.
Como
não ignorais, conhecem-se três formas de materialização, das quais nos fala o
Dr. Geley nesta obra - a luminosa, a vaporosa e a de aparência carnal,
específica (1).
(1) Esta
última foi obtida posteriormente pelo nosso confrade Fred Fígner, na aparição
de sua filha Raquel. Veja-se o livro –‘ Trabalhos dos Mortos’ do Dr. Nogueira
Faria, a sair do prelo.
Nós
vimos os fantasmas sob a forma vaporosa, mas bastante condensada para
distinguir-lhes a fisionomia, a estatura, os gestos e caracteres físicos
outros, como cabelos, unhas, etc. O contato da pele nos deixou a impressão
natural, como se houvéssemos tocado a mão de um homem, apenas um tanto umedecida.
Dessa
mão, (mostrando-a bem) a mesma que nos tocou, sem que experimentássemos a
mínima sensação anormal, aqui tendes o respectivo molde (2). E mais estes dois, em formatos diversos, oferecidos à Federação pelos
confrades paraenses e obtidos em outras sessões, não por nós presenciadas, mas,
nem por isso, menos dignas do vosso acatamento e atenção. Enfim, ides vê-los,
que só para isso os trouxe, a falarem mais alto e solenemente do que o nosso
testemunho pessoal, em prol da verdade que propugnamos, mercê de Deus, há
tantos anos.
(2) Clichê da mão.
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