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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

11. 'Fenômenos de Materialização'




11
Fenômenos de Materialização
por Manoel Quintão
 Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira
 1942

            A terceira e última sessão, deu-se na véspera de nosso regresso.

            Indo à casa do maestro Bosio fazer as despedidas, lá encontramos o Sr. Eurípedes e sua senhora. Sendo-nos dito que os fenômenos mais se intensificavam à plena escuridade, assim o preferimos, incondicionalmente.

            De fato, nessa sessão obtivemos mais um lenço atado (este de auréola azul); o fantasma tirou-nos o sapato do pé esquerdo, calçando-o no Presidente da União Espirita Paraense, nosso prezado confrade Carlos B. Sousa. E sendo menor que o nosso o sapato deste, colocou-o junto do nosso pé. Ao do nosso pé esquerdo, deu ele no cordão um nó tão complicado, que levamos no hotel mais de meia hora por desatá-lo. E tudo isso era feito com celeridade pasmosa, quase instantânea.

            Tirou-nos a gravata, levou dela o alfinete, pregando-o ao casaco de uma senhora; abraçou-nos repetida e demoradamente, apertou a nossa mão, tocou levemente a nossa face.

            Alguém se lembrou da campainha. Trouxeram-na e colocamo-la entre os pés, calcando as bordas com força, no intuito de ver se ele a arrebataria com violência ou se a desmaterializaria. Nem uma nem outra coisa. Como se lesse o nosso desígnio, "João" suscitou-nos leve prurido na perna, e enquanto a levantávamos para atender o "comichão", a campainha tilintou sobre as nossas cabeças. Compreendemos que o Espírito agira intencionalmente para burlar o nosso intento. Nessa sessão, o contato do fantasma foi mais sensível, a materialização seria, quiçá, mais completa, porém só poderíamos senti-la pelo tato. 

            Como não ignorais, conhecem-se três formas de materialização, das quais nos fala o Dr. Geley nesta obra - a luminosa, a vaporosa e a de aparência carnal, específica (1).

            (1) Esta última foi obtida posteriormente pelo nosso confrade Fred Fígner, na aparição de sua filha Raquel. Veja-se o livro –‘ Trabalhos dos Mortos’ do Dr. Nogueira Faria, a sair do prelo.

            Nós vimos os fantasmas sob a forma vaporosa, mas bastante condensada para distinguir-lhes a fisionomia, a estatura, os gestos e caracteres físicos outros, como cabelos, unhas, etc. O contato da pele nos deixou a impressão natural, como se houvéssemos tocado a mão de um homem, apenas um tanto umedecida.

            Dessa mão, (mostrando-a bem) a mesma que nos tocou, sem que experimentássemos a mínima sensação anormal, aqui tendes o respectivo molde (2). E mais estes dois, em formatos diversos, oferecidos à Federação pelos confrades paraenses e obtidos em outras sessões, não por nós presenciadas, mas, nem por isso, menos dignas do vosso acatamento e atenção. Enfim, ides vê-los, que só para isso os trouxe, a falarem mais alto e solenemente do que o nosso testemunho pessoal, em prol da verdade que propugnamos, mercê de Deus, há tantos anos.

            (2) Clichê da mão.





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