Pelo
Fruto
se conhece a Árvore
Cristiano
Agarido (Ismael Gomes Braga)
Reformador
(FEB) Novembro de 1958
Os
fenômenos espíritas engendraram a convicção da sobrevivência e da
responsabilidade em milhões de materialistas ateus, produziram um corpo
admirável de filosofia espiritualista, confirmaram e ampliaram os ensinos
morais do Evangelho.
Não
importa que ilusionistas e falsários tenham sempre procurado imitar a parte
mais grosseira desses fenômenos, porque nunca tentaram sequer atingir-lhes os
efeitos superiores.
Os
negadores se despenham sempre para um abismo sem fundo: não podem parar onde
desejariam; são católicos e protestantes negando a Bíblia, sem consciência
disso, e fazendo a obra dos materialistas.
Os
livros e brochuras dos inimigos do Espiritismo, sejam novos ou velhos, têm
sempre a mesma triste esterilidade: discutem fenômenos, esbravejam contra
fatos, mas nada tentam construir; seu esforço é apenas para demolir.
Justamente
ao contrário disso, os espíritas recebem altas revelações sobre a vida depois
da morte, reúnem uma documentação inatacável, publicam uma literatura
solidamente construtiva que vai edificando um mundo novo.
As
editoras e as estações de rádio espíritas fazem obra superiormente construtiva. A literatura mediúnica se aprimora sempre pela
beleza da forma e pela profundeza dos ensinos. Nestes vinte anos mais recentes
ela foi enriquecida com uma centena de volumes imortais e continua crescendo
dia a dia com verdadeiro enlevo para o público ledor.
É
compreensível que o mundo materialista - com ou sem rótulo religioso - se
levante contra a Terceira Revelação, que lhe perturba o
comodismo utilitário, e tente por todos os meios esmagá-la. Na metade do globo terrestre seu
estudo é violentamente proibido e nessa proibição dão-se as mãos católicos de
Espanha e ateus da União Soviética.
Poderá
haver até um eclipse total planetário desses estudos; mas não importa, porque o
fenômeno espírita pertence à natureza espiritual do homem e terá de repetir-se
sempre, enquanto houver homens no Planeta.
O
Espiritismo renascerá sempre, a despeito de todas as violências humanas.
Neste
século o progresso vem-se realizando no sentido material de produzir os bens
necessários à vida, de enriquecer materialmente a Humanidade, e é necessário
que assim seja para abolir a pobreza e a degradação social que dela decorre.
Depois de resolvidos os inquietantes problemas econômico-sociais, surgirão
anseios mais elevados de felicidade e segurança, e então o homem notará que
precisa conhecer a si mesmo, a sua própria essência. A morte há de lembrá-lo
sempre destas indagações: afinal, que somos nós? a morte é o fim ou o começo da
verdadeira vida? além da parte visível dos seres vivos há uma essência
invisível que sobrevive à desagregação material? pode o homem atingir a
felicidade dentro da impermanência da matéria? pode realizar seu progresso no
curso de uma vida que passa tão breve para tantos seres? que é feito de nossos
amados que morreram em todas as idades? se na Natureza inteira se manifestam
leis preestabelecidas que promovem a execução de programas na evolução material
de todos os seres vivos, e se essas leis permanecem invisíveis, só se tornando
conhecidas pelos seus efeitos materiais, essas mesmas leis ou outras não regem
igualmente a parte invisível da vida? se numa semente há uma árvore em estado
latente, se num embrião se acha um homem em crescimento, no homem bronco não se
achará igualmente em estado latente um sábio e um santo em gestação? como se
realiza essa evolução se o Ignorante e mau morre em seu rude estado? não haverá
tempo e meio para realizar-se a evolução intelectual e moral do homem? onde e
como?
Um
infinito de interrogações há de atormentar continuamente o homem e fazê-lo
retornar sempre às pesquisas que foram iniciadas por duas meninas na cabana de
John Fox, em Hydesville, na noite de 31 de Março de 1848.
Outros
pensadores, sérios como Allan Kardec, hão de reunir e classificar os fatos,
codificar de novo os ensinos recebidos e vir a chegar aos mesmos resultados a
que ele chegou, confirmando lhe a obra, ainda que durante séculos de eclipse
toda a literatura espírita desaparecesse, o que já é absurdo admitir-se, porque
esses livros já se acham em todos os países do mundo e são amados por muita
gente. E a obra dos negadores, iniciada antes dos fenômenos de Hydesville, que
produziu até hoje? Fez crescer a descrença e o pessimismo; estabeleceu a
insegurança mundial; fundiu canhões; engendrou guerras; pôs a Ciência e a
técnica a serviço da destruição e da morte; espalhou o medo entre os homens;
entronizou a violência; criou a miséria e o ódio entre nações e entre classes
sociais. Se a Humanidade sempre procura sua própria felicidade e luta por
alcançá-la, se a inteligência se esclarece e nos leva a compreender sempre
melhor nossos próprios interesses, fora
de dúvida está que o estudo dos fenômenos
espíritas há de crescer incessantemente.
Se
bem que iniciada com finalidade puramente materialista, e por alguns até anti espiritista,
a atual onda de divulgação do Hipnotismo vai incentivar muito o estudo das
forças latentes no homem e consequentemente dos fenômenos espíritas. Os
hipnotistas irão muito mais longe do que desejariam... Basta lembrar o
sonambulismo e a telepatia que eles cultivam como simples curiosidade
científica, mas que podem ser empregados para finalidades puramente espíritas:
o sonambulismo se presta ao retrocesso da memória, como demonstrou o Coronel de
Rochas, até a encarnações anteriores, provando a doutrina reencarnacionista; a
telepatia se aplica igualmente à recepção de mensagens de desencarnados,
transformando-se em perfeita mediunidade, como ensina Bozzano.
Se
estiver nos altos desígnios de Deus, como parece, o Espiritismo virá a ter um
surto impressionante num futuro próximo, surto promovido - coisa paradoxal! -
pelos seus próprios adversários.
Esperemos
com fé o futuro. Deus não abandonou o nosso pequeno planeta.
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