A
Tarefa
dos
Espíritas
Malgrado
nosso apreciável progresso realizado no terreno moral e social, graças à
influência benfazeja do Cristianismo, infelizmente não podemos dizer o mesmo
com respeito à espiritualidade, dado o desnaturamento dos ensinos do Nazareno
por parte de algumas religiões, que colocam seus interesses acima dos
interesses de Deus, retardando, assim, o Seu reino na Terra.
O
progresso alcançado naqueles setores é tamanho, que hoje nos repugnam as
guerras, os crimes, os sentimentos malsãos. Por isso, nós, os que esposamos os
ensinamentos de Jesus e buscamos pô-los em prática, nos entristecemos diante da
calamidade moral que ainda envolve o mundo, se bem que os seus causadores
representem minoria.
A
ambição pelos bens terrenos e pelos prazeres fáceis cresce e recresce,
desmesuradamente, dando a impressão de que a vida na Terra é eterna, de que não
teremos, um dia, que deixá-la com tudo o que nos pertence para o ajuste de
contas com a eternidade, onde será dado “a cada um segundo as suas obras”.
A
mocidade, desorientada pelas religiões que pregam o que não praticam, toma
rumos diferentes daqueles traçados pelo Divino Mestre, em louca corrida atrás
da satisfação dos sentidos.
E
a indústria cinematográfica, a rádio, a televisão e a imprensa venais, primando
pela imoralidade, exploram e animam, sem o menor escrúpulo, esses sentimentos
aloucados.
*
Se
alongarmos nossas vistas sobre a imensa mole humana e perscrutarmos seu íntimo,
veremos que grande parte, sob a aparência de mal disfarçada felicidade, vive
dramas intensos e pungentes. Notadamente a mocidade que, ludibriada que foi
pelos sátrapas das religiões, que não “fazem” o que ensinam, com quase dois
milênios de apogeu, descrente envereda por caminhos tortuosos até ser tragada,
inevitavelmente, no abismo dos sofrimentos.
Diante
dessa derrocada moral, em que as religiões claudicam e os costumes se vão
abastardando, cabe aos espíritas estender bem alto o lábaro do Espiritismo
através da palavra e do exemplo, para que os bons se fortifiquem em suas
virtudes, e os maus se regenerem.
Demetri Abrão Nami
Reformador (FEB) Outubro 1958
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