Jesus
e perdão
Ensinando
o amor para com os inimigos, vejamos como procedia Jesus diante daqueles que
lhe hostilizavam a causa e lhe feriam o coração.
Em
circunstância alguma o vemos a derramar-se, louvaminheiro, encorajando os que
se mantinham no erro deliberado, mas sim renovando sempre o processo de
auxiliar com esquecimento de toda injúria.
Diante
da turba que o preferia a Barrabás, o delinquente confesso, não se entrega ao
elogio da multidão, mas guarda dignidade e silêncio, tolerando lhe a afronta.
Perante
Pilatos, o juiz inseguro, não lhe beija as mãos lavadas, mas sim, pela conduta
de vítima irreprochável, lhe devolve ao espírito inconsequente a noção da
responsabilidade precisa.
Em
plena rua, cambaleante sob o madeiro, não se volta para sorrir aos ingratos que
lhe cospem no rosto, mas ora por todos eles, confiando-os ao tempo que é o
julgador invisível da Humanidade.
Na
cruz infamante, não toma a palavra para agradecer a inconstância de Pedro ou a
fraqueza de Judas, nem faz voto festivo aos sacerdotes que lhe insultam a
Doutrina de Amor, mas a todos contempla, sem mágoa, pedindo o perdão celeste
para a ignorância de quantos lhe impunham a humilhação e a morte...
E
olvidando os verdugos e adversários, ei-lo que torna ao convívio das criaturas,
em pleno terceiro dia depois do túmulo em trevas, a fazer ressurgir para a
Terra enoitada a divina mensagem de eterna luz."
Desculpar
os que nos ofendem não será, portanto, comungar-lhes a sombra, mas sim
esquecer-lhes os golpes e seguir para a frente, trabalhando e aprendendo,
ajudando e servindo sempre, na exaltação do bem, para que o mundo em nós outros
se liberte do mal.
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Março 1959
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