quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Jesus e Perdão



Jesus e perdão


            Ensinando o amor para com os inimigos, vejamos como procedia Jesus diante daqueles que lhe hostilizavam a causa e lhe feriam o coração.

            Em circunstância alguma o vemos a derramar-se, louvaminheiro, encorajando os que se mantinham no erro deliberado, mas sim renovando sempre o processo de auxiliar com esquecimento de toda injúria.

            Diante da turba que o preferia a Barrabás, o delinquente confesso, não se entrega ao elogio da multidão, mas guarda dignidade e silêncio, tolerando lhe a afronta.

            Perante Pilatos, o juiz inseguro, não lhe beija as mãos lavadas, mas sim, pela conduta de vítima irreprochável, lhe devolve ao espírito inconsequente a noção da responsabilidade precisa.

            Em plena rua, cambaleante sob o madeiro, não se volta para sorrir aos ingratos que lhe cospem no rosto, mas ora por todos eles, confiando-os ao tempo que é o julgador invisível da Humanidade.

            Na cruz infamante, não toma a palavra para agradecer a inconstância de Pedro ou a fraqueza de Judas, nem faz voto festivo aos sacerdotes que lhe insultam a Doutrina de Amor, mas a todos contempla, sem mágoa, pedindo o perdão celeste para a ignorância de quantos lhe impunham a humilhação e a morte...

            E olvidando os verdugos e adversários, ei-lo que torna ao convívio das criaturas, em pleno terceiro dia depois do túmulo em trevas, a fazer ressurgir para a Terra enoitada a divina mensagem de eterna luz."

            Desculpar os que nos ofendem não será, portanto, comungar-lhes a sombra, mas sim esquecer-lhes os golpes e seguir para a frente, trabalhando e aprendendo, ajudando e servindo sempre, na exaltação do bem, para que o mundo em nós outros se liberte do mal.


Emmanuel
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Março 1959

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