Exemplifiquemos
a Doutrina Espírita
O
estudo permanente da Doutrina Espírita é uma necessidade para todos quantos
desejam cumprir fielmente seus deveres no serviço da Terceira Revelação. As
exigências da vida comum não raro distraem o pensamento da criatura humana,
levando-a a intermitências no afã da exemplificação. Não o dizemos tanto pelos
outros, como por nós mesmos, que formamos entre os que mais necessitam de
estímulo e encorajamento, tão desprovidos nos encontramos das virtudes que já
exornam espíritos mais avançados.
À
medida que nos aprofundamos na compreensão da Doutrina, vamos adquirindo uma
noção mais ampla e segura da vida terrena. Ficamos mais tolerantes, mais
compreensivos, mais bondosos. Não nos abespinhamos com facilidade nem vemos nos
erros e fraquezas alheios motivos para desespero, porque é justamente em face
deles que precisamos mostrar o grau de adiantamento doutrinário em que nos
encontramos.
Às
vezes, e isto sucede muito comumente, vemos irmãos nossos que se intitulam
espíritas e que continuam tão distanciados da Doutrina quanto um polo do outro.
E eles se traem, porque são azedos, irritadiços, intolerantes, agressivos.
Ficam catando motivos para questiúnculas e fazem um cavalo de batalha das
coisas mais insignificantes. Tomam a Nuvem por Juno e deblateram, nervosos, em
vez de se mostrarem pacíficos. Ora, a mansidão, a serenidade, a reflexão e o
desejo de unir em vez de separar, são virtudes ensinadas pela Doutrina
Espírita. E ninguém pode considerar-se espírita sem que haja aprendido a domar
os próprios sentimentos, substituindo a ira pela bondade, a intolerância pela
tolerância, a acusação gratuita pelo perdão construtivo.
Os
inimigos declarados do Espiritismo são menos temíveis do que aqueles que,
supondo-se espíritas e convivendo com espíritas, procedem de maneira
inteiramente contrária ao que preceitua a Doutrina. Mostram-se de uma intensa
exaltação, são intransigentes e dogmáticos. Em lugar de colaborarem para o
fortalecimento do Espiritismo, procuram enfraquecê-lo com as atitudes
desatinadas que assumem, revelando-se completamente divorciados da Doutrina.
*
A
Federação Espírita Brasileira, por sua orientação absolutamente conforme os
ditames do luminoso Espírito Ismael, prossegue imperturbável no seu trabalho de
difusão do Espiritismo, pelo livro e pela tribuna, exemplificando, a cada
passo, os ensinos do grande mestre Allan Kardec. Surgem agourentos pregadores
de inverdades, buscando abalar os alicerces da Terceira Revelação, mas nada
conseguem nem o conseguirão jamais, porque eles defendem uma causa perdida, e a
Federação Espírita Brasileira e os espíritas em geral representam a ideia
vitoriosa, que já está mostrando à Humanidade o caminho da legítima redenção,
pelo esclarecimento dos homens, pelo desenvolvimento da sua compreensão moral,
pelo apuramento de seu espírito e, sobretudo, pela convicção, cada vez mais
arraigada, de que o Espiritismo não ilude nem trapaceia quando demonstra a
realidade da vida, a razão do sofrimento, a natureza e a finalidade das
provações, a necessidade da
reencarnação, tudo isso profusamente iluminado
pelo Evangelho.
*
Muitos
desajustamentos individuais e coletivos são causados pela falta de compreensão
dos deveres espirituais que os homens têm de realizar no mundo terreno. O
Espiritismo veio justamente ensinar as criaturas humanas a se colocarem no rumo
certo, renunciando a ideias e práticas antagônicas com os princípios lidimamente
cristãos. Por isto, o conhecimento da Doutrina Espírita é uma necessidade, não
apenas intelectual, mas uma necessidade substancial para a vida moral dos
homens. Pensar e agir espiriticamente será encurtar o caminho das
desilusões e das dores, será reduzir a caminhada para a redenção espiritual,
fim que a todos nós aguarda, depois que houvermos saldado nossos débitos e
extinguido pela ação do bem as asperezas cármicas.
Percival Antunes (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Março 1959
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