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SESSÃO DE 13 DE DEZEMBRO DE 1939
Comunicação final, sonambúlica
Fora estudado o episódio da mulher adúltera
Singeleza de forma das lições evangélicas e profundeza de suas aplicações. – Episódio da mulher adúltera. Unificação dos sentimentos nas reuniões para o estudo dos Evangelhos. – Como e porque cresceu o número dos componentes do ‘’Ismael’’. – Presença de Humberto de Campos entre eles. – Exortação do prosseguimento da tarefa do Grupo . – Condições de espírito em que devem manter-se os trabalhadores terrenos. – Como devem interpretar a doutrina . – A qualidade de preferência à.quantidade. – Conselho a um companheiro, médium ainda não adestrado. – Prece à Virgem.
Médium: J. CELANI
Paz seja convosco, meus caros amigos e irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Todas as lições do Evangelho são singelas nas suas expressões, porém profundas na significação. O Cristo de Deus não era um homem emparedado na carne, como vós outros que viveis transitoriamente no mundo terreno, para resgate de um passado culposo; o Cristo de Deus era o Espírito Missionário que vinha trazer à Terra o complemento da Lei Mosaica e que, em todas as oportunidades, procurava substituir ou modernizar o olho por olho, dente por dente. Na lição da mulher adúltera, simples, singela, cheia de amor e luz, Ele sintetizou todas as Leis de perdão e de amor, porque, não tendo o homem a faculdade de perscrutar, no íntimo de seus irmãos, o móvel de suas ações, não tem, por isso mesmo, elementos para um juízo justo e imparcial. Esta é uma das faces da questão; outra face: o homem, criatura da terra, planeta presídio, que autoridade possui, réu que é do mesmo crime, para julgar o seu irmão? Simples como se apresenta a moral da lição, não creio, meus caros irmãos, meus caros companheiros, que haja, entre os espíritos, quem assim a não entenda e procure interpretar.
Abordemos agora outro ponto ventilado à margem da lição. Colégio, escola, centro, grupo quer dizer reunião de criaturas para o estudo de uma disciplina; mas para estudar o Evangelho, tendo em vista o comércio com o Infinito, não basta a reunião, porque aqui nos defrontamos com outra lição do Cristo: ‘’onde quer que se reúnam duas três pessoas em meu nome, eu aí estarei entre elas’’. Isto quer dizer que é mister unificação de sentimentos em torno dos ensinos do Cristo, o que não é obra para minutos, para meses, para anos, mas obra que requer longos esforços, continuados exercícios, a fim de que se consiga algo proveitoso. Eis porque o Patrono deste grupo, nas suas advertências sobre a sua constituição, lhe determinou o número de membros e a disciplina a ser adotada para o bom êxito da tarefa que se iniciava. Ele, porém, não mais se constitui de 12 membros apenas, porque os que aqui penetraram uma vez e conservaram fidelidade aos ensinos de Nosso Senhor Jesus Cristo, embora afastados, continuam como membros efetivos da Escola de Ismael. Os que daí partiram aqui estão, pairam sobre as vossas cabeças e com o seus eflúvios procuram equilibrar o ambiente que vos cerca, formando também a sua Escola invisível.
Presente está entre eles, não mais revestido do seu fardo, mas envergando a alvo túnica do levita, um Espírito muito vosso conhecido e que talvez vos cause, mais dia menos dia, uma agradável surpresa. Em torno dele dia se aglomeram outros, por ele atraídos e, assim, meus caros companheiros, transcorre o nosso labor de solidariedade, tendo como Diretor o Anjo sublimado e como auxiliar a já numerosa legião de Espíritos que receberam a esmola de colaborar na obra grandiosa de espiritualizar verdadeiramente a Terra de Santa Cruz.
Os meus olhos de Espírito contemplam, cheios de serenidade, a perspectiva do futuro que se desenha para estas plagas, transbordantes de seiva e fadadas a grandiosas missões espirituais. Trabalhai, pois, corajosos e conscientes de que sois obreiros de uma tarefa grandiosa, determinada por Aquele que pastoreia o rebanho deste Planeta. Não vos preocupeis com o juízo do mundo; ai está a Parábola em que hão de atentar os julgadores. Trabalhai serenos, calmos, mais com o coração do que com o cérebro, e podereis, quando passardes para este plano onde me vejo, sentir-vos contentes convosco mesmo, por haverdes cumprido o vosso dever. Procurai interpretar a Doutrina segundo as vossas consciências e os conselhos dos vossos maiores. Não obrigueis ninguém a pensar como vós, mas no silêncio e no recolhimento, reivindicai para vós esse mesmo direito, que vos foi concedido pelo Criador e Pai.
A obra espírita produtiva deve antes buscar a qualidade, do que antes a quantidade; é preferível deixar domine a ignorância irresponsável no meio onde a Luz iria ofuscar e prejudicar. Tudo vem a seu tempo e, assim sendo, abro um parêntese, para uma palavra dirigida particularmente a um companheiro nosso, o M.
Não tenhas pressa; procura sentir a doutrina e o peso da tua responsabilidade. O médium é um Apóstolo, deve ser um Apostolo, um Sacerdote, no verdadeiro sentido da palavra; a sua vida deve ser um modelo, para que possa verdadeiramente desempenhar a sua tarefa. Tu és médium, não precisas que eu o diga; apenas, por misericórdia, o teu Guia te vai desenvolvendo. Sê fiel, estuda-te a ti mesmo, procura distinguir aquilo que é teu daquilo que o não é e assim irás, gradativamente, realizando a tua preparação para a tarefa que pediste. Eis a resposta ao que solicitaste do médium.
Meus companheiros, é tão difícil a educação do homem, máxime quando ele não sabe ser humilde, quando não compreende a palavra do Cristo! O Pai revelava aos simples as verdades transcendentes e as obscurecia aos sábios. O espírito não se faz pelo intelecto e sim pela coração. Prossegui a vossa jornada sem desfalecimentos. Ismael preside aos vossos trabalhos, seus servos vos defendem e assistem. O olhar do Cristo paira sobre todos aqueles que trabalham a sua seara. E agora, obedecendo às injunções do tempo, que ainda tem valia para vós outros, quero encerrar o meu contingente de hoje ao vosso estudo, cumprindo o meu dever.
Mãe santíssima, eles são homens; estão, Senhora, chumbados à carne, com a visão atrofiada pelas suas condições de prisioneiros; querem, Mãe santíssima, servir a teu Filho, servindo à humanidade; querem conquistar a tua humildade, os teus sentimentos de Amor, para serem dignos da tarefa que lhes foi outorgada. Roga a teu Jesus que lhes empreste forças, que lhes ilumine a inteligência, a fim de poderem realizar na casa do Anjo Ismael a verdadeira obra cristã, de amor e caridade. Empresta-lhes, Mãe Santíssima, as tuas virtudes; pede a teu Filho que lhes dê a ‘’argúcia da serpentes e a mansidão das pombas’’, para que possam receber, no Templo, os seus irmãos e comungar com eles, de coração aberto, a hóstia santa da fraternidade.
Leva-os, Mãe Santíssima, aos seus lares conforme o coração de suas esposas e abençoa-lhes os filhinhos, para que não falte a Paz em seus labores na Vinha de Teu Filho.
Glória a Nosso Senhor Jesus Cristo. Paz fique convosco. – Pedro (Richard).
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