05/10
Clemente de Alexandria
Nos princípios do século III, deu-se ao trabalho de avisar ao seu rebanho de que só certos assuntos podiam ser aprovados pelos cristãos devotos e que deviam, a todo custo, evitar a idolatria. Registrou Gough (11).
202 Renovam-se as perseguições e matanças ordenadas por Séptimo Severo. Postes de martírio, feras, cruzes, fogueiras, lapidações, chicotes, facas e punhais eram os instrumentos de tortura mais comuns. Irineu é martirizado, ele que foi o grande bispo orientador da população cristã em Lião.
211 Séptimo Severo morre na Britânia. O trono fica para seus filhos. Caracala mata seu irmão e assume o poder. Inúmeros os mártires cristãos que passaram por provas dolorosíssimas a mando de Séptimo Severo e Caracala. Emmanuel (4) nos faz recordar Ferréolo e Ferrúcio, supliciados com suas línguas arrancadas! Andeolo, valoroso subdiácono, com sua cabeça fendida em quatro partes; Félix, a quem subtraíram o coração vivo do peito; Valentianiana e Dinócrata, virgens que suportaram pavorosos insultos dos legionários; Lourenço, Aurélio e Sofrônio, varados por espadas de madeira...
Esses e muitos outros formam a multidão de os espíritos santos, tantas vezes por nós lembrada e, por muitos ainda, mal compreendida.
212 Caracala concede a cidadania romana a todos os seus súditos livres.
217/222 Caracala é assassinado por Marco Opélio Macrino que se auto nomeia imperador. Os militares eliminam Macrino. Bassiano, primo de Caracala, de 14 anos de idade, é colocado no poder, compartindo-o com sua avó Júlia Mesa e com sua mãe, Júlia Soêmia. “Realimenta-se a perseguição contra os grupos nazarenos e também contra todos os cidadãos honrados que ousassem desaprovar-lhe a conduta”, conta Emmanuel (4).
Em 222, mãe e filho são assassinados.
Morre, também, Ápio Corvino, assassinado em viagem para Cartago, na África. Corvino era famoso por suas pregações evangélicas em Lião.
220 Ano de publicação da obra ‘Livro do Pastor’, escrito por Santo Hermas, discípulo dos apóstolos, lido nas igrejas até o século V, com o mesmo respeito que se dedicava aos Evangelhos e às Epístolas. Em sua páginas, muito elogiadas por S. Clemente de Alexandria e pelo sábio Orígenes, aparece este interessante ensino para a evocação dos Espíritos: “O espírito que vem da parte de Deus é manso e humilde; aparta-se de toda a malícia e de todo o vão desejo deste mundo, e se põe acima de todos os homens. Não responde a todos os que o interrogam, nem a determinadas pessoas, porque o espírito que vem de Deus não fala ao homem quando o homem quer, senão quando Deus permite. Portanto, um homem que tem um espírito que procede de Deus, ao vir à assembléia dos fiéis, e feita a oração, o espírito penetra nesse homem, que fala na assembléia como Deus quer.
Ao contrário, reconhece-se o espírito terrestre, vão, sem sabedoria e sem força, naquele que se agita e toma o primeiro lugar. É importuno, falador e não profetiza sem recompensa. Um profeta de Deus não procede assim.” Reformador (FEB) Novembro 1959.
222 Assume Alexandre Severo, primo de Bassiano. O Cristianismo de então não se limitava aos ritos sacerdotais. “Era um rio de luz e fé, banhando as almas, arrebanhando corações para a jornada divina do ideal superior”, lembra Emmanuel (4).
233 O império vivia assolado por uma peste com origem no Oriente, fazendo vítimas inumeráveis. Não faltava gente que via na peste uma vingança das divindades pagãs, sugerindo fossem os cristãos os causadores da ira celeste.
235 O imperador Alexandre Severo é assassinado pelos seus soldados, pondo fim à dinastia dos Severos. “Com sua morte, desapareceria também a influência das mulheres piedosas que amparavam o Cristianismo no trono imperial. À época, os cemitérios cristãos, em Roma, eram lugares de grande alegria. Inquietos e desalentados na vida de relação, com infinitas dificuldades para se comunicarem uns com os outros, dir-se-ia que ali, no lar dos mortos que as tradições patrícias habitualmente respeitavam, os seguidores do Cristo tinham clima favorável à comunhão de que viviam sedentos.” destaca Emmanuel (4).
235 Nomeado imperador a Maximino, da Trácia. “Maximino assemelhava-se a um monstro sedento de sangue e de poder. Vasta perseguição aos prosélitos do Cristo foi reiniciada, com impulso avassalador. Diversas proclamações foram levadas a efeito, recomendando, a princípio, apenas o assassínio dos bispos e dos religiosos que lhes acolitassem o ministério, com anistia aos que abjurassem a fé, mas, a breve tempo, avolumou-se a onda arrasadora contra todos os profitentes do credo martirizado. Inúmeras igrejas, levantadas desde a ascensão de Caracala, com ingentes sacrifícios, foram vítimas de pavorosos incêndios”, relembra, dolorosamente, Emmanuel (4).
235/244 Uma série de nomes são nomeados pelo senado em desafio à autoridade de Maximino: Gordiano I, Gordiano II, Balbino e Pupieno. Maximino é assassinado em 238. Assume Gordiano III, de apenas 13 anos de idade.
Maximino
(235-238)
Promulgou um edito que, embora não aplicado em larga escala, levou o bispo católico Ponciano, com o cismático Hipólito, à cruel escravidão nas minas, onde logo depois vieram a morrer, escreveu Walker (14).
244 Cai Gordiano III. Assume Filipe, o árabe. Roma completa 1.000 anos desde sua fundação.
249 Morre Filipe. O imperador, agora, é Décio.
“Desde sua subida ao poder, a metrópole romana e as províncias atravessavam enormes inquietações. O novo imperador odiava os postulados do Cristianismo e, por isso, desencadeara terrível e sistemática perseguição contra os prosélitos do novo ideal religioso. Editos sanguinolentos, ordens rigorosas e missões punitivas foram expedidas em variadas direções. Fogueiras, feras, espadas, unhas de ferro em brasa, ecúleos, tenazes e cruzes foram trazidos fartamente aos processos de flagelação. Em Cartago, as famílias cristãs sofriam vexames e apedrejamentos; em Alexandria, os suplícios se multiplicavam; nas Gálias, os tribunais viviam repletos de vítimas e delatores, em Roma, intensificavam-se os espetáculos de morte nos circos.” Tristes quadros nos passa Emmanuel (4). Mais tristes ainda se imaginarmos que o sacrifício do Cordeiro de Deus já contava mais de 200 anos...
Décio foi, segundo Walker (14), a pior provação que a igreja, como um todo, teve que enfrentar. Propunham-se a forçar os cristãos a oferecer sacrifícios aos antigos deuses mediante tortura, encarceramento ou medo.
Os bispos Fabiano, de Roma e Babilas, de Antioquia foram martirizados.
Orígenes e inúmeros outros foram torturados, conclui Walker (14).
Nenhum comentário:
Postar um comentário