Pesquisar este blog

domingo, 8 de maio de 2011

18 c Célia


18



A Vida Oculta de um “Santo”


 Kleber Halfeld
Reformador (FEB), pág. 22 -  Novembro 1984

               
         Em 1940 a FEB lançava a 1ª edição da obra “50 Anos Depois...”, romance ditado pelo Espírito Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier. No ano anterior, ao completar seu trabalho, o conhecido mentor espiritual esclarecera na Carta ao Leitor:      
            “(...) Este livro é o repositório da verdade sobre um coração sublime de mulher, transformada em santa, cujo heroísmo divino foi uma luz acesa na estrada de numerosos Espíritos amargurados e sofredores.” (Grifei.)
            E mais adiante:
            (...) A Igreja Romana lhe guarda, até hoje, as generosas tradições, nos seus arquivos envelhecidos, se bem que as datas e as denominações, as descrições e apontamentos se encontrem confusos e obscuros pelo dedo viciado dos narradores humanos.” (Grifei.)
            Este prefácio, escrito no dia 19 de dezembro de 1939, na cidade de Pedro Leopoldo, MG, denuncia que tempo e viciações das narrativas constituem dois importantes fatores para adulteração ou até mesmo soterramento da Verdade - embora temporariamente.
            É possível que as gerações futuras não experimentem semelhante distorção em face da tecnologia que os meios de comunicação habilmente têm criado. Sem necessidade de apreciações detalhadas, bastaria a citação da fotografia ou do vídeo-tape, excelentes sistemas para  perpetuação de imagem e do som, e, portanto, da fixação de uma realidade.
            Convivemos, ainda hoje, com datas e denominações, descrições e apontamentos, que se distanciaram, sobremodo, da veracidade primitiva, inicial, condicionamento a que ficaram sujeitos quase todos os setores da Antigüidade, incluindo o religioso.
            Focalizando Célia Lucius, personagem central das páginas de ‘50 Anos Depois”, pretende o presente trabalho não somente evidenciar o acerto das palavras do antigo senador Públio Lêntulus como, também, dizer de uma omissão cometida através dos séculos!

Conceitos Judiciosos

            Quem já leu “50 Anos Depois” terá observado as carinhosas expressões de seu autor à figura de Célia Lucius. Semelhantes apreciações passam a constituir ponto de reflexão para seus leitores, porquanto a verdade é que Emmanuel sempre se nos apresenta como a respeitável Entidade que cataloga com sobriedade e, portanto, com critério definido, aqueles a quem empresta  adjetivação elogiosa.
            Exemplo sugestivo temos na obras “A Caminho da Luz”, onde vamos localizar um dos poucos elogios - ou, talvez, o único - que ele tenha feito  a um Espírito encarnado. Isto ocorre exatamente no capítulo V (A Índia - Os rajás e os Párias). É interessante lembrar que o livro foi editado pela FEB em 1939, ano em que ainda se encontrava encarnado naquele país asiático um inconfundível “mahatma”: Gandhi!
            No mencionado tópico, leremos:
            “Ainda hoje, o espírito iluminado de Gandhi, que é obrigado a agir na esfera da mais atenciosa psicologia dos seus irmãos de raça, não conseguiu eliminar esses absurdos sociais do seio do grande povo de iniciados e profetas (...).” (Diz respeito à organização das castas, que têm separado de forma chocante as coletividades na Índia.) (Grifei.)
            Fora, porém, do âmbito dos encarnados, vez por outra, articula Emmanuel expressões equilibradas de elogio a este ou àquele vulto, como já na introdução deste trabalho foi realçado. 
            Mas, além dos conceitos assinalados, anotemos ainda os que seguem, tirados do romance em pauta:
            “(...) Refiro-me a Célia, figura central das páginas desta história, cujo coração, amoroso e sábio, entendeu a aplicou todas as lições do Divino Mestre, no transcurso doloroso de sua vida (...).”
            E continua o antigo senador romano:
            “(...) Na seqüência dos fatos, dentro da narrativa, seguirás os seus passos de menina e de moça, como se observasses um anjo pairando acima de todas as contingências da Terra. Santa pelas virtudes e pelos atos de sua existência edificante, seu Espírito era bem o lírio nascido do lodo das paixões do mundo, para perfumar a noite da vida terrestre, com os olores suaves das mais divinas esperanças do Céu.”
            Simples jogo de frases criadas ao acaso?
            De forma alguma, considerando-se a personalidade de quem as escreveu!
            Mas ainda acrescenta ele:
            “(...) É a história de um sublime coração feminino que se divinizou no sacrifício e na abnegação (...).”
            Finalmente, estes conceitos:
            “(...) Os exemplos de uma alma santificada no sofrimento e na humildade, ensinar-te-ão a amar o trabalho e as penas de cada dia (...).”
            “Busca entender a essência deste repositório de verdades espirituais e, do plano espiritual, o Espírito purificado de nossa heroína derramará em teu coração o bálsamo consolador das esperanças sublimes.”



Nenhum comentário:

Postar um comentário