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SESSÃO DE 1 DE NOVEMBRO DE 1939
Comunicação final, sonambúlica
Maneira por que devem ser debatidas as questões que, sob aspecto cientifico, surjam do estudo do Evangelho, para que os adeptos não saiam da órbita da obra espírita,que é obra de sentimento, de amor, de fraternidade.
Médium: J. CELENI
Glória a Deus e a Nosso Senhor Jesus Cristo. Paz meus companheiros.
Entre o homem e o Cristo não há comparação possível. Se bem o homem deva equiparar-se ao seu Mestre em evolução moral, não lhe é possível, enquanto não atingir esse estado, educar como educava o Cristo, porque no Cristo tudo era sentimento, quer ao ministrar seus ensinos persuasivos e brandos, quer ao proferir suas objurgatórias. O fundo era sempre amor, porque nele existiam ou se consubstanciavam todas as virtudes. O homem somente pode ensinar o que sabe e dar o que tem.
O filólogo ensina a filologia; o filósofo ensina filosofia; e o médico, a medicina. Porém, quanto ao ensino da moral, o homem não vai longe, porque diminuto é o cabedal que possui e ninguém pode dar o que não tem, ninguém ensina o que não sabe.
Eis o que me cabia dizer sobre os comentários que ouvi por fruto do vosso estudo de hoje.
Meus companheiros, estas questões devem ser debatidas entre vós com o coração, porque só assim serão proveitosas. Aqui não há sábios, nem mestre, mas, apenas discípulos, encarnados e desencarnados. O Espírito, no infinito, não é mais sábio do que quando na Terra. Pode ter mais ampla visão das coisas e compreender mais exatamente as verdades compendiadas no Evangelho. Mas, o saber, esse é fruto do trabalho e o simples fato do Espírito mudar de pouso não lhe dá maior nem menor cabedal, que é constituído pelo trabalho das suas investigações.
A obra espírita, como obra evangélica, é obra de sentimento, de amor, de fraternidade. Um calceta não pode expressar-se, nem agir como um Francisco de Assis, ou como o Cristo. Dá somente o que tem.
Há ainda a considerar que o Cristo penetrava fundo na alma humana, o que não pode o homem fazer e, enquanto não puder, não poderá educar como o Cristo.
Eis o meu contingente para o estudo de hoje.
Senhora, tem piedade dos que sofrem, principalmente dos que conheceram a teu Filho, sentiram o bafejo da sua caridade e tremem na hora da prova. Fortalece-lhes o sentimento cristão, envolve-os no teu manto carinhoso e benéfico, defendendo-os das investidas daqueles que querem o escândalo, que pretendem fazer com que os pregoeiros da verdade abjurem na hora extrema do testemunho, a fim de que pereça a doutrina de teu Filho, revelada aos homens sob nova luz. Não consintas que tão nefasta obra se consume e lança sobre este pugilo que se mantém na estacada as tuas bênçãos. Defendendo-lhe os lares e a prole. Faze que suas esposas se compenetrem da nobilíssima tarefa que lhes cabe e se constituam, junto de cada um deles, anjo de guarda, protetor e amigo.
E aos médiuns, Senhora, os novos profetas do Evangelho, ampara nas suas fraquezas e misérias. Educa-lhes os sentimentos, porque só pelo coração podem eles servir a teu Filho.
Tem misericórdia da humanidade desvairada e, se possível, abranda os ódios e pede a teu divino Filho a esmola bendita da sua compaixão para essa mesma humanidade que resgata tenebrosos crimes. Que assim seja. – Bittencourt.
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