Por 2 vezes Paulo comparece com sua palavra no ESE.
Vale a pena reler:
O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. X / 15
Perdoar aos inimigos, é pedir perdão para si mesmo: perdoar aos amigos, é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar que se tornou melhor. Perdoai, pois, meus amigos, a fim de que Deus vos perdoe, porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por uma ofensa leve, como quereis que Deus esqueça que, cada dia, tendes maior necessidade de indulgência? Oh! ai daquele que diz: “Eu não perdoarei jamais”, porque pronuncia sua própria condenação. Quem sabe, aliás, se, descendo em vós mesmos, não haveis sido o agressor? Quem sabe se, nessa luta que começa por um golpe de espinho e acaba por uma ruptura, não haveis iniciado o primeiro golpe? se uma palavra ofensiva se não vos escapou? se haveis usado de toda moderação necessária? Sem dúvida, vosso adversário errou em mostrar muito suscetível, mas é para vós uma razão para serdes indulgentes e de não merecer a censura que vós lhe endereçais. Admitamos que fostes realmente o ofendido numa ciscunstância, quem diz que não haveis envenenado a coisa por represálias, e que não haveis feito degenerar em querela séria aquilo que teria podido facilmente cair no esquecimento? Se dependia de vós impedir-lhe as conseqüências, e se não tendes absolutamente nenhuma censura a vos fazer, e com isso, não tereis senão maior mérito em vos mostrar clementes.
Mas, há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitas pessoas dizem de seus adversários: “Eu lhe perdôo”, enquanto que, interiormente, experimentam um secreto prazer do mal que lhe acontece, dizendo para si mesmas que não tem senão o que merece. Quantos dizem: “Eu perdôo” e que acrescentam: “mas não me reconciliarei nunca; não quero vê-lo pelo resto da vida.” Está aí o perdão segundo o Evangelho? Não; o verdadeiro perdão, o perdão cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado; é o único que vos será contado, porque Deus não se contenta com a aparência: ele sonda o fundo dos corações e os mais secretos pensamentos; não se lhe engana com palavras e vãos simulacros. O esquecimento completo e absoluto das ofensas é próprio das grandes almas; o rancor é sempre um sinal de rebaixamento e de inferioridade. Não olvideis que o verdadeiro perdão se reconhece nos atos bem mais que nas palavras.
(Paulo, apóstolo, Lião, 1861)
O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap XV / 10
Fora da Caridade Não Há Salvação
Meus filhos, na máxima: Fora da Caridade não há salvação, estão contidos os destinos dos homens na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque aqueles que a tiverem praticado, encontrarão graça diante do Senhor. Esta divisa é a luz celeste, a coluna luminosa que guia o homem no deserto da vida para conduzí-lo à Terra Prometida, e brilha no céu como uma auréola santa na fronte dos eleitos, e na Terra está gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, vós os benditos de meu Pai. Vós os reconhecereis pelo perfume de caridade que espargem ao seu redor. Nada exprime melhor o pensamento de Jesus, nada resume melhor os deveres do homem, do que esta máxima de ordem divina; o Espiritismo não podia provar melhor sua origem do que dando-a por regra, porque ela é o reflexo do mais puro Cristianismo; com um tal guia o homem não se perderá jamais. Aplicai-vos, pois, meus amigos, em compreender-lhe o sentido profundo e as conseqüências, e em procurar, por vós mesmos, todas as suas aplicações. Submetei todas as vossas ações ao controle da caridade, e vossa consciência vos responderá; não somente ela vos evitará de fazer o mal, mas vos levará a fazer o bem; porque não basta uma virtude negativa, é preciso sempre a ação da vontade; para não fazer o mal basta, freqüentemente, a inércia e a negligência.
Meus amigos, agradecei a Deus que vos permitiu pudésseis gozar da luz do Espiritismo; não porque só aqueles que a possuem podem ser salvos, mas porque vos ajudando a melhor compreender os ensinamentos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos; fazei, pois, que em vos vendo, se possa dizer que só o verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, porque todos aqueles que praticam a caridade são os discípulos de Jesus, qualquer seja o culto a que pertençam.
( Paulo, apóstolo, Paris, 1860 )
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