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quarta-feira, 25 de maio de 2011

A Sentença de Pôncio Pilatos


      A Sentença de Poncio Pilatos
                                                                                
                                                                                      Reformador (FEB) Dezembro 1938

            Acerca da autenticidade, nada podia assegurar o Reformador. Ao publicá-la, o fez movido pela curiosidade que o documento poderia atrair e pela importância dos personagens envolvidos na trama.

            Este texto encontra-se num dos volumes das obras de Maria de Agreda (2ª parte, livro VI, cap.21, número 1358).
            Eis a sentença:

            Eu, Pôncio Pilatos, aqui em Jerusalém Regente pelo Império Romano, dentro do Palácio da arqui - presidência, julgo, sentencio e pronuncio que condeno à morte a Jesus, chamado na plebe Nazareno, e de nação Galileu, homem sedicioso, contrário à lei, ao nosso Senado e ao grande imperador Tibério César. E pela minha dita sentença determino que sua morte seja em cruz, fixo com cravos, ao costume de réus; porque aqui juntando e congregando cada dia muitos homens pobres e ricos, não há cessado de promover tumultos por toda a Judeia, dizendo-se Filho de Deus e Rei de Israel, e de ameaçar-lhes a ruína desta insigne cidade de Jerusalém e seu Templo, e o sacro Império, negando tributo a César; e por ter tido o atrevimento de entrar com ramos de triunfo, com grande parte da plebe, dentro de Jerusalém e no sacro Templo de Salomão. Mando ao primeiro Centurião, chamado Quinto Cornélio, que o leve pela dita Cidade de Jerusalém ao patíbulo. E sejam-lhe postas suas vestiduras para que seja conhecido de todos, e a própria cruz em que há de ser crucificado. Vá por todas as ruas públicas no meio dos dois ladrões que também estão condenados à morte por furtos e homicídios que hão cometido, para que desta maneira seja exemplo de todas as gentes e malfeitores.

            Ordeno que depois de haver sido assim trazido pelas ruas públicas a este malfeitor, o retirem da Cidade, pela porta Pagora, que agora chamam Antoniana; e com voz de pregoeiro que diga todas estas culpas nesta minha sentença expressadas, o levem ao monte que se diz Calvário, onde se costuma executar e fazer justiça aos malfeitores facinorosos; e assim pregado e crucificado na mesma cruz que levar (como acima fica dito) fique seu corpo suspenso entre os ditos dois ladrões. E sobre a cruz lhe seja posto o título de seu nome nas três línguas que agora usam, a saber, hebreia, grega e latina. E que em todas elas e em cada uma se diga: “Este é Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”, para que todos o entendam e seja conhecido de todos.

            Outrossim ordeno, sob pena de perda de bens e da vida, e de rebelião ao Império Romano, que ninguém, de qualquer estado e condição que seja, se atreva temerariamente a impedir a dita justiça por mim mandada fazer, pronunciada, administrada e executada com todo o rigor, segundo os decretos e leis romanas e hebreias. Ano da criação do mundo, cinco mil duzentos e trinta e dois dia vinte e cinco de março”

Poncio Pilatos - Juiz e Governador da Baixa Galiléia, pelo Império Romano.
Testemunhas: Daniel Kobani - João Zorobabel - Rafael Robani - Capeto.”

2 comentários:

  1. Pilatos é a encarnação do medo, da ansiedade e da sobrevivência. Sua preocupação central não tem a ver com sua permanência no cargo de governador, ele pretende defender Cesar de um pretenso rei.
    Pilatos recua instintivamente diante da majestade da verdade. Ele intui involuntariamente que as reivindicações da verdade são absolutas. Na presença da verdade temos que curvar-nos e isto para muitos representa uma ameaça.
    Não somos maiores que a verdade, a verdade é divina e a verdade exige a nossa lealdade. A verdade é filha de Deus. A verdade é rei, então se a verdade é rei é para ser obedecida e ela é Deus, é para ser adorada. Com isso pensava Pilatos, não sobra nada para o homem, porque o homem quer ser leal em tudo para consigo mesmo.
    Acho que vocês já viram a peça Hamlet. Seja fiel para consigo mesmo, é uma frase dita por cínicos, porque perante a verdade, nós não nos encerramos em nós mesmos, acima de nós em tudo está Deus!
    Então Pilatos ficou com medo, porque ele começou a entender, se há uma verdade última, esta verdade é suprema e temos que passar a nossa vida inteira à busca da verdade e em serviço desta verdade.
    Então Pilatos coloca a pergunta que trava tudo, que põe ponto final ao apelo de Deus.
    E qual é a pergunta de Pilatos?
    Que é a verdade?

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  2. O texto dessa sentença, por si só, apresenta algumas incoerências que sugerem um estudo mais detalhado desse momento histórico.

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