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Ciência Religião Fanatismo
por MINIMUS (A.
Wantuil de Freitas)
Ed. FEB
E
apesar disso, senhores, evangelicamente retribuamos: - Amaldiçoam-nos e nós abençoemo-los; perseguem-nos e nós soframos; dizem-nos injúrias:
respondamos-lhes com preces. E se à outra face não lhes apresentamos, é porque seus
companheiros, os materialistas, dela precisam para esbofetear-nos.
Penalizamo-nos
das suas atitudes, porquanto sabemos que cada um
há de, por força, sofrer a lei do efeito; anelamos que não aumentem suas faltas
vendendo as bênçãos de Jesus Cristo, mas, assim como o Messias, não nos podemos
calar, porque Jesus, o Amor máximo que passou pelo planeta, nos deu o preceito,
apontando ao povo os vendilhões do Templo que desrespeitavam o Pai.
Bemqueiramo-nos uns aos outros, porém não levemos a nossa
afeição ao ponto de tolerar que um grupo de cegos conduza a humanidade por
caminhos, onde ela se elanguesce no amor das coisas materiais, continuando
sujeita às ondas de dor, que constantemente descem para regenerar os rebeldes.
Esclareçamos o povo, demonstrando-lhe que o Espiritismo
não é o montoamento de cenas burlescas que o clero lhe expõe, confundindo, maldosamente, Espiritismo com religiões de origem africana. A Terceira
Revelação se caracteriza, visivelmente, pela ausência absoluta de ritos, de
ídolos, de velas, de liturgia, de tudo enfim que é material.
O Espiritismo está mais distanciado da macumba, do que o
Catolicismo das cerimônias, profundamente romanas, com as quais Lampião prepara diabólicos
planos de assalto, rezando e fazendo donativos a Igrejas.
Para
nós, a humanidade é oriunda da mesma fonte e a essa origem deverá regressar,
sem que se lhe perca uma única criatura. Não dogmatizamos a nossa Doutrina, não
temos privilégios nem títulos para distribuir e nem, tão pouco, reconhecemos a
superioridade anímica da raça italiana, para que dela exclusivamente pudessem
nascer os antropolátricos e infalíveis de Roma.
Não
vemos diferenças de raças e de homens. É, para nós, mais cristão o ateu caridoso
que os rezadores egoístas de qualquer religião. Aquele levará para o Além a
fortuna do cristão, enquanto o pietista carregará a matéria dos os bentinhos,
das verônicas, dos escapulários e dos ídolos de argila.
Expomos
a nossa Filosofia ao estudo dos que a desejam conhecer e quem quer que a examine,
com sinceridade, concluirá, como tantos outros materialistas: - "De todas
é a única racional, a única que não argumenta com paralogismos".
Os
fenômenos físicos, que afirmamos existir, não são apresentados em clausuras;
não são anunciados para canonizações de médiuns; não se realizam a troco de
espórtulas; não se produzem pela nossa ou pela vontade do médium; não nos
trazem lucros materiais; não são reservados para uso interno; não exploram a
tecla das penas aquerônticas; não têm para nós senão pequena e relativa
importância, não são interpretados como sobrenaturais; não são praticados em
nossas reuniões; não são efetuados por Espíritos Superiores; não foram por nós
criados, contudo, eles existem, existiram e existirão sempre.
E não
somos nós somente que asseveramos a veracidade dos fenômenos. Os sábios, os
gênios da Física, da Química, da Medicina, da Engenharia e do Direito, que os
estudaram, durante dezenas de anos, no desejo de provar-nos a sua irrealidade,
criando teorias complexas e nomes abstrusos para explicá-los à luz dos
conhecimentos acadêmicos, acabaram rendendo-se à Verdade e afirmando que
existem e que são produzidos pelos Espíritos desencarnados.
-
Sábios, não concluíram sem observá-los; doutos, não tinham interesse direto em
comprová-los; peritos usaram de todas as precauções e meios científicos;
gênios, não se preocuparam com o riso sardônico dos coetâneos, e, finalmente,
como sábios e gênios, contribuíram para o progresso da humanidade.
Não
foi meia dúzia de gênios que os verificaram, foram centenas, e de todos os
países do globo terráqueo, com imparcialidade e sem a menor ambição material.
Não eram espíritas, não estavam ligados ao Espiritismo, não tencionavam
favorecê-lo, e, sobretudo, tinham a responsabilidade da auréola de sábios com a
qual o mundo lhes ornara a cabeça.
Basearem-se
os nossos contraditores em afirmativas do clero, interessado mor de que a Luz
da Verdade não apareça, para não lhes perturbar o funcionamento da
"guitarra" purgatorial; apoiarem-se em conclusões de dois ou três
sábios ligados diretamente às arcas dos benzedores de canhões; fundamentarem-se
na ginástica de palavras dos que jamais procuraram tomar conhecimento dessa
parte do Espiritismo, reconhecida já pelos sábios como científica e capaz de
revolucionar os conhecimentos atuais da humanidade, é fossilizarem o
desenvolvimento da cultura dos povos, é, como ontem, acreditarem em Roma,
desprezando Galileu.
Queríamos,
dizem outros, que nos apresentassem um fenômeno. Conseguido o primeiro, ainda
outros julgariam necessários, e depois de muitos observarem, afastar-se-iam,
porque acima da Verdade, que favorece a espécie humana, colocam as. convenções
e os preconceitos sociais que mais diretamente lhes interessam. Como nos seria
possível atender a esses milhões de curiosos, a essa multidão de novos Tomés,
se os médiuns de efeitos físicos são relativamente poucos e só um pequeno
número se submete a essas experiências, principalmente para satisfazer a
curiosidades de pessoas ineptas para estudos científicos.
Como
acreditam em tantas conclusões da Ciência astronômica, se nunca viram sequer um
telescópio! Como se contentam com a palavra dos sábios em milhares de assuntos
que não compreendem, e negam a possibilidade dos fenômenos espíritas que eles
asseveram!
Entretanto,
ao Espiritismo, que demonstra ser a morte a origem da vida real; que ensina não
estar a alma destinada a umbráticos lugares denominados inferno, purgatório e limbo;
que prova o nenhum valor das turificações e das hissopadas na matéria; que
evidencia nada valerem os amuletos e os bentinhos; que não pratica cerimônias
materializadoras do que é divino; ao Espiritismo chamam-lhe conjunto de
explorações e de mentiras, quando essas características pertencem às religiões
acamptas, que há dois mil anos vêm embelecando a humanidade.
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