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quarta-feira, 3 de abril de 2013

12. Ciência Religião Fanatismo




12

Ciência   Religião   Fanatismo

por  MINIMUS  (A. Wantuil de Freitas)
Ed. FEB


E apesar disso, senhores, evangelicamente retribuamos: - Amaldiçoam-nos e nós abençoemo-los; perseguem-nos e nós soframos; dizem-nos injúrias: respondamos-lhes com preces. E se à outra face não lhes apresentamos, é porque seus companheiros, os materialistas, dela precisam para esbofetear-nos.

Penalizamo-nos das suas atitudes, porquanto sabemos que cada um há de, por força, sofrer a lei do efeito; anelamos que não aumentem suas faltas vendendo as bênçãos de Jesus Cristo, mas, assim como o Messias, não nos podemos calar, porque Jesus, o Amor máximo que passou pelo planeta, nos deu o preceito, apontando ao povo os vendilhões do Templo que desrespeitavam o Pai.

Bemqueiramo-nos uns aos outros, porém não levemos a nossa afeição ao ponto de tolerar que um grupo de cegos conduza a humanidade por caminhos, onde ela se elanguesce no amor das coisas materiais, continuando sujeita às ondas de dor, que constantemente descem para regenerar os rebeldes.

Esclareçamos o povo, demonstrando-lhe que o Espiritismo não é o montoamento de cenas burlescas que o clero lhe expõe, confundindo, maldosamente, Espiritismo com religiões de origem africana. A Terceira Revelação se caracteriza, visivelmente, pela ausência absoluta de ritos, de ídolos, de velas, de liturgia, de tudo enfim que é material.

O Espiritismo está mais distanciado da macumba, do que o Catolicismo das cerimônias, profundamente romanas, com as quais Lampião prepara diabólicos planos de assalto, rezando e fazendo donativos a Igrejas.

Para nós, a humanidade é oriunda da mesma fonte e a essa origem deverá regressar, sem que se lhe perca uma única criatura. Não dogmatizamos a nossa Doutrina, não temos privilégios nem títulos para distribuir e nem, tão pouco, reconhecemos a superioridade anímica da raça italiana, para que dela exclusivamente pudessem nascer os antropolátricos e infalíveis de Roma.

Não vemos diferenças de raças e de homens. É, para nós, mais cristão o ateu caridoso que os rezadores egoístas de qualquer religião. Aquele levará para o Além a fortuna do cristão, enquanto o pietista carregará a matéria dos os bentinhos, das verônicas, dos escapulários e dos ídolos de argila.

Expomos a nossa Filosofia ao estudo dos que a desejam conhecer e quem quer que a examine, com sinceridade, concluirá, como tantos outros materialistas: - "De todas é a única racional, a única que não argumenta com paralogismos".

Os fenômenos físicos, que afirmamos existir, não são apresentados em clausuras; não são anunciados para canonizações de médiuns; não se realizam a troco de espórtulas; não se produzem pela nossa ou pela vontade do médium; não nos trazem lucros materiais; não são reservados para uso interno; não exploram a tecla das penas aquerônticas; não têm para nós senão pequena e relativa importância, não são interpretados como sobrenaturais; não são praticados em nossas reuniões; não são efetuados por Espíritos Superiores; não foram por nós criados, contudo, eles existem, existiram e existirão sempre.

E não somos nós somente que asseveramos a veracidade dos fenômenos. Os sábios, os gênios da Física, da Química, da Medicina, da Engenharia e do Direito, que os estudaram, durante dezenas de anos, no desejo de provar-nos a sua irrealidade, criando teorias complexas e nomes abstrusos para explicá-los à luz dos conhecimentos acadêmicos, acabaram rendendo-se à Verdade e afirmando que existem e que são produzidos pelos Espíritos desencarnados.

- Sábios, não concluíram sem observá-los; doutos, não tinham interesse direto em comprová-los; peritos usaram de todas as precauções e meios científicos; gênios, não se preocuparam com o riso sardônico dos coetâneos, e, finalmente, como sábios e gênios, contribuíram para o progresso da humanidade.

Não foi meia dúzia de gênios que os verificaram, foram centenas, e de todos os países do globo terráqueo, com imparcialidade e sem a menor ambição material. Não eram espíritas, não estavam ligados ao Espiritismo, não tencionavam favorecê-lo, e, sobretudo, tinham a responsabilidade da auréola de sábios com a qual o mundo lhes ornara a cabeça.

Basearem-se os nossos contraditores em afirmativas do clero, interessado mor de que a Luz da Verdade não apareça, para não lhes perturbar o funcionamento da "guitarra" purgatorial; apoiarem-se em conclusões de dois ou três sábios ligados diretamente às arcas dos benzedores de canhões; fundamentarem-se na ginástica de palavras dos que jamais procuraram tomar conhecimento dessa parte do Espiritismo, reconhecida já pelos sábios como científica e capaz de revolucionar os conhecimentos atuais da humanidade, é fossilizarem o desenvolvimento da cultura dos povos, é, como ontem, acreditarem em Roma, desprezando Galileu.

Queríamos, dizem outros, que nos apresentassem um fenômeno. Conseguido o primeiro, ainda outros julgariam necessários, e depois de muitos observarem, afastar-se-iam, porque acima da Verdade, que favorece a espécie humana, colocam as. convenções e os preconceitos sociais que mais diretamente lhes interessam. Como nos seria possível atender a esses milhões de curiosos, a essa multidão de novos Tomés, se os médiuns de efeitos físicos são relativamente poucos e só um pequeno número se submete a essas experiências, principalmente para satisfazer a curiosidades de pessoas ineptas para estudos científicos.

Como acreditam em tantas conclusões da Ciência astronômica, se nunca viram sequer um telescópio! Como se contentam com a palavra dos sábios em milhares de assuntos que não compreendem, e negam a possibilidade dos fenômenos espíritas que eles asseveram!

Entretanto, ao Espiritismo, que demonstra ser a morte a origem da vida real; que ensina não estar a alma destinada a umbráticos lugares denominados inferno, purgatório e limbo; que prova o nenhum valor das turificações e das hissopadas na matéria; que evidencia nada valerem os amuletos e os bentinhos; que não pratica cerimônias materializadoras do que é divino; ao Espiritismo chamam-lhe conjunto de explorações e de mentiras, quando essas características pertencem às religiões acamptas, que há dois mil anos vêm embelecando a humanidade. 


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