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110-111) Extratos
de
‘O Espírito Consolador’
ou ‘Os
Nossos Destinos’
por P. V. Marchal
in ‘O Espírito Consolador’- 1914
versão da 2ª edição francesa
da Typographia da Emprêsa Litteraria e Typographica
Porto, Portugal
“Para
nós, uma criança que sofre é um Espírito encarnado a expiar faltas cometidas em
anterior existência. Uma criança que vem ao mundo, ainda que por efeito de um
crime, é um Espírito criado desde muito tempo, que tenta o desempenho de nova
tarefa e sofre nova prova. Uma criança que morre é um Espirito cujo envoltório
se destrói e que procurará outro, seja aqui, seja algures, depois de ter sido para seus
pais motivo da conquista de novos motivo da conquista de novos méritos, pelas
aflições que lhes causou.
Que
diremos das “crianças prodígios”, cujo aparecimento o nosso mundo, de tempos a
tempos, testemunha? Pascal, aos doze anos, descobre a maior parte da geometria
plana e, sem jamais haver recebido a menor lição de cálculo, revela o gênio de
Euclides. O pegureiro Mangiamelo faz de cabeça cálculos que confundiriam
qualquer diplomado da Escola Politécnica. Mozart, contando apenas quatro anos, executa
ao piano uma sonata e, com oito, compõe uma ópera. Thereza Milanollo, quando ainda
na infância, tocava violino de modo a assombrar as capitais da Europa. Rembrandt, primeiro
que soubesse ler, desenhava como grande
mestre. E, ao lado dessas crianças miraculosas, quantas outras cujas aptidões,
cujas réplicas dão que pensar e forçam os que as conhecem
a predizer-lhes grandiosos destinos!
São
fatos e fatos que se não podem explicar senão pela preexistência da alma.
Trazem os homens, ao nascerem, o capital intelectual, artístico
ou moral que constituíram no decurso de suas vidas anteriores. Daí o fenômeno das “ideias
inatas”, que tanto há preocupado os filósofos; daí as aptidões precoces e os gostos
pronunciados, que determinam a “vocação”; daí as disposições místicas, que, tomadas
em conjunto, constituem o “senso da santidade”.”
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