No artigo abaixo '10. Histórias do Chico' existem referências
a dois textos de dois livros de Emmanuel.O primeiro é este: "Sintonia" . O segundo virá breve...
Sintonia
As BASES de todos os
serviços de intercâmbio, entre os desencarnados e encarnados, repousam na
mente, não obstante as possibilidades de fenômenos naturais, no campo da
matéria densa, levados a efeito por entidades menos evoluídas ou extremamente
consagradas à caridade sacrificial.
De qualquer modo,
porém, é no mundo mental que se processa a gênese de todos os trabalhos da comunhão
de espírito a espírito.
Daí procede a
necessidade de renovação idealística, de estudo, de bondade operante e de fé ativa,
se pretendemos conservar o contato com os Espíritos da Grande Luz.
Simbolizemos nossa
mente como sendo uma pedra inicialmente burilada. Tanto quanto a do animal,
pode demorar-se, por muitos séculos, na ociosidade ou na sombra, sob a crosta
dificilmente permeável de hábitos nocivos ou de impulsos degradantes, mas se a
expomos ao sol da experiência, aceitando os atritos, as lições, os
dilaceramentos e as dificuldades do caminho por golpes abençoados do buril da
vida, esforçando-nos por aperfeiçoar o conhecimento e melhorar o coração, tanto
quanto a pedra burilada reflete a luz, certamente nos habilitamos a receber a
influência dos grandes gênios da sabedoria e do amor, gloriosos expoentes da
imortalidade vitoriosa, convertendo-nos em valiosos instrumentos da obra
assistencial do Céu, em favor do reerguimento de nossos irmãos menos
favorecidos e para a elevação de nós mesmos às regiões mais altas.
A fim de atingirmos tão
alto objetivo é indispensável traçar um roteiro para a nossa organização mental,
no Infinito Bem, e segui-lo sem recuar. Precisamos compreender - repetimos -
que os nossos pensamentos são forças, imagens, coisas e criações visíveis e
tangíveis no campo espiritual.
Atraímos companheiros e
recursos, de conformidade com a natureza de nossas ideias, aspirações,
invocações e apelos.
Energia viva, o
pensamento desloca, em torno de nós, forças sutis, construindo paisagens ou formas
e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou
recebemos a atuação dos outros.
Nosso êxito ou fracasso
dependem da persistência ou da fé com que nos consagramos mentalmente aos
objetivos que nos propomos alcançar.
Semelhante lei de
reciprocidade impera em todos os acontecimentos da vida.
Comunicar-nos-emos com
as entidades e núcleos de pensamentos, com os quais nos colocamos em sintonia.
Nos mais simples
quadros da natureza, vemos manifestado o princípio da correspondência.
Um fruto apodrecido ao
abandono estabelece no chão um foco infeccioso que tende a crescer, incorporando
elementos corruptores.
Exponhamos a pequena
lâmina de cristal, limpa e bem cuidada, à luz do dia, e refletirá infinitas cintilações
do Sol.
Andorinhas seguem a
beleza da primavera.
Corujas acompanham as
trevas da noite.
O mato inculto asila
serpentes.
A terra cultivada
produz o bom grão.
Na mediunidade, essas
leis se expressam, ativas.
Mentes enfermiças e
perturbadas assimilam as correntes desordenadas do desequilíbrio, enquanto que
a boa-vontade e a boa intenção acumulam os valores do bem.
Ninguém está só.
Cada criatura recebe de
acordo com aquilo que dá.
Cada alma vive no clima
espiritual que elegeu, procurando o tipo de experiência em que situa a própria
felicidade.
Estejamos, assim,
convictos de que os nossos companheiros na Terra ou no Além são aqueles que escolhemos
com as nossas solicitações interiores, mesmo porque, segundo o antigo
ensinamento evangélico, "teremos nosso tesouro onde colocarmos o coração".
Emmanuel
in “Encontros no tempo”
por Chico Xavier (10ª ed FEB - 1979)
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