Na
hora da prece
por Yó
Reformador
(FEB) Novembro 1920
Como se me faz dolorosa e triste esta existência!
Indago, percorro todos os escaninhos
de minha alma, para conhecer a causa de meus sofrimentos e nada encontro! Não sei
porque sofro tanto!
Aqueles que se diziam presos a mim pelos
laços de amizade, já pedi; contei as mágoas
de minha vida, as cruéis provações de minha jornada, e em nada me valeram: a todos
causei dó e nada mais!..
Oh! Deus de minha alma, que hei de fazer!?!
Já que me tens experimentado tanto, dá-me,
agora, uma inspiração, pois, do mundo nada mais espero. Aqui neste âmbito de tenebrosas
lutas só predomina o ouro, terrível látego das almas simples e bem formadas.
Ouro! Maldito metal que enxota os mais delicados
sentimentos de uma alma, os mais puros e elevados surtos da imaginação!
Os ambiciosos e maus, abrem as mãos e
alegremente o deixam correr para a jogatina, beberagens e toda a sorte de
depravações; mas se um infeliz pai de família pede-lhe uma esmola para socorrer
às necessidades de seu lar, negam-na e com uma piedade fingida, dizem:
Vieste tarde, meu amigo, infelizmente,
agora, estou desprevenido...
E assim são os homens: quanto mais avultada
lhes é a fortuna, mais ambiciosos e tiranos se tornam!
Oh! Céus! Perdoa os infelizes e
dá-me, de novo, a paz de que tanto necessito!
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