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A religião de nossos pais;
A religião de nossos filhos.
Quando, depois da destruição de
Jerusalém no ano 70 e, pois a ruína da Nação Judia, os judeus se voltaram a seu
Torá e seu Michna hebreus, eles abandonaram toda a literatura judia de língua
grega.
Os cristãos, entre outros salvados,
salvaram: os dois Apocalipses de Enoque, o 4º livro dos Edras. E, constata-se
ainda hoje que o grande Apocalipse de João foi feito sob as ruínas de um
Apocalipse judeu do tempo de Nero.
Mas a luz jorrou do ano 50 ao de 55.
As primeiras testemunhas do Cristianismo são as epístolas de Paulo.
O espaço de tempo que vai do ano 80
aos 120 é o período dos Evangelhos. Roma, Antioquia, Êfeso têm a direção do
movimento cristão.
Nos anos que precederam às cartas de
Paulo não apareceu escrito algum; aí só ficções da apologética e os mitos da fé
davam tênue luz às consciências cristãs até que viesse a luz do ano 50, de que
tratamos. O culto, que até então, era elementar, compreendia já a reunião
fraternal de fiéis ao mesmo, sendo a oração em comum.
As revoltas, que dizimaram os
judeus, procederam todas da persuasão de que os tempos eram chegados e que a
“promessa” outrora proclamada dos profetas de Javé (o deus de Israel) se
realizava ao fim.
O momento veio em que o Cristianismo
despertou as numerosas e ativas simpatias no mundo grego romano e lentamente,
foi se dando a ascensão da convicção, através das diversas camadas sociais
pagãs, onde a mentalidade religiosa não foi a mesma por toda a parte ao mesmo
tempo. Começou nos escravos, atingiu as senhoras, as mulheres livres e atraiu a
atenção de alguns homens instruídos, à pesquisa da verdade, graças ao que se
insinuou nas altas classes e mercê dos segundos tomou contato com a filosofia
ao corrente do século II e as consequências foram incalculáveis.
A união da Igreja e do Estado, no
tempo de Constantino, deu como absorvido o paganismo.
A religião, que olha o Cristo como o
seu próprio Deus e organizando-se espiritualmente engendra a Igreja Cristã, do
método primitivo de vida torna-se um corpo de doutrina. Percebemos pois, que a
ideia pauliana da união de todos os cristãos em Deus é perfeitamente
estabelecida e que ela se fortifica dessa convicção de que não existe senão
numa boa e salutar doutrina comum a todos.
Arthur Thompson
in “A Verdade sobre
Jesus”
C. E. Redemptor Editores, RJ – 1936
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