domingo, 19 de agosto de 2012

5. A Religião de nossos pais; a religião de nossos filhos


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A religião de nossos pais;
A religião de nossos filhos.

 
            Quando, depois da destruição de Jerusalém no ano 70 e, pois a ruína da Nação Judia, os judeus se voltaram a seu Torá e seu Michna hebreus, eles abandonaram toda a literatura judia de língua grega.

            Os cristãos, entre outros salvados, salvaram: os dois Apocalipses de Enoque, o 4º livro dos Edras. E, constata-se ainda hoje que o grande Apocalipse de João foi feito sob as ruínas de um Apocalipse judeu do tempo de Nero.

            Mas a luz jorrou do ano 50 ao de 55. As primeiras testemunhas do Cristianismo são as epístolas de Paulo.

            O espaço de tempo que vai do ano 80 aos 120 é o período dos Evangelhos. Roma, Antioquia, Êfeso têm a direção do movimento cristão.

            Nos anos que precederam às cartas de Paulo não apareceu escrito algum; aí só ficções da apologética e os mitos da fé davam tênue luz às consciências cristãs até que viesse a luz do ano 50, de que tratamos. O culto, que até então, era elementar, compreendia já a reunião fraternal de fiéis ao mesmo, sendo a oração em comum.

            As revoltas, que dizimaram os judeus, procederam todas da persuasão de que os tempos eram chegados e que a “promessa” outrora proclamada dos profetas de Javé (o deus de Israel) se realizava ao fim.

            O momento veio em que o Cristianismo despertou as numerosas e ativas simpatias no mundo grego romano e lentamente, foi se dando a ascensão da convicção, através das diversas camadas sociais pagãs, onde a mentalidade religiosa não foi a mesma por toda a parte ao mesmo tempo. Começou nos escravos, atingiu as senhoras, as mulheres livres e atraiu a atenção de alguns homens instruídos, à pesquisa da verdade, graças ao que se insinuou nas altas classes e mercê dos segundos tomou contato com a filosofia ao corrente do século II e as consequências foram incalculáveis.

            A união da Igreja e do Estado, no tempo de Constantino, deu como absorvido o paganismo.

            A religião, que olha o Cristo como o seu próprio Deus e organizando-se espiritualmente engendra a Igreja Cristã, do método primitivo de vida torna-se um corpo de doutrina. Percebemos pois, que a ideia pauliana da união de todos os cristãos em Deus é perfeitamente estabelecida e que ela se fortifica dessa convicção de que não existe senão numa boa e salutar doutrina comum a todos.
           


Arthur Thompson
in “A Verdade sobre Jesus”
C. E. Redemptor Editores, RJ – 1936  





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