Em torno
da beleza
Espírito Fernando
por Marcelo Nazareth
Não observes a beleza, através dos painéis da vulgaridade. Assinale em cada ser a beleza das obras de Deus, a expressão sublime da Lei.
Da mesma forma, não te coloques na posição de indiferença ou desdém ante a feiura. É a engenharia divina, no corpo de carne, a serviço da educação do ser, nos domínios do espírito.
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Ontem, recebemos o vaso bem esculpido para atrair os corações à elevação e a bondade e, chafurdando no lodaçal da vaidade, instilamos o ódio, preconizamos a avareza, conduzimos a angústias inomináveis.
Ontem, recebemos o Amor Divino, na feição de painéis corpóreos luminíferos, para conduzir à ternura e ao prazer de servir, e derribamos os corações a nós confiados, do caminho celeste, sob os tormentos de nosso eu animalizado, que conduziu a muitos à queda e à miséria.
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É da expressão da lei que a beleza seja o convite à sublimação do eu, a fortificação do espírito para a obra do bem maior, ao invés de ser o condutor às paixões que dissolvem e agrilhoam.
Afastados da retidão, fomos tomados pela nova forma, para a reengenharia dos processos que, no pretérito, corrompemos ou deslustramos, com o ácido do orgulho e do egoísmo.
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Hoje, portanto, cuida de teu corpo, patrimônio celeste, a ti fornecido, por empréstimo excelso, para tua auto-iluminação e para condução das criaturas.
Não negligencies suas necessidades, nem o entorpeças com teus desvarios.
Dá-lhe aquilo de que necessita, certo de que responderá consoante as tuas ações, que o conduzirão ao equilíbrio, ou que te trará os acicates da dor, para que te habilites ante os soberanos códigos da Lei Divina, que é a lei natural.
Avaliza, desse modo, as tuas ações e os teus pensamentos, em torno do vaso físico, teu e do teu próximo, a fim de que tudo seja motivo para tua edificação, antes que instrumento para tua queda.
Observa, desta forma, o que fazes, como ages, o que pensas.
Jesus asseverou, com clareza inigualável, que “quando teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luz”. Reveste-se de atualidade inconfundível o preceito do Amigo Divino.
Cada criatura dará contas expressas do que haja realizado consigo e com o outro. Beleza, como expressão do bem que contagia, enternece e enaltece. Deficiências, como educação do espírito rebelde que fostes até ontem.
Não olvides, pois, o talento, nem o enterres. Utiliza-o, a bem de todos, a fim de que ao atravessares a porta do túmulo, encontres a verdadeira beleza, a saúde imperecível e o bem inesgotável, após teu incessante, incansável e perseverante esforço. 13-05-97
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