Cólera Divina
A Redação Reformador (FEB) Março 1963
De um cavalheiro que se diz indiferente, despreocupado de
questões religiosas, recebemos um artigo, solicitando-nos a sua publicação.
Trabalho longo, porque longa é a lista por ele
organizada, enumerando desastres, incêndios, desmoronamentos, assassínios e toda
uma série de tragédias ocorridas em templos e conventos da Igreja Católica, em
todo o mundo.
A lista é realmente longa e termina registrando o recente
desmoronamento da capela de um colégio católico, na República do Equador,
desmoronamento que ocasionou a morte de mais de 100 meninas e freiras.
Depois dessa longa e trágica fieira, a que o articulista
deu o título que se lê no topo desta crônica, apresenta ele outra série de
frases colhidas da Bíblia, concluindo, afinal, aliás pelo processo sempre usado
pelo clero, quando tais ocorrências se verificam por meios não católicos,
concluindo, afinal, que tudo isso é a manifestação clara, evidente, insofismável,
da cólera divina contra aqueles que transformaram o Cristianismo em instrumento
de exploração da credulidade pública.
Nossa revista não está de acordo com os argumentos e com
as conclusões do Autor, razão por que não lhe publicamos o trabalho. Isso de
cóleras divinas é um absurdo, um contra senso, uma verdadeira blasfêmia, e não
seremos nós, os que compreendemos Deus como Pai, qual no-lo fez conhecer Jesus,
que iremos aceitá-lo como um criminoso vulgar, da pior espécie, a vingar-se e
aferir, colocando-se “atrás do toco”, como usam os assassinos cá da Terra
quando realizam as “empreitadas” que lhes dão os seus “mandantes”.
Não, todas essas tragédias são normais e podem ocorrer em
qualquer meio, religioso ou não. São, isso sim, reparações do passado, de vidas
anteriores e, muitas vezes, de libertação de espíritos cuja ascensão se acelerará,
após essa prestação de contas, através dos séculos que a todos nós esperam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário