Amigos, não Servos
15,9 “- Como o Pai me Ama, assim, também, Eu vos amo. Perseverai no Meu Amor.
15,10 Se guardares os Meus mandamentos, sereis constantes no Meu amor, como também Eu guardei os mandamentos de Meu Pai e persisto no Seu amor.
15,11 Disse-vos essas coisas para que a Minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa
15,12 Este é o Meu Mandamento: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amo.
15,13 Ninguém tem maior amor do que este: de dar a sua vida pelos seus amigos.
15,14 Vós sois Meus amigos, se fazeis o que vos instruo.
15,15 Não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o Senhor. Mas, chamo-os amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de Meu Pai.
15,16 Não fostes vós que me escolhestes, mas Eu vos escolhi a vós e vos constituí para que vades e produzais frutos, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quando pedirdes ao Pai em Meu nome, Ele vos conceda.
15,17 O que vos mando é que ameis uns aos outros.”
“Na localização histórica do Cristo, impressiona-nos a realidade de sua imensa afeição pela Humanidade.
Pelos homens, fez tudo o que era
possível em renúncia e dedicação.
Seus atos foram celebrados em
assembleias de confraternização e de
amor. A primeira manifestação de seu apostolado verificou-se na festa jubilosa
de um lar. Fez companhia aos publicanos, sentiu sede da perfeita compreensão de
seus discípulos. Era amigo fiel dos necessitados que se socorriam de suas
virtudes imortais. Através das lições evangélicas, nota-se-lhe o esforço para
ser entendido em sua infinita capacidade de amar. A última ceia representa uma
paisagem completa de afetividade integral. Lava os pés aos discípulos, ora pela
felicidade de cada um...
Entretanto, ao primeiro embate com
as forças destruidoras, experimenta o Mestre o supremo abandono. Em vão, seus
olhos procuram a multidão dos afeiçoados, beneficiados e seguidores. Os
leprosos e cegos, curados por suas mãos, haviam desaparecido.
Judas entregou-o com um beijo.
Simão, que lhe gozara a convivência doméstica, negou-o três vezes. João e Tiago
preferiram estacionar em acordos apressados com as acusações injustas. Mesmo
depois da Ressurreição, Tomé exigiu-lhe sinais.
Quando estiveres na “porta
estreita”, dilatando as conquistas da
vida eterna, irás também só. Não aguardes teus amigos. Não te compreenderiam;
no entanto, não deixes de amá-los. São crianças. E toda criança teme e exige
muito.”
Imbuídos de entusiasmo, somos
pródigos em manifestações exteriores, quanto a esse propósito, acrescentando
notar que quase todas elas se caracterizam por alto valor indutivo.
Esforçamo-nos por estudar-lhe
palavras e atitudes; e, claramente, não dispomos de quaisquer recursos outros
para penetrar-lhes o luminoso sentido.
Administramos
conselhos preciosos, em nome dele, sem que nos seja permitido manejar veículo
mais adequado às circunstâncias, a fim de que irmãos nossos consigam encontrar
a direção ou o caminho de que se mostram carecedores.
Escrevemos páginas que lhe expressam
as diretrizes; e não nos cabe agir de outro modo para que se nos amplie, na
Terra, a cultura de espírito.
Levantamos tribunas, em que lhe
retratamos o ensino pelo verbo bem
posto, sendo necessário que assim procedamos, difundindo esclarecimentos
edificantes que nos favoreçam a educação dos sentimentos.
Realizamos
pesquisas laboriosas, ajustando as elucidações inspiradas por ele aos preceitos
gramaticais em voga, competindo-nos reconhecer que não existe outra via senão
essa para fazer-lhe a orientação respeitada nas assembléias humanas.
Entretanto isso não basta.
Ele mesmo não se limitou a induzir.
Demonstrando a própria união com o Eterno Bem, consagrou-se a substancializá-lo
na construção do bem de todos.
Em verdade, podemos reverenciar o Cristo,
aqui e ali, dessa ou daquela forma, resultando, invariavelmente, alguma
vantagem de semelhante norma externa; mas, para sabermos como usufruir-lhe a sublime
intimidade, é forçoso lhe ouçamos a afirmação categórica:
-Vós sois meus amigos se
fizerdes o que vos mando.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário