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quarta-feira, 20 de março de 2013

Quem dizeis que Eu sou?





“-Quem Dizeis que Eu sou?”
por Rodolfo Calligaris



Reformador (FEB) Dezembro 1969

“Chegando às cercanias de Cesareia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos:
Que é que o povo diz do filho do homem?
Eles responderam: Uns dizem que João Batista; outros - que Elias;
e outros - Jeremias ou algum antigo profeta que ressuscitou.
Disse-lhe: E vós, quem dizeis que eu sou?
Pedro, respondendo, disse: És o Cristo de Deus.
(Mt. 15: 13-16; Mc. 8: 27-29; (Lc 9: 18-20)



            A simples leitura do texto supra deixa provado que era ideia corrente entre os hebreus a possibilidade do retorno à Terra, por meio da reencarnação.

            As noções que tinham sobre isso, entretanto, eram difusas e confusas. Enquanto uns acreditavam ser uma lei de aplicação geral, outros imaginavam que apenas os profetas poderiam vir terminar, em uma nova existência, determinadas missões iniciadas num passado mais que menos longínquo e interrompidas pela morte.

            O termo que usavam para expressar essa volta à vida corpórea: “ressurreição”, do verbo ressurgir, aparecer novamente, também não era muito explícito, e daí o ter sido substituído, hodiernamente, por “reencarnação”, que a define melhor.

            Não subsiste, porém, a menor dúvida de que a crença comum dos judeus era, realmente, de renascimento, de vidas sucessivas, e não de revivescimento de corpos mortos (ressurreição da carne), que é coisa impossível, porquanto, com a decomposição cadavérica, os elementos desses corpos são dispersos e absorvidos por outras formas do reino mineral, vegetal ou animal.

            Sim, conhecido desde o nascimento, Jesus só poderia ser um profeta ‘reencarnado' nunca ressuscitado, caso em que ressurgiria como adulto e não no corpo de uma criancinha.

            Com efeito, as respostas dadas pelos apóstolos, traduzindo a opinião generalizada do povo a respeito de Jesus, mostram que todos lhe atribuíam uma existência anterior, embora divergissem na suposição de ser ele a reencarnação deste ou daquele profeta da antiguidade.

            Se essa hipótese, digamos assim, fosse absurda ou falsa, o Mestre, por certo, não deixaria de aproveitar tão excelente oportunidade para desfazer-lhes o equívoco. Não o fazendo, seu silêncio, por si só, já seria forte indício de que a pluralidade das existências possui foros de veracidade . Corno diz o provérbio: “Quem cala, consente.”

            Ao indagar, entretanto, de seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou ?”, Jesus a confirma plenamente, pois é inconcebível que estivesse a brincar com eles, mormente em assunto de tamanha transcendência.

            Destarte, em que pese à incredulidade de muitos, é com o testemunho do próprio Mestre que o Espiritismo afirma: Nascer, viver, morrer, renascer ainda, progredir continuamente -  tal é a lei.


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