Palavra
aos
Espíritas
(Página
recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública da
Comunhão
Espírlta Cristã, na noite de 17/4/59, na cidade de Uberaba, Minas Gerais.)
Reformador
(FEB) Julho 1959
Espiritismo
revivendo o Cristianismo eis a nossa responsabilidade.
Como
outrora Jesus revelou a verdade em amor, no seio das religiões bárbaras de há
dois mil anos, usando a própria vida como espelho do ensinamento de que se
fizera veículo, cabe agora ao Espiritismo confirmar lhe o ministério divino,
transfigurando-lhe as lições em serviço de aprimoramento da Humanidade.
Espíritas!
Lembremo-nos
de que templos numerosos, há muitos séculos, falam d'Ele efetuando porfiosa
corrida ao poder humano, olvidando lhe a abnegação e a humildade.
E
porque não puderam acomodar-se aos imperativos do Evangelho, fascinados que se
achavam pela posse da autoridade e do ouro, erigiram pedestais de intolerância
para si mesmos.
Todavia,
a intolerância é a matriz do fratricídio, e o fratricídio é a guerra de
conquista em ação. E a lei da guerra de conquista é o império da rapina e do
assalto, da insolência e do ódio, da violência e da crueldade, proscrevendo a
honra e aniquilando a cultura, remunerando a astúcia e laureando o crime,
acendendo fogueiras e semeando ruínas em rajadas de sangue e destruição.
Somos,
assim, chamados à tarefa da restauração e da paz, sem que essa restauração
signifique retorno aos mesmos erros e sem que essa paz traduza a inércia dos
pântanos.
É
imprescindível estudar educando, e trabalhar construindo.
Não
vos afasteis do Cristo de Deus, sob pena de converterdes o fenômeno em fator de
vossa própria servidão às cidadelas da sombra, nem algemeis os punhos mentais
ao cientificismo pretensioso.
Mantende
o cérebro e o coração em sincronia de movimentos, mas não vos esqueçais de que
o Divino Mestre superou a aridez do raciocínio com a água viva do sentimento, a
fim de que o mundo moral do homem não se transforme em pavoroso deserto.
Aprendamos
do Cristo a mansidão vigilante.
Herdemos
do Cristo a esperança operosa.
Imitemos
do Cristo a caridade intimorata.
Tenhamos
do Cristo o exemplo resoluto.
Saibamos
preservar e defender a pureza e a simplicidade de nossos princípios.
Não
basta a fé para vencer. É preciso que a fidelidade aos compromissos assumidos
se nos instale por chama inextinguível na própria alma.
Nem
conflitos estéreis.
Nem
fanatismo dogmático.
Nem
tronos de ouro.
Nem
exotismos.
Nem
perturbação fantasiada de grandeza intelectual.
Nem
bajulação às conveniências do mundo.
Nem
mensagens de terror.
Nem
vaticínios mirabolantes.
Acima
de tudo, cultuemos as bases codificadas por Allan Kardec, sob a chancela do
Senhor, assinalando-nos as vidas renovadas, no rumo do Bem Eterno.
O
Espiritismo, desdobrando o Cristianismo, é claro como o sol.
Não
nos percamos em labirintos desnecessários, porquanto ao espírita não se permite
a expectação da miopia mental.
Sigamos,
pois, à frente, destemerosos e otimistas, seguros no dever e leais à própria
consciência, na certeza de que o nome de Nosso Senhor Jesus-Cristo está
empenhado em nossas mãos.
Emmanuel
Nenhum comentário:
Postar um comentário