Esta NÃO é uma foto de uma materialização mas sim de um 'adorno' de um túmulo...
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Fenômenos
de Materialização
por Manoel Quintão
Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira
1942
Médium
receitista há 20 anos, médium de passes também, magnetizador portanto, bastaria
narrar aqui, com singeleza alguns resultados obtidos pessoalmente, para
infirmar a sentença "ex-catedra", mesmo porque, fatos não são
teorias, nem se lhes dá a eles - os fatos - para que se verifiquem, aguardar o
veredictum dos que os observam e, bem ou mal, os interpretam.
Os
bólidos caíam do céu .. , um sábio de alto coturno dizia, então: "como
podem cair pedras do céu, se no céu não ha pedras?"
Hoje
os bólidos estão quimicamente analisados e ninguém, que se preze de mediana
cultura, lhes desconhece a gênese.
Assim,
a rotação da Terra com Galileu; assim a circulação do sangue com Harvey; assim
outras muitas descobertas, leis, conquistas foram negadas e condenadas a seu
tempo, pela Ciência oficial.
Pois
bem: parodiando a cinca (enganosa, errada) acadêmica,
poderíamos colocar na boca do sentencioso esculápio contemporâneo a seguinte
frase: como pode haver Magnetismo, se eu não vejo, não toco, não sinto o
chamado fluido magnético?
E,
contudo, o sentiria, tocaria e veria, se o quisesse, tal como fizeram De
Rochas, Durville, Dr. Luyz e tantos outros sábios experimentadores argutos e
probos, que constataram a esteriorização da sensibilidade e da motricidade, a
fotografia dos eflúvios, a medicina transplantatoria, a ação medicamentosa à
distância, etc.
Destarte,
conheceria o Dinamoscópio de Callongues, o Magnetômetro de Fértin, o Galvanômetro
de Crookes, o Biômetro de Baraduc, o Pêndulo de Thore...
Os
homens sérios, os chefes de escolas
quaisquer, científicas, filosóficas ou religiosas, todos quantos reivindicam
autoridade para falar ao público e nortear correntes de pensamento; precisam
capacitar-se de uma coisa - é que nos encontramos em fase singularíssima de
evolução planetária, com um nível psicológico coletivo que sobrepaira a todos os
interesses efêmeros e secundários.
Isso
não será fácil, talvez, a esses que tais consagrados "Mestres em
Israel", brevetados da Ciência oficial, cujos marcos de penetração se
fincam nas extremas coordenadas do dinamismo molecular.
A
verdade, entretanto, é que, hoje como nunca, aumenta o número dos que leem e
raciocinam de conta própria: dos que se não deixam encantar por meras teorias
mais ou menos abstrusas (difícil de compreender) e retumbantes.
A
Revelação Espírita, em seu opulento desdobrar de maravilhas, veio, precisamente
encerrar o período da Fé Cega, do ‘crê ou morre’, do "magister
dixit".
Hoje
o homem, tal como o homem de todos os tempos, quer crer, tem necessidade
substancial de crer, mas, paralelamente, com o evolver da inteligência, tem
necessidade de compreender.
Os
espiritistas, neste ponto (e já alguém judiciosamente o observou) diferimos de
outros crentes, pois que buscamos na meditação, no estudo e na observação a
veracidade da nossa crença, que, de resto, não comporta dogmas nem mistérios.
Nem
para nós os arcanos da Natureza se podem prefigurar, inabordáveis e inacessíveis,
por transcendentes, uma vez que a lei é de progresso indefinito e a Natureza é
obra de Deus, na qual e pela qual a Deus se glorifica.
Seria
mesmo neste sentido que o Divino Mestre sentenciava: Sede perfeitos como meu Pai é perfeito.
Bezerra
de Menezes, médico ilustre e apóstolo espiritista que o foi para nosso país,
costumava dizer: Religião e Ciência são como as asas do Espírito, com as quais ele
voa para Deus.
Como
poderia o Espírito, ave do céu, voar como uma só asa?
Religião
e Ciência! Unamo-las aqui, porque também dito foi que a pequena ciência nega e
a grande ciência afirma Deus.
Foi
louvado nestas cogitações e confiado na vossa tradicional benevolência que me
permiti respigar estas considerações e fatos Ilustrativos da tese em apreço,
preenchendo esta hora suavíssima de harmonia, que baixa de cimos celestes em
retábulos de luz, para amenizar, sintonizando- as no mesmo anseio de Paz, as
nossas almas lúridas (poética: pálido, lívido, escuro) e vacilantes na
prova individual e coletiva.
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