Fenômeno é
Espiritismo
por Túlio Tupinambá Reformador (FEB) Janeiro 1963
É sempre útil o estudo paciente da
Doutrina Espírita e das conclusões dos exegetas de grande autoridade no
movimento. Os fenômenos mediúnicos constituem um estudo profundamente interessante
e de importância inegável para a penetração e difusão do Espiritismo.
Allan Kardec, em “O Livro dos
Espíritos”, demonstrou a importância desse estudo, no Capítulo IX – “Da
intervenção dos Espíritos no mundo corporal”. Dizer-se que “o fenômeno mediúnico
não é Espiritismo” constitui uma afirmativa ousada e inverídica, porque é o
contrário que se dá, pois o que especifica o Espiritismo é o fenômeno mediúnico.
Entretanto, certo estará quem disser que o Espiritismo não é só o fenômeno. Aí,
sim, estará completa a definição.
A parte oral é de importância
fundamental para a educação da Humanidade. Poderá levá-la à felicidade que
constitui a aspiração máxima da criatura humana. Por isto, reconhecendo sua magna
importância, foi que surgiu “O Evangelho segundo o Espiritismo”, porque nada é
mais necessário ao homem do que evangelizar-se. O Evangelho dá Iuz, orientação,
paz, coragem, paciência, resignação, energia e esperança.
Para coadjuvar a educação evangélica
ministrada em “O Evangelho segundo o Espiritismo",
de Kardec, para coadjuvar e reforçar essa educação, temos “Os Quatro Evangelhos”,
de Roustaing, obra admirável, ditada pelos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e
João, através da médium Sra. Collignon, mãe do Prefeito de Bordéus, França.
Às vezes alguém alude a uma atitude
negativa de Kardec em relação a essa obra. Entretanto, sempre é bom repetir, em
“Revue Spirite”, de Junho de 1866,
Allan Kardec, ao noticiar o aparecimento desse trabalho, julgou-o “considerável
e com o mérito de não estar em contradição, por qualquer dos seus pontos, com a
doutrina ensinada no O Livro dos Espíritos
e no dos Médiuns, e que ele, Kardec,
não havia realizado trabalho semelhante porque não julgara oportuno fazê-lo,
antes que a opinião geral estivesse familiarizada com a ideia espírita (Veja-se
a obra “Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita”).
Ninguém pode, a meu parecer,
considerar-se suficientemente enfronhado no estudo evangélico do Espiritismo
sem dedicar também algum tempo a “Os
Quatro Evangelhos”.
Mas Kardec não se deteve naquela
apreciação pois, na mesma revista, esclareceu: “Estas observações, subordinadas
à sanção do futuro, em nada diminuem a
importância da obra que, de par com algumas coisas duvidosas, segundo o
nosso ponto de vista, outras contém incontestavelmente
boas e verdadeiras e será consultada, com proveito, pelos espíritas
conscienciosos.”
Voltando à importância do fenômeno,
diremos, porém, que seu estudo não é indispensável à educação moral do homem.
Esta parte diz respeito à parte moral da Doutrina, ao “Evangelho segundo o
Espiritismo”, assim como a "Os Quatro Evangelhos" (que também
esclarece, ao elucidar, o papel que o fenômeno teve na passagem de Jesus por
este planeta).
Finalizando, diremos àqueles que nos
lerem estas palavras de Paulo a Timóteo (I-4:15): “Medita estas coisas; ocupa-te nelas para que o teu aproveitamento seja
manifesto a todos.”
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