sexta-feira, 20 de novembro de 2020

"Fenômeno é Espiritismo"

 

Fenômeno é Espiritismo

por Túlio Tupinambá   Reformador (FEB) Janeiro 1963

 

            É sempre útil o estudo paciente da Doutrina Espírita e das conclusões dos exegetas de grande autoridade no movimento. Os fenômenos mediúnicos constituem um estudo profundamente interessante e de importância inegável para a penetração e difusão do Espiritismo.

            Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, demonstrou a importância desse estudo, no Capítulo IX – “Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal”. Dizer-se que “o fenômeno mediúnico não é Espiritismo” constitui uma afirmativa ousada e inverídica, porque é o contrário que se dá, pois o que especifica o Espiritismo é o fenômeno mediúnico. Entretanto, certo estará quem disser que o Espiritismo não é só o fenômeno. Aí, sim, estará completa a definição.

            A parte oral é de importância fundamental para a educação da Humanidade. Poderá levá-la à felicidade que constitui a aspiração máxima da criatura humana. Por isto, reconhecendo sua magna importância, foi que surgiu “O Evangelho segundo o Espiritismo”, porque nada é mais necessário ao homem do que evangelizar-se. O Evangelho dá Iuz, orientação, paz, coragem, paciência, resignação, energia e esperança.

            Para coadjuvar a educação evangélica ministrada em “O Evangelho segundo o Espiritismo", de Kardec, para coadjuvar e reforçar essa educação, temos “Os Quatro Evangelhos”, de Roustaing, obra admirável, ditada pelos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, através da médium Sra. Collignon, mãe do Prefeito de Bordéus, França.

            Às vezes alguém alude a uma atitude negativa de Kardec em relação a essa obra. Entretanto, sempre é bom repetir, em “Revue Spirite”, de Junho de 1866, Allan Kardec, ao noticiar o aparecimento desse trabalho, julgou-o “considerável e com o mérito de não estar em contradição, por qualquer dos seus pontos, com a doutrina ensinada no O Livro dos Espíritos e no dos Médiuns, e que ele, Kardec, não havia realizado trabalho semelhante porque não julgara oportuno fazê-lo, antes que a opinião geral estivesse familiarizada com a ideia espírita (Veja-se a obra “Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita”).

            Ninguém pode, a meu parecer, considerar-se suficientemente enfronhado no estudo evangélico do Espiritismo sem dedicar também algum tempo a “Os Quatro Evangelhos”.

            Mas Kardec não se deteve naquela apreciação pois, na mesma revista, esclareceu: “Estas observações, subordinadas à sanção do futuro, em nada diminuem a importância da obra que, de par com algumas coisas duvidosas, segundo o nosso ponto de vista, outras contém incontestavelmente boas e verdadeiras e será consultada, com proveito, pelos espíritas conscienciosos.”

            Voltando à importância do fenômeno, diremos, porém, que seu estudo não é indispensável à educação moral do homem. Esta parte diz respeito à parte moral da Doutrina, ao “Evangelho segundo o Espiritismo”, assim como a "Os Quatro Evangelhos" (que também esclarece, ao elucidar, o papel que o fenômeno teve na passagem de Jesus por este planeta).

            Finalizando, diremos àqueles que nos lerem estas palavras de Paulo a Timóteo (I-4:15): “Medita estas coisas; ocupa-te nelas para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.”


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