A Vida
por Geminiano Barboza Reformador (FEB) Setembro 1917
A vida, dizia um certo escritor, para os maus é má e para os bons é boa.
Má,
porque os maus não a compreendem como devem. Passam-na inteiramente despreocupados, julgando que ela se resume
nos gozos efêmeros e pueris do pequenino globo que habitamos.
Boa,
porque sem ela não poderíamos chegar à perfeição.
Por
ela, sofremos os maiores tormentos, e trazemos o espirito agrilhoado, e
trazemos o espírito aguilhoado devidos aos grandes vendavais que tangem a alma
humana.
Não
há dúvida que, às vezes, as torturas são tantas, e o nosso espírito tão fraco,
que sucumbe em meio da peleja.
A
luta trava-se, e nós como humildes lutadores que somos, e impelidos também
pelas grandes dores morais, abandonamo-la, quando devíamos prosseguir
tenazmente para sermos vencedores.
A
vida é o cadinho de todas as provações, é por onde temos de passar, todos, para
no fim da jornada, termos o galardão,
segundo o nosso merecimento. Se formos bons, justos, lá encontraremos, no
supremo juiz, o prêmio conquistado por nós. Se formos rebeldes, e não
cumprirmos os nossos deveres com toda a correção, lá também havemos de
encontrar o mesmo juiz, que com o mesmo carinho e amor, nos fará mostrar o
tempo perdido, e nos mandará indicar a nova rota a seguir.
Sejamos
fortes, pois, encaremos a vida com todas as durezas e todos os horrores;
olhemos para trás, e vejamos o caminho percorrido cheio do espinhos e
desilusões; levantemos os olhos para o Pai amantíssimo, e ergamos uma ardente
súplica, para que Ele venha em nosso auxílio, dando-nos a coragem necessária,
para transpormos as colossais barreiras que nos embargam os passos.
Buscando
apelo nos mais fortes, devemos dar a mão aos fracos e infelizes, que atravessam
a mesma jornada como simples indiferentes, ensinar-lhes a serem fortes,
enfrentar todas as decepções da vida com verdadeira humildade resignação
cristãos, dizendo como o nosso saudoso poeta Laurindo Ribeiro, que, depois de
deixar família e pátria, morreu num leito de dor e de miséria, bendizendo o
sofrimento que tanto o acabrunhava:
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“Quem a morte encontrou no lar da
vida,
Deve a vida encontrar no lar da
morte.”
Deolinda Tosta (Clarim, Matão, SP)
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