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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

A Vida

                        

A Vida

por Geminiano Barboza    Reformador (FEB) Setembro 1917

             A vida, dizia um certo escritor, para os maus é má e para os bons é boa.

            Má, porque os maus não a compreendem como devem. Passam-na inteiramente  despreocupados, julgando que ela se resume nos gozos efêmeros e pueris do pequenino globo que habitamos. 

            Boa, porque sem ela não poderíamos chegar à perfeição.

            Por ela, sofremos os maiores tormentos, e trazemos o espirito agrilhoado, e trazemos o espírito aguilhoado devidos aos grandes vendavais que tangem a alma humana.

            Não há dúvida que, às vezes, as torturas são tantas, e o nosso espírito tão fraco, que sucumbe em meio da peleja.

            A luta trava-se, e nós como humildes lutadores que somos, e impelidos também pelas grandes dores morais, abandonamo-la, quando devíamos prosseguir tenazmente para sermos vencedores.

            A vida é o cadinho de todas as provações, é por onde temos de passar, todos, para no  fim da jornada, termos o galardão, segundo o nosso merecimento. Se formos bons, justos, lá encontraremos, no supremo juiz, o prêmio conquistado por nós. Se formos rebeldes, e não cumprirmos os nossos deveres com toda a correção, lá também havemos de encontrar o mesmo juiz, que com o mesmo carinho e amor, nos fará mostrar o tempo perdido, e nos mandará indicar a nova rota a seguir.

            Sejamos fortes, pois, encaremos a vida com todas as durezas e todos os horrores; olhemos para trás, e vejamos o caminho percorrido cheio do espinhos e desilusões; levantemos os olhos para o Pai amantíssimo, e ergamos uma ardente súplica, para que Ele venha em nosso auxílio, dando-nos a coragem necessária, para transpormos as colossais barreiras que nos embargam os passos. 

            Buscando apelo nos mais fortes, devemos dar a mão aos fracos e infelizes, que atravessam a mesma jornada como simples indiferentes, ensinar-lhes a serem fortes, enfrentar todas as decepções da vida com verdadeira humildade resignação cristãos, dizendo como o nosso saudoso poeta Laurindo Ribeiro, que, depois de deixar família e pátria, morreu num leito de dor e de miséria, bendizendo o sofrimento que tanto o acabrunhava:

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“Quem a morte encontrou no lar da vida,

Deve a vida encontrar no lar da morte.”

 Deolinda Tosta (Clarim, Matão, SP)

 


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