Amor à
Doutrina
por Umberto Ferreira
Reformador (FEB) Outubro
1975
Todos os espíritas reconhecem os inúmeros benefícios que
recebem constantemente do Espiritismo, seja na forma de assistência espiritual,
seja na do conhecimento que liberta.
No entanto, muitos não têm demonstrado amor a esta
Doutrina tão benéfica.
Ao invés de trabalharem pela conservação de seu bom
conceito e pela manutenção de sua pureza, utilizam-na como meio de exaltação da
própria personalidade, conspurcam-na com suas ideias próprias e não conseguem
sacrificar seus interesses pessoais pelo seu engrandecimento.
Muitas vezes, preocupados em manter as casas espíritas
cheias, não hesitam em introduzir nas reuniões práticas ritualismos, ou em
fazer reuniões mediúnicas em público. E, quando admoestados, ainda que
fraternalmente, reagem numa atitude que denuncia a primazia dos interesses pessoais
sobre os da Doutrina.
É necessário reconhecermos que a Doutrina é dos
Espíritos. E nós estamos tendo a oportunidade de trabalhar no campo fértil que
ela nos faculta, a fim de beneficiarmos a nós mesmos. Não temos o direito de
cultivar o personalismo, pois este é extremamente prejudicial ao movimento espírita.
Se militarmos num centro ou instituição espírita
qualquer, teremos o dever de orientar-nos unicamente
pela Codificação Kardequiana, renunciando às nossas ideias que se choquem com
seus princípios.
Por outro fado, é imperioso nos esforcemos para superar o
amor-próprio ferido nas divergências doutrinárias, e conter nossos impulsos de
trazer a público, através da imprensa ou de palestras, estas divergências, pois
isto só tem servido para estabelecer confusão no meio espírita.
A posição ideal do espírita deve ser, portanto, a de
absoluta fidelidade e amor à Doutrina, nada
realizando ou falando nas instituições espíritas, ou escrevendo nos periódicos,
sem um estudo prévio, um confronto com as obras básicas. Só deveremos fazer
aquilo que contribua para o engrandecimento do Espiritismo.
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