Mansos
de coração
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Agosto 1953
Quando Jesus proclamou a felicidade dos mansos de
coração, não se propunha, de certo, exaltar a ociosidade, a hesitação e a
fraqueza.
Muita
gente, a pretexto de merecer o elogio evangélico, foge aos mais altos deveres
da vida e abandona-se à preguiça ou à fé inoperante, acreditando cultivar a
humildade.
O
Mestre desejava destacar as almas equilibradas, os homens compreensivos e as
criaturas de boa vontade que, alcançando o valor do tempo, sabem plantar o bem
e esperar-lhe a colheita, sem desespero e sem violência.
A
cortesia é o primeiro passo da caridade.
A
gentileza é o princípio do amor.
Ninguém
precisa, pois, aguardar o futuro, a fim de possuir a Terra. É possível orientá-la
hoje mesmo, detendo-lhe os favores e talentos, entre os nossos semelhantes, -cultuando
a bondade fraternal.
As
melhores oportunidades de cada dia no mundo pertencem àqueles que melhores se
fazem para quantos lhes rodeiam os passos. E ninguém se faz melhor,
arremessando pedras de irritação ou espinhos de amargura na senda dos
companheiros.
A
sabedoria é calma e operosa, humilde e confiante.
O espírito
de quem ara a terra com Jesus compreende que o pântano pede socorro, que a planta
frágil espera defesa, que o mato inculto reclama cuidado e que os debitas do
temporal podem ser convertidos em valioso adubo no silêncio do chão.
Se
pretendes, pois, a subida evangélica, aprende a auxiliar sem distinção.
A
pretexto de venerar a verdade, não aniquiles as promessas do amor. Abraça o teu
roteiro, com a alegria de quem trabalha por fidelidade ao Sumo Bem, entendendo
a graça da esperança, a benefício de todos, e, um dia, todos os que te cercam e
te acompanham entoarão o cântico da bem-aventurança que o teu coração escreveu
e compôs nos teus atos, aparentemente pequeninos de fraternidade e sacrifício,
em favor dos outros, em tua jornada de ascensão à Divina Luz.
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