A Coroa de Espinhos
27,27 Os
soldados do governador conduziram Jesus para o Pretório e rodearam-no com todo
o pelotão.
27,28 Arrancaram-Lhe as
vestes e colocaram-Lhe um manto escarlate.
27,29 Depois, trançaram-Lhe uma coroa de espinhos,
meteram-Lha na cabeça e puseram-Lhe na mão uma vara. Dobrando os joelhos diante
Dele, diziam com escárnio: Salve, Rei dos Judeus!
27,30 Cuspiam-Lhe no rosto e, tomando da vara,
davam-Lhe golpes na cabeça.
27,31 Depois
de escarnecerem Dele, tiraram-Lhe o manto e entregaram-Lhe as vestes. Em
seguida, levaram-no para o crucificar!
O
Teatro Vivo, conforme relato de Luiz Sérgio por Irene Pacheco Machado, em “Dois Mundos
Tão Meus” é excelente oportunidade para nos inserirmos no contexto da história
do Cristo vivenciando-a muito de perto:
“Víamos Jesus na sala de Pilatos:
Sua figura digna, linda e majestosa impressionara o Procurador romano,
acostumado a lidar com culpados. Junto a ele, encontrava-Se o Mestre, o
Governador da Terra. Não via culpa em Jesus, via um homem de aspecto calmo e digno,
cujo rosto refletia a paz dos deuses.
Quem
é esse homem, e para que o trouxestes? Que acusações trazeis contra este homem? perguntava Pilatos. Ninguém
ousava depor contra Jesus, o que assustou os sacerdotes, que julgaram Pilatos
fraco e vacilante. Mas ali estava Ele, diante de Pilatos e era necessário
julgá-Lo.
Volvendo o olhar para Jesus,
perquiriu: Vós sois o rei dos judeus?,
ao que Jesus respondeu: Tu o dizes.
Gritos
se fizeram ouvir, todos pediam a condenação de Jesus. Mesmo assim, Pilatos
muitas vezes tentou ajudá-Lo. entretanto seus interesses foram maiores do que o
sentimento. Diziam os sacerdotes:
“Este homem alvoroça o povo, ensinando por toda a Judeia.” Ao ouvir que Cristo
era da Judeia, Pilatos decidiu mandá-Lo para Herodes, Governador daquela
província. Jesus foi entregue aos soldados e mais uma vez insultado pelo povo
enfurecido.
Vimos Cristo sendo levado a Herodes.
Este, ao vê-Lo, sorriu de felicidade, pois nutria uma louca vontade de conhecer
Jesus pessoalmente. Julgava que Jesus fosse João, que ele assassinara
cruelmente. Este é João, que mandei
degolar; ressuscitou dos mortos (Marcos 6,16). Muitos sacerdotes e anciãos
acompanharam Cristo até Herodes. Ele pediu silêncio e com muito orgulho e
arrogância interrogou Jesus, mas o Mestre manteve-Se em completo silêncio.
Nisso entraram no recinto coxos,
cegos, leprosos, enfim, vários enfermos. Pediu Herodes que Jesus os curasse,
prometendo-Lhe sua libertação se curasse um daqueles doentes. O olhar de
piedade com que Jesus fixara Herodes era de fazer gelar qualquer criatura, mas
o duro Governador continuou atormentando Jesus, dizendo serem os demônios os autores das
curas.
O silêncio de Jesus enfurecia
Herodes, entretanto o Mestre, naquele momento, não ia jogar pérolas aos porcos;
viera para dar exemplos e, mesmo que curasse os doentes, não acreditariam n’
Ele. Herodes, irado, acusou Jesus, dizendo: “ Se és filho de Deus, salva-te a ti mesmo operando milagre ”. O povo avançou sobre Jesus, instigado por
Herodes, mas os soldados romanos não permitiram que Jesus fosse esquartejado.
Assim, Herodes não pode condená-Lo.
Mandou-O de volta a Pilatos, que,
desorientado, viu-se novamente diante do Mestre, principalmente porque Cláudia,
sua esposa, que não era judia, tivera um sonho com Jesus, no qual um anjo lhe
contara que Ele era o Príncipe de Deus.
Ela era médium vidente e previu tudo
o que estava acontecendo.
Pilatos, assombrado, não sabia o que fazer. A
arriscar sua posição, preferiu entregar Jesus para ser crucificado, mas
declarando-se inocente do sangue de Cristo.
Caifás, então, gritou, juntamente com a
multidão: “ -Seu sangue cairá sobre nós e
sobre nossos filhos.” O povo fez sua escolha.
Pilatos ainda olhou para o Cristo, deu um
passo em Sua direção, mas voltou atrás.
O poder era mais importante do que a vida de
um homem.
Então Cristo, o nosso Jesus, o
Homem-deus, o Mestre dos Mestres, foi levado ao calvário...”
Para
Mt (27,27-31), -A Coroa de Espinhos - encontramos em “Elucidações
Evangélicas”, (Ed. FEB), de Antônio Luiz Sayão, a palavra a seguir apresentada:
“Os exemplos de paciência e resignação que
neste passo deu Jesus, devemos tê-los presentes sempre ao nosso espírito. Não
sejamos nunca dos que acusam e insultam, por mais que pareça legítimo o direito
que nos assista de assim proceder, porque, cegos que somos, podemos estar a
acusar e insultar a um inocente.
A
paciência e a doçura é o que nos cumpre opor aos que de nós zombem ou
escarneçam. Fora inútil tentarmos demonstrar a cegos os princípios e as
propriedades da luz. Perderíamos o nosso tempo. Firmemo-nos na pureza das
nossas intenções, na pureza da nossa consciência e dos nossos atos e estejamos
certos de ter sempre no Senhor um juiz imparcial e equânime.”
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