sábado, 2 de maio de 2020

A Coroa de Espinhos



A Coroa de Espinhos

 27,27 Os soldados do governador conduziram Jesus para o Pretório e rodearam-no com todo o pelotão. 
27,28  Arrancaram-Lhe as vestes e colocaram-Lhe um manto escarlate. 
27,29  Depois, trançaram-Lhe uma coroa de espinhos, meteram-Lha na cabeça e puseram-Lhe na mão uma vara. Dobrando os joelhos diante Dele, diziam com escárnio: Salve, Rei dos Judeus! 
27,30  Cuspiam-Lhe no rosto e, tomando da vara, davam-Lhe golpes na cabeça. 
27,31  Depois de escarnecerem Dele, tiraram-Lhe o manto e entregaram-Lhe as vestes. Em seguida, levaram-no para o crucificar!
  
         O Teatro Vivo, conforme relato de Luiz Sérgio por Irene Pacheco Machado, em “Dois Mundos Tão Meus” é excelente oportunidade para nos inserirmos no contexto da história do Cristo vivenciando-a muito de perto:

            “Víamos Jesus na sala de Pilatos: Sua figura digna, linda e majestosa impressionara o Procurador romano, acostumado a lidar com culpados. Junto a ele, encontrava-Se o Mestre, o Governador da Terra. Não via culpa em Jesus, via um homem de aspecto calmo e digno, cujo rosto refletia a paz dos deuses.

            Quem é esse homem, e para que o trouxestes? Que acusações trazeis contra este homem? perguntava Pilatos. Ninguém ousava depor contra Jesus, o que assustou os sacerdotes, que julgaram Pilatos fraco e vacilante. Mas ali estava Ele, diante de Pilatos e era necessário julgá-Lo.

            Volvendo o olhar para Jesus, perquiriu: Vós sois o rei dos judeus?, ao que Jesus respondeu: Tu o dizes.

            Gritos se fizeram ouvir, todos pediam a condenação de Jesus. Mesmo assim, Pilatos muitas vezes tentou ajudá-Lo. entretanto seus interesses foram maiores do que o sentimento.      Diziam os sacerdotes: “Este homem alvoroça o povo, ensinando por toda a Judeia.” Ao ouvir que Cristo era da Judeia, Pilatos decidiu mandá-Lo para Herodes, Governador daquela província. Jesus foi entregue aos soldados e mais uma vez insultado pelo povo enfurecido.

            Vimos Cristo sendo levado a Herodes. Este, ao vê-Lo, sorriu de felicidade, pois nutria uma louca vontade de conhecer Jesus pessoalmente. Julgava que Jesus fosse João, que ele assassinara cruelmente. Este é João, que mandei degolar; ressuscitou dos mortos (Marcos 6,16). Muitos sacerdotes e anciãos acompanharam Cristo até Herodes. Ele pediu silêncio e com muito orgulho e arrogância interrogou Jesus, mas o Mestre manteve-Se em completo silêncio.

            Nisso entraram no recinto coxos, cegos, leprosos, enfim, vários enfermos. Pediu Herodes que Jesus os curasse, prometendo-Lhe sua libertação se curasse um daqueles doentes. O olhar de piedade com que Jesus fixara Herodes era de fazer gelar qualquer criatura, mas o duro Governador continuou atormentando Jesus, dizendo serem os demônios os autores das curas.

            O silêncio de Jesus enfurecia Herodes, entretanto o Mestre, naquele momento, não ia jogar pérolas aos porcos; viera para dar exemplos e, mesmo que curasse os doentes, não acreditariam n’ Ele. Herodes, irado, acusou Jesus, dizendo: “ Se és filho de Deus, salva-te a ti mesmo operando milagre ”. O povo avançou sobre Jesus, instigado por Herodes, mas os soldados romanos não permitiram que Jesus fosse esquartejado.

             Assim, Herodes não pode condená-Lo.

             Mandou-O de volta a Pilatos, que, desorientado, viu-se novamente diante do Mestre, principalmente porque Cláudia, sua esposa, que não era judia, tivera um sonho com Jesus, no qual um anjo lhe contara que Ele era o Príncipe de Deus.

            Ela era médium vidente e previu tudo o que estava acontecendo.

             Pilatos, assombrado, não sabia o que fazer. A arriscar sua posição, preferiu entregar Jesus para ser crucificado, mas declarando-se inocente do sangue de Cristo.

             Caifás, então, gritou, juntamente com a multidão: “ -Seu sangue cairá sobre nós e sobre nossos filhos.”  O povo fez sua escolha.

             Pilatos ainda olhou para o Cristo, deu um passo em Sua direção, mas voltou atrás.

             O poder era mais importante do que a vida de um homem.

            Então Cristo, o nosso Jesus, o Homem-deus, o Mestre dos Mestres, foi levado ao calvário...”  

         Para Mt (27,27-31),  -A Coroa de Espinhos - encontramos em “Elucidações Evangélicas”, (Ed. FEB), de Antônio Luiz Sayão, a palavra a seguir apresentada:
           
            Os exemplos de paciência e resignação que neste passo deu Jesus, devemos tê-los presentes sempre ao nosso espírito. Não sejamos nunca dos que acusam e insultam, por mais que pareça legítimo o direito que nos assista de assim proceder, porque, cegos que somos, podemos estar a acusar e insultar a um inocente.

            A paciência e a doçura é o que nos cumpre opor aos que de nós zombem ou escarneçam. Fora inútil tentarmos demonstrar a cegos os princípios e as propriedades da luz. Perderíamos o nosso tempo. Firmemo-nos na pureza das nossas intenções, na pureza da nossa consciência e dos nossos atos e estejamos certos de ter sempre no Senhor um juiz imparcial e equânime.”
           

             
                                                               
                  

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