Somos devedores –
porque possuidores
Sou devedor a gregos e bárbaros, a sábios e ignorantes. Da minha parte,
estou pronto para anunciar o Evangelho também a vós, em Roma.
Pois não me envergonho do Evangelho,
porque é virtude divina para dar salvação a todo o homem que crê, em primeiro
lugar para o judeu, mas também para o gentio. Pois nele se patenteia que Deus
justifica pela fé e para a fé, conforme está escrito: “O justo vive da fé.” (Rom 1, 14 ss)
Homem, que te julgas
proprietário da fortuna que possuis!...
Homem, que te dizes
dono da ciência que adquiriste!...
Homem, que te arvoras
em possuidor das graças que recebeste!...
Oh! Como vives iludido,
pobre homem!...
Não és dono de coisa
alguma – és apenas depositário, administrador...
O único dono e
proprietário é Deus.
Foste por Ele
encarregado de administrar, por alguns anos, os cabedais da inteligência, da
graça, em benefício teu e em benefício de teus semelhantes.
“Amarás o teu próximo
como a ti mesmo...”
És depositário de
grandes riquezas? De um vasto saber? De grandes favores divinos?
Pois, sabe, ó homem,
que de tudo isto és devedor, não somente a Deus, mas também ao próximo --
devedor a “gregos e bárbaros, devedor a sábios e ignorantes.”
O Evangelho é
anticomunista e anticapitalista. Toda a propriedade tem função social.
Todos nós somos devedores do próximo, e tanto mais devedores quanto mais
possuidores de bens materiais e espirituais...
Huberto
Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos Tribunais, SP – 1941
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