A incoerência
da Trindade
por Paulo
Alves Godoy
Reformador (FEB) Setembro 1946
“... a doutrina que ensino
não é minha, mas daquele que me enviou.
Se alguém quiser fazer a
vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se
ela é de Deus, ou se eu
falo de mim mesmo.
Quem fala de si mesmo
busca a sua própria glória,
mas o que busca a glória
daquele que o enviou,
esse é verdadeiro, e não
há nele injustiça."
João,
Cap. VII, v. 16-18.
Ninguém
poderá enviar-se a si próprio. Se o Cristo fosse o próprio Deus, conforme a
Igreja de Roma quer fazer crer, ele falaria por si e não necessitava de
empregar subterfúgios, dizendo que a doutrina que ensinava não era sua, mas
"daquele que o enviara".
Jesus
patenteou bem a sua individualidade e a sua subordinação a uma entidade
superior, e a prova disso se nos depara a todo o momento quando perlustramos as
páginas dos Evangelhos. Orando no Horto das Oliveiras, o Messias disse: "Pai, se for possível passai de mim esse
cálice, porém, faça-se a vossa vontade e não a minha". Se o Mestre
fosse o próprio Deus, não careceria de orar ao Pai, o que seria incoerente, e
até representaria uma farsa, pois jamais se viu alguém interceder junto a si
mesmo para a obtenção de qualquer favor.
A
Igreja persiste em seus erros, mesmo contrariando as tendências gerais do mundo
de após guerra, quando todas as consciências almejam
pela implantação do reino da Verdade e as tribulações tendem a induzir os homens a
procurar uma aproximação com Deus, obrigando-nos dessa forma a abandonar de vez
tudo quanto se distancia da verdade.
Os
antigos israelitas alimentavam uma concepção mais real sobre a individualidade
una de Deus, embora os prejuízos do farisaísmo deturpassem a nítida compreensão
sobre a Divindade, emprestando-lhe certos atributos que hoje são considerados
utópicos.
Mesmo
depois da oficialização da Igreja Romana, por Constantino, e da instituição do dogma aberrante da Trindade, grande número de
mentalidades esclarecidas e libertas das tendências extravagantes de Roma
insurgiram-se contra esse princípio, negando-lhe qualquer verossimilhança.
O
Espiritismo vem esclarecer os homens, restabelecendo as coisas em seus devidos
lugares; Deus é nosso Pai, indivisível, eterno, imutável, onipotente e onisciente;
Jesus, nosso irmão que já atingiu elevadíssimo grau de perfeição, teve um,
princípio e é mutável porque é suscetível de evoluir ainda mais; o
Espírito-Santo é uma plêiade de Espíritos esclarecidos, obreiros do bem, mensageiros da vontade Divina, lídimos
intérpretes entre os planos superior e inferior.
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