A Mão Atrofiada
12,9 Partindo
dali, Jesus entrou na sinagoga.
12,10 Encontrava-se lá um homem que tinha a mão
seca. Alguém perguntou a Jesus: - É permitido curar no dia de sábado ? Isto,
para poder acusá-lo.
12,11
Jesus respondeu-lhe: “ Há alguém entre vós que, tendo uma única ovelha e se
esta cair num poço no dia de sábado, não irá procurar e retirar?
12,12 Não
vale o homem muito mais que uma ovelha? É permitido, pois, fazer o bem no dia
de sábado!”
12,13
Disse então àquele homem: “Estende a tua
mão!” E ele a estendeu e foi-lhe restituída a mão que tornou-se sã como a
outra.
12,14 Os
fariseus saíram dali e deliberaram sobre
os meios de o matar.
12,15 Jesus o soube, e afastou-se daquele
lugar. Uma grande multidão o seguiu e Ele curou a todos os seus doentes.
12,16
Proibia-lhes, formalmente, falar nisso
12,17 para que se cumprisse o
anunciado pelo profeta
Isaías:
12,18
“Eis o meu servo a quem escolhi. Meu bem amado em quem a minha alma pôs toda
sua afeição. Farei repousar sobre Ele o Meu Espírito e Ele anunciará a justiça aos pagãos.
12,19 Ele não disputará. Não elevará a sua voz.
Ninguém ouvirá sua voz nas praças públicas.
12,20
Não esmagará a cana quebrada e não apagará o morrão que fumega, até que
faça triunfar o juízo.
12,21 Em seu nome as nações pagãs porão sua
esperança.” (Is.42,1-4)
Para
Mt(12,13) - Mãos Estendidas..., lemos, em “Fonte
Viva”, de Emmanuel por Chico Xavier:
“Em todas as casas de fé religiosa, há
crentes de mãos estendidas, suplicando socorro...
Almas aflitas revelam ansiedade,
fraqueza, desesperança e enfermidades do coração.
Não seremos todos nós, encarnados e
desencarnados, que algo rogamos à Providência Divina, semelhantes ao homem que
trazia a mão seca?
Presos ao labirinto criado por nós
mesmos, eis-nos a reclamar o auxílio do Divino Mestre...
Entretanto, convém ponderar a nossa
atitude.
É justo pedir e ninguém poderá
cercear quaisquer manifestações da humildade, do arrependimento, da
intercessão.
Mas é indispensável examinar o modo
de receber.
Muita gente aguarda a resposta materializada
de Jesus.
Esse espera o dinheiro, aquele conta
com a evidência social de improviso, aquele outro exige a imediata
transformação das circunstâncias no caminho terrestre...
Observemos, todavia, o socorro do
Mestre ao paralítico.
Jesus determina que ele estenda a
mão mirrada e, estendida esta, não lhe confere bolsas de ouro nem fichas de
privilégio. Cura-a. Devolve-lhe a oportunidade de serviço.
A mão recuperada naquele instante
permanece tão vazia quanto antes. É que o Cristo restituía-lhe o ensejo bendito
de trabalhar. conquistando sagradas realizações por si mesmo; recambiava-o às
lides redentoras do bem, nas quais lhe cabia edificar-se e engrandecer-se.
A
lição é expressiva para todos os templos da comunidade cristã.
Quando estenderes tuas mãos ao
Senhor, não esperes facilidades, ouro, prerrogativas...
Aprende
a receber-lhe a assistência, porque o Divino Amor te restaurará as energias,
mas não te proporcionará qualquer fuga às realizações do teu próprio esforço.”
Para Mt (12,20), -Esperemos., encontramos a
palavra de Emmanuel por Chico Xavier, em “Caminho, Verdade e Vida”:
“Evita as sentenças definitivas, em
face dos quadros formados pelo mal.
Da lama do pântano, o Supremo Senhor
aproveita a fertilidade. Da pedra áspera, vale-se da solidez. Da areia seca,
retira utilidades valiosas. Da substância amarga, extrai remédio salutar.
O Criminoso de hoje pode ser prestimoso
companheiro amanhã. O malfeitor, em certas circunstâncias, apresenta qualidades
nobres, até então ignoradas, de que a vida se aproveita para gravar poemas de
amor e luz.
Deus não é autor de esmagamento.
É Pai de misericórdia.
Não destrói a cana quebrada, nem
apaga o morrão que fumega.
Suas mãos reparam estragos, seu
hálito divino recompõe e renova sempre.
Não desprezes, pois, as luzes
vacilantes e as virtudes imprecisas. Não abandones a terra pantanosa, nem
desampares o arvoredo sufocado pela erva daninha.
Trabalha pelo bem e ajuda
incessantemente.
Se Deus, Senhor Absoluto da
Eternidade, espera com paciência,
por que motivo,
nós outros, servos imperfeitos do trabalho relativo, não poderemos
esperar?”
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