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Como se gera o homem?
O doutor Paul Gibier o descreve de
uma forma elegante e discreta.
"Dois elementos microscópicos - diz
ele (1): - uma célula munida de uma espécie de cílio vibrátil, elemento
masculino, e outra célula de forma globulosa, elemento feminino; encontram-se
dois pontos quase matemáticos, e está procriado o homem.
(1) Ver ANÁLISE DAS COISAS, cap.
III, págs. 88.
"A célula globulosa
imediatamente se transforma ; ela se enxerta e segmenta numa multidão de outras
células, que virão a ser os órgãos do corpo humano.
“Esse encontro de duas células,
- comenta ele - provenientes de dois seres diferentes, formando um terceiro
ser, é um grande fato.
"Em torno desse fato vão se
acumular a matéria e a energia"
A matéria, sim, representada na
indefinida multiplicação das células, ao começo plasmáticas e embrionárias,
como é sabido e, de resto, o assinala Claude Bernard, no trecho que citamos,
para em seguida, reproduzindo num rápido esboço os tipos ancestrais da evolução
da nossa espécie, desde os mais remotos, adquirir, ao fim do terceiro mês, a
forma humana (2); e a energia, contida no princípio ou, indiferentemente, no
fluido vital, de que cada ser, por herança e por absorção, recebe uma
quantidade conveniente aos fins da sua existência neste mundo.
(2) "O mais elevado gérmen que o
microscópio nos permite observar - o óvulo humano - é ao começo uma espécie de
mineral, representado pelo núcleo (o ponto, a unidade) de sua célula germinal;
adquire em seguida a forma vegetal - uma radicela[1]
coroada por dois cotilédones[2] (a
dualidade) ; torna-se depois um peixe (a multiplicidade), o qual se transforma
sucessivamente em batráquio, depois em pássaro, e reveste em seguida formas
animais cada vez mais complexas, até aparecer, no terceiro mês da vida fetal,
sob a forma humana." (Dr. Th. Pascal . ESSAI SUR L'ÉVOLUTION HUMAINE, capo
III, págs. 125).
À medida que se multiplicam as células,
a sua disposição vai obedecendo às linhas estruturais daquele modelo fluídico,
daquele desenho ideal, contido na dupla célula primitiva, e que, fundindo-se
para constituir um só modelo, definiu, por um misterioso processo eletivo, que a
ciência, no ponto de vista puramente fisiológico é certo - se julga autorizada
a atribuir à preponderância do mais forte, mas que a nosso ver se deve, antes
de tudo, filiar a ação de uma lei, ou pelo menos, a uma razão de ordem
espiritual (1), cujo mecanismo exato, como tantas outras coisas, nos escapa,
definiu - dizíamos - o sexo (2) a que há de pertencer o novo ser.
(1) Assim nos exprimimos, porque tudo,
desde os mais importantes aos mínimos sucessos, está subordinado à suprema
influência de leis tendentes à utilidade, progresso e evolução espiritual dos
seres, não sendo o sexo um acidente sem decisiva influência para esse fim na
existência dos indivíduos neste mundo, dada a diversidade de funções, de
encargos e possibilidade de aplicação moral e intelectual entre o homem e a
mulher.
(2) Posto que à observação direta só ao
quarto mês da gestação se torne o sexo visivelmente distinto, é lógico supor
que, logo ao começar esse processo, tenha sido ele determinado no modelo fusionado[3] da
dupla célula germinal .
Ao mesmo tempo que assim se vai
desenvolvendo o gérmen e pouco a pouco adquirindo a forma humana, o espírito,
segundo vimos com AlIan Kardec, a ele se vai por sua vez gradualmente ligando
"por um laço fluídico, que é a expansão do seu períspirito,"
ajustando-se este, "sob a influência do princípio vital, molécula por molécula
ao corpo que se forma."
E como este - acabamos de ver -
obedece, na orientação das suas células e na formação dos tecidos e dos órgãos,
às linhas estruturais daquele duplo etéreo em que reside o modelo ou desenho
ideal cuja presença Claude Bernard, com justa razão, supõe necessária à
formação dos seres, segue-se que esse mesmo duplo, "cuja matéria apresenta
continuidade, na escala de gradação progressiva com a do corpo físico "
(3), é de fato o mediador 'entre este e o perispírito.
(3) Dr. Th. Pascal, loc. cit.
É em virtude dessa fusão, ou
interpenetração de seus respectivos elementos atômicos, que por fim, quando se
torna definitiva e completa a encarnação, corpo astral e perispírito não
constituem mais que um único e, por muito tempo, indissolúvel revestimento fluídico
do espirito, podendo assim justificar a opinião dos que, por conveniência de
simplificação, não consideram na personalidade humana mais que os três princípios
constitutivos de que nos temos ocupado: corpo físico, perispírito e espírito.
Como quer que seja, ou apreciado em sua integração fluídica, ou dissociado na apreciação dos elementos dessa natureza
que o compõem, é por esse laço invisível que se prende o espirito ao corpo, não
só criando neste "uma como raiz" à semelhança da planta que se
vincula à terra, como representando aquela ideia diretriz, indispensável para
explicar a formação harmônica do ser.
É verdade que, durante o processo da
encarnação e tanto mais acentuadamente quão mais esta se adianta, o espirito
vai perdendo a lucidez de consciência e mergulhando numa espécie de torpor ou obscurecimento
mental, de que só gradualmente despertará no curso da existência terrestre, à
medida que se forem desenvolvendo, com o corpo, os órgãos da inteligência e dos
sentidos.
Essa perda de consciência, porém,
demonstra apenas que o espírito não é fator independente e autônomo desse
processo de organização vital, o que o não impede de ser o seu indispensável
colaborador. Quando mesmo se afirma - e é esse um princípio consagrado em nossa
doutrina - que "o próprio espírito é quem fabrica o seu invólucro e o
apropria às suas necessidades" (1), não deve ser essa expressão entendida
ao pé da letra, senão de um modo indireto, no sentido de que o espirito, sendo o
princípio diretor do mesmo modo que o fluído vital, sob a ação do perispírito, é o principio motor
do organismo, a quem de fato lhe imprime os traços característicos da
personalidade, comunicando-lhe as suas qualidades, adaptando-o às suas próprias
condições e, conforme o seu grau de adiantamento espiritual, tornando-o em
suma, por toda sorte de movimentos psíquicos, um instrumento cada vez mais
ductil à expressão dos seus pensamentos, volições e sentimentos.
(1)
Allan Kardec, A GÈNESE, cap. XI, págs. 206.
É uma ação de certo modo automática e,
em muitos casos, involuntária, no ponto de vista de seus resultados, sobretudo
se se trata de seres imperfeitamente evoluídos, essa que o espírito exerce
sobre o corpo e que efetivamente começa desde o período inicial da encarnação.
Demasiado fraco e ignorante é geralmente ele e, sobre ignorante, dependente das
leis cósmicas que regem todos os fenômenos da vida, para que naquela fase
inibitória possa ter a consciência e, ainda menos, a capacidade autônoma do
trabalho que se realiza, preparatório de seu encarceramento na matéria.
E, todavia, segundo a palavra,
sempre verdadeira, do Divino Mestre, é ele, "o espírito, que vivifica
(1)." Atraído para o gérmen que se desenvolve, mas submetido, como
instrumento que é para esse fim, à ação da Lei organizadora, imanente na criação
de todas as formas como de todos os seres no universo, a sua presença é tão necessária
para comunicar e manter a vida ao corpo, como a este é indispensável o princípio
vital, para seu paralelo funcionamento e duração.
(1) João, VI, 64.
Desse principio, oriundo do oceano cósmico
infinito, cada ser - já -O dissemos - recebe, por herança e por absorção, uma
quantidade suficiente aos fins de sua existência neste mundo: herança,
representada na soma de energia inicial que os progenitores lhe transfundem, comunicando-lhe,
em estado potencial, uma parte de sua própria vida; absorção, resultante, quer
do contato com o meio exterior, saturado desse fluido vivificante, constituindo
uma espécie de atmosfera respirável pelo perispírito, quando exteriorizado,
principalmente durante o sono e em todos os estados de desprendimento, quer da
assimilação, pelos alimentos, das substâncias que o contêm.
Vemos assim - para recapitularmos o
processo da encarnação - que, à luz dos ensinamentos espíritas, cada um dos
fatores que intervêm nesse processo, determinando o aparecimento do homem neste
mundo, é ponderado, quanto o permitem os nossos meios atuais de conhecimento e
investigação nesse domínio, em sua exata significação: de um lado o corpo, com
seu duplo astral, começando pela fusão de duas células microscópicas e
evoluindo, segundo as linhas estruturais desse modelo, até se fixar, ao fim da
gestação, na complicadíssima trama de tecidos, órgãos, aparelhos etc., que o
caracterizam e lhe assinalam o lugar preeminente que ocupa no mundo biológico ;
do outro espírito, diretor desse minúsculo sistema cosmogônico, a cujos
movimentos preside mediante o laço perispiritual por que se lhe prendera, veículo
de suas mútuas ações e reações; e por último o fluido ou princípio vital, força
motriz do organismo, que ele paralelamente nutre e mantém em correspondência
com a fonte universal da vida, de que representa uma particularizada emanação.
Nove meses levaram esses elementos a
se combinar, ao fim dos quais, isto é, por ocasião do nascimento, se tem
convencionado que é completa a união entre o espírito e o corpo.
Assim deve, com efeito, ser
admitido, enquanto minuciosas e pacientes investigações não forem empreendidas
no sentido de confirmar ou não a hipótese, que observações recentes autorizam,
segundo a qual não se efetua integralmente a ligação do espirito ao corpo antes
de decorridos os sete primeiros anos de existência.
Não é, como desde logo se percebe,
de suma importância esta questão, no ponto de vista dos princípios, uma vez que
tal hipótese não altera substancialmente nem o fato em si, nem as suas consequências.
Unido parcial ou integralmente ao corpo, naquele período infantil, de todo modo
o espirito é, por assim dizer, o seu prisioneiro e lhe está destinado como
insubstituível habitante.
A ser, todavia, confirmada a hipótese
por novas e repetidas observações, como convém, não será para desprezar o
esclarecimento de que é portadora, assim para ser fixado esse ponto de
doutrina, como principalmente, no que respeita à educação e aos cuidados a
dispensar à infância, para a preservar de certas nocivas influências, cuja
origem tem sido ignorada e é missão do Espiritismo, precisamente, revelar.
O nosso intuito, ao tomar essa hipótese
em consideração, não é outro senão despertar a atenção dos estudiosos para o
assunto, de modo algum nos seduzindo o espírito de originalismo ou novidade,
mas nos parecendo que, no campo da experimentação, particularmente no da psicologia,
bem mais seguro que o do mediunismo, inçado por enquanto de maiores
obscuridades, tem amplamente que se exercitar a atividade dos
espíritas, pelo menos dos que aspiramos o progresso, que não o estacionamento,
da doutrina.
A soma das verdades gerais, de que
nos faz partícipes a Revelação, é sem dúvida considerável, representando um
valioso patrimônio, cuja integridade nos cumpre criteriosamente acautelar.
Estudantes, porém, que somos da ciência do infinito, que ela representa, é
nosso dever caminhar sem descontinuidade, observando e meditando, resolvidos
sempre a retificar e ampliar os horizontes do conhecimento, apoiados na experiência,
de um lado, e na prudência e na razão, do outro, enquanto não fruímos as
vantagens do sentido espiritual, ou intuição, que um maior adiantamento nos há
de facultar.
Foi nesse opulento repositório de
observações, a que já nos temos referido, enfeixadas pelo coronel de Rochas
nessa obra (1), em que à prudência do sábio se alia a independência do
observador sem preconceitos, que encontramos, não formulada de modo geral a
teoria, mas consignado o fato daquela exteriorização do espirito, na primeira
infância, e a sua entrada gradual no corpo até aos 7 anos.
(l) LES VIES SUCCESSIVES.
Provocando, por meio dos passes
longitudinais nos sensitivos, com o sono magnético, o interessante fenômeno da
regressão da memória e, assim, os fazendo remontar, de fase em fase, até a infância
e, mesmo, antes da encarnação, pode aquele ilustre investigador colher uma
série de esclarecimentos, verdadeiramente Ilustrativos dos grandes princípios
fundamentais da nossa doutrina, contendo às vezes ligeiras modificações, como
já vimos, de pontos secundários, entre os quais, mas por uma intervenção espírita,
o depoimento, a que páginas atrás fizemos alusão, sobre os envoltórios fluídicos
da personalidade humana.
Os casos que por agora nos interessam
foram observados com os sensitivos Joséphine e Eugénie. A primeira, conduzida,
pelo indicado processo, à idade de 3 anos numa existência anterior, declara não
estar inteiramente unida ao corpo e ver espíritos em torno dela, uns bons e
outros maus. Quando estes a influenciam, fazem-na chorar e ter "caprichos."
Eugénie, a seu turno, em um
depoimento mais circunstanciado, declarou que "algum tempo antes de sua última
encarnação havia sentido que era preciso reviver numa determinada família.
Aproximou-se da que devia ser sua mãe e que acabara de conceber; não entrou no
feto, mas envolveu a mãe até o momento em que a criança veio ao mundo. Penetrou
pouco, a pouco, então, 'como "aos sopros", no pequenino organismo, em
que não se achou completamente encerrada senão aos 7 anos. Até esse momento
viveu parcialmente fora de seu corpo carnal, vendo-o, nos primeiros meses de
sua existência, como se estivesse colocada exteriormente. Não distinguia bem os
objetos materiais em derredor, mas percebia em compensação espíritos a flutuarem
em torno. Uns, muito brilhantes, a protegiam contra outros, sombrios e
malfazejos, que procuravam influenciar o seu corpo fluídico; quando estes últimos
o conseguiam, provocavam-lhe esses acessos de raiva que as mamães chamam caprichos (1)."
(1) Ob. cit., págs. 95.
A dupla circunstância de ter sido
feita espontaneamente essa descrição e de ser o sensitivo uma senhora de
medíocre instrução e de modesta posição social, nada sabendo da filosofia espírita,
pelo menos lhe confere o valor da imparcialidade. Mero subsídio, como deve ser
considerada, para o estudo analítico do fenômeno da encarnação, julgou oportuno
o coronel de Rochas reforça-la com o seguinte depoimento pessoal, em nota
apensa à pagina citada:
"Minhas mais antigas reminiscências alcançam uma cena em que figurei, tendo apenas
18 meses; vejo ainda a cena em questão, que vivamente me Impressionara, e vejo-me
a mim mesmo em parte. De uma pesquisa feita entre pessoas de minhas relações resulta
que esse fato é assaz frequente.
"Em apoio desta afirmação
mencionarei o fragmento de uma carta que, em 18 de janeiro de 1905, me escreveu
o Dr. Maxwell, então procurador geral em Bordeaux.
"Conheço uma sensitiva -
diz ele - que educa um filho e que, como tal, é deveras notável e vê
naturalmente. O filho não é propriamente seu, mas lhe foi confiado, ao nascer.
Ela vê sobretudo na obscuridade, ao lado da criança uma sombra luminosa, com as
feições mais acentuadas que as daquela e de maior estatura. A aludida sombra,
por ocasião do nascimento, estava mais afastada do menino do que atualmente. Parece
penetrar pouco a pouco no corpo. O menino tem 14 meses e a penetração é de
cerca de
dois terços."
Será esse - indagaremos por nossa
parte - o caso geral? Só a repetição das
observações e das experiências conduzidas com o rigor e prudência que requerem,
poderá autorizar a solução que mais tarde indubitavelmente receberão esse e
outros assuntos que o Espiritismo abrange
em suas cogitações ilimitadas. O que por
agora estamos no dever de assinalar, a título de probabilidade em relação à
permanência do espírito, nos primeiros tempos da infância, mais em torno do
corpo que nele propriamente integrado, é que de fato as crianças vivem mais no
Além que em nosso plano físico. Não é disso uma prova o sono prolongado que as
reclama, ao começo interrompido só para as urgências da amamentação e os
indispensáveis cuidados de higiene, diminuindo apenas com os anos, mas para
absorver metade e às vezes mais de cada dia? E, durante o sono, que faz o
espírito senão flutuar no espaço, fruindo a temporária emancipação do seu
ergástulo de carne?
Há ainda uma circustância, embora
não frequentemente registrada, que demonstra achar-se, naquela fase, o espírito mais ou menos exteriorizado e, por
conseguinte, oscilando na fronteira dos dois mundos: é que em muitas crianças se
observa o fenôrmeno da vidência - faculdade que, parece, vai se generalizando em
nossos dias, como a indicar que as novas gerações são portadoras de mais
acentuados dons espirituais que as do passado.
Estas considerações - acentuemos por
final - não invalidam, coNtudo, o que ficou exposto acerca do processo da Encarnação,
em resumo descrito por Allan Kardec e que tomamos por nossa parte a liberdade
de ampliar, abordando particularidades analíticas, tendentes, não a firmar,
sobre ocaso, doutrinas inovadoras, de que não alimentamos pretensão, mas
unicamente a reunir subsídios de estudo, sempre indubitavelmente proveitoso, para
a síntese futura em que - não o duvidamos - quando for soada a hora, há de ser
unificado o majestoso edifício de todas as convicções imortalistas.
É verdade que, quando se fala em
interpenetração molecular do períspirito e do corpo, tem-se a ideia de dois corpos
de densidade embora diferente, que, em virtude da atração sobre um exercida
pelo outro, se justapõem, constituindo um bloco unido, combinando-se no isocronismo
de suas respectivas vibrações, o que parece inconciliável com o fenômeno de exteriorização
a que aludimos. Que sabemos, porém, nós de positivo acerca do mecanismo particular
do perispírito e de suas intimas relações com o corpo físico, a não ser que a
sua coexistência é um fato e que também um e outro representam formas
especializadas do dinamismo universal, em que afinal se resumem os infinitos,
variadíssimos aspectos sob que se nos apresenta a substância única de que todas
as coisas se originam?
Basta, entretanto, considerar de um
lado que, não sómente na infância, mas em todas as fases da existência neste
mundo, o espírito, consoante a palavra da Revelação (1), "não está
encerrado no corpo como a ave na gaiola," mas irradia em torno dele, podendo
mesmo se afastar a incalculáveis distâncias ,como se tem experimentalmente
demonstrado, e do outro que a substância do perispírito, mesmo através do duplo
etéreo, que se lhe aproxima em tenuidade e o prende ao corpo, se caracteriza
pela extrema expansibilidade peculiar aos fluidos, muito mais que aos próprios
gases, para admitir, senão reconhecer que não existe incompatibilidade entre o fenômeno
de exteriorização atestado pelos sensitivos do Sr. de Rochas e confirmado pela
vidente a que o Dr. Maxwell faz referência, e a interpenetração molecular de
que falamos, indispensável ao demais para que se estabeleça a ligação entre o
espirito e o corpo.
(1) Allan Kardec, O LIVRO DOS
ESPÍRITOS, parte 2ª, cap. II, nº 141.
O que, em presença dos fatos, se
pode com segurança asseverar é que, enquanto o corpo, obediente às leis físico-químicas
que regem a sua composição, se conserva limitado, concreto e objetivo, o perispírito,
posto que a ele intimamente associado, goza, em virtude do dinamismo peculiar à
sua natureza, da faculdade de se expandir e exteriorizar, sem quebra dessa
ligação, assim durante a fase que se pode considerar preparatória, como por toda
a existência do individuo.
Isto posto, resta ainda examinarmos
o papel ou - se assim nos podemos exprimir - as atribuições fisiológicas do perispírito na
economia orgânica, bem como a ação que exerce o princípio vital como fator preponderante
na duração da vida a que é chamada a personalidade humana, antes de prosseguirmos,
sob outros aspectos, o estudo dessa personalidade.
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