Conspiração contra Jesus
11,46 Alguns deles, porém, foram aos fariseus e
lhes contaram o que Jesus fizera
11,47 Os sacerdotes e os fariseus convocaram o conselho
e disseram: -Que faremos? -Este homem multiplica os milagres!
11,48 Se o
deixarmos agir assim, todos crerão nele e os romanos virão e arruinarão a nossa
cidade e toda a nação.
11,49 Um deles, chamado Caifás, que era o sumo sacerdote
daquele ano, disse-lhes: -Vós não entendeis nada!
11,50 -Nem considerais que
vos convém que morra um só homem pelo povo, a que pereça toda a nação
11,51 E
ele não disse isso por si mesmo mas, como era o sumo sacerdote daquele ano,
profetizava que Jesus havia de morrer por toda a nação.
11,52 E, não somente
pela nação, mas, também, para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de
Deus, que estavam dispersos.
11,53 E,
desde aquele dia, resolveram tirar-Lhe a vida.
11,54 Em consequência disso,
Jesus já não andava em público entre os Judeus. Retirou-se para uma região
vizinha do deserto, a uma cidade chamada Efraim e, ali, se detinha com seus
discípulos.
11,55 Estava próxima a páscoa dos judeus e muita gente de todo o
país subia à Jerusalém, antes da páscoa, para se purificar.
11,56 Procuraram a
Jesus e falavam uns com os outros no templo: -Que vos parece? -Achais que Ele
não virá à festa?
11,57 Mas os sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para
que todo aquele que soubesse onde Ele estava, O denunciasse, para O
prender.
Para Jo (11,46-57),
-Conspiração contra
Jesus - leiamos “Jesus
perante a Cristandade” por Bittencourt Sampaio:
“Esse fato extraordinário (a cura de
Lázaro) foi a causa imediata da condenação do Senhor. Espalhada essa nova por
toda a Judéia, vinha o povo em massa procurar o pouso desse Espírito que, além
de fazer andar os paralíticos, dar vista aos cegos, ressurgia os mortos; e
assim, atônitos, uns sequiosos do maravilhoso, cheios de arrependimento outros,
vinham prostrar-se aos pés do Senhor, pedindo o perdão de suas culpas!
Em distância, na distância do
orgulho e do egoísmo, colocaram-se os escribas e fariseus, murmurando contra o
Divino Cordeiro que atraía para junto de si a turba que o cercava, sequiosa da
luz puríssima
que refulgia no seu divino e sereno rosto.
E, temendo que o proclamassem rei,
diziam entre si: nós, que temos as posições oficiais que nos foram concedidas
pela Roma de César, nós, que temos interesses a zelar, deveremos consentir
nessa absorção do nosso poder? E Roma não virá com seus exércitos de novo
reduzir-nos à escravidão, não lhe bastando já o tributo de ouro que pagamos ao
César?
Assim confabulavam, quando Caifás,
pontífice daquele ano, dando a sua sábia opinião, declara que cumpria que
morresse aquele homem, para que se salvasse a nação! Pobre, que o era, ele não
compreendia que aquele grande Espírito devia desaparecer da superfície da Terra
não para a salvação de um simples povo, mas para a salvação de toda a
humanidade!
E,
resolvido assim o negro problema, só se esperava a ocasião para dar a morte ao
Divino Mestre; mas, como não era chegado ainda o momento em que devia ter plena
liberdade o Espírito das trevas, para que pudesse agir com toda a fereza dos
corações tigrinos, Jesus buscou um pequeno retiro, onde se conservou por alguns
dias, com seus discípulos, longe dos judeus.”
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