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sexta-feira, 17 de maio de 2013

'Hora que chega'

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‘Hora que chega’

               O fanatismo é sempre nocivo, por mais bela e nobre que possa ser a ideia que lhe der origem, porque cega o fanático, rouba-lhe a faculdade de discernir, mostra-lhe as coisas em aspectos negativos, mata lhe o espírito de tolerância e, o que é pior, esteriliza lhe a consciência.

               O Espiritismo não aprova de maneira alguma o fanatismo, mesmo em seu favor, porque o seu objetivo maior é a educação de cada indivíduo, para a sua recuperação, se este for o caso, ou para a sua orientação num sentido de elevada fraternidade e compreensão. Não aprova nenhum movimento de reforma social que se baseie na violência e considera que a Humanidade somente poderá melhorar com a reforma do indivíduo para o bem. Sem isto, qualquer ideologia, por mais sedutora que pareça, estará fadada a um resultado desastroso e negativo.

               O indivíduo é o maior valor da vida humana. Deve ser protegido, educado e orientado para o bem. Aquele que abriga sentimentos ególatras, não pode ser amigo de seus semelhantes. Vemos inúmeros líderes populares, intoxicados de auto demagogia, que falam em salvar o povo, mas não demonstram, em sua vida normal, sentimentos que fortaleçam esse falso ponto de vista.

               O nosso mundo está atravessando um período bem agudo, no qual as reivindicações se extremam, em nome de direitos que, bem pensados, seriam reduzidos a um mínimo justo, para que a justiça não faltasse àqueles que não podem resistir aos efeitos desfraternos de semelhantes atitudes. Educar para o bem, eis o programa primacial. Assim como é desprezível aquele que sacrifica seu semelhante para beneficiar-se ilicitamente, assim também não é digno de louvor quem busca cometer injustiças - a pretexto de fazer justiça a si mesmo.

               O mundo passa por uma das mais sérias transições morais e espirituais. Os tempos são chegados. Periodicamente, quando determinados ciclos cármicos se completam, a Humanidade entra em crise e os povos começam a experimentar perturbações e sofrimentos maiores. Poder-se-ia chamar a isso "depuração", uma espécie de seleção espiritual que se processa, a fim de que se realizem as profecias.

               Que os homens se preparem desde já, buscando retificar seus erros, adotando uma vida mais fraterna, menos egoísta e, portanto, mais útil à Humanidade. Tudo quanto se fizer de bom será uma colaboração valiosa em favor da felicidade geral.

               Não pensar mal de ninguém, não dizer mal de quem quer que seja, procurar interpretar os fatos da vida com serenidade, eis o de que todos precisamos.

Tasso Porciúncula   (Indalício Mendes)
in ‘Reformador’ (FEB) Março 1964

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