"... Logo ao desencarnar, achei-me, em
trevas tão densas que me fizeram chorar amargamente a minha desdita, sem ouvir
ali, no meio do horror, uma voz que me consolasse, isto durante um tempo que
não posso medir nem calcular, pois, como sabeis, no espaço, onde ficam as almas
sofredoras, suportando os horrores das trevas, não existe tempo, o que faz
parecer eterno o sofrimento; por isso é que não vos posso precisar a duração do
meu tormento.
Ali fiquei nessa situação dolorosa,
nesse desespero que não vos posso descrever; ali permaneci sem ter noção do que
se passava no mundo; era como se houvesse para sempre mergulhado no fundo de um
abismo, onde todas as esperanças, todos os ideais, todas as aparições, todos os
desejos e todos os sentimentos tivessem também apagado para sempre.
Caminhava sem rumo, sem norte, pois
tanto fazia marchar para frente, recuar ou deslizar para a esquerda ou para a
direita, nada alterava, era sempre a mesma a minha situação.
Era um caminho sem saída, um problema
sem solução."
Um papa
Do Blog: E nós, como vamos desencarnar?
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