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segunda-feira, 20 de maio de 2013

'João Batista' (a palavra de Mateus)



 João Batista

14,1   Por aquela época, o tetrarca Herodes* ouviu falar de Jesus.
14,2 E, disse aos seus cortesãos: “É João Batista que ressuscitou. É, por isso, que Ele faz tantos milagres.”
14,3 Com efeito, Herodes havia mandado prender e acorrentar João, e o tinha mandado meter na prisão, por causa de Herodíades, esposa de seu irmão Felipe.
14,4   João lhe tinha dito: Não é permitido tomá-la por mulher!
14,5 De boa mente o mandaria matar, temia, porém, o povo, que considerava João um profeta.
14,6 Mas, na festa de aniversário de nascimento de Herodes, a filha de Herodíades** dançou no meio  dos  convidados  e  agradou a Herodes.
 14,7   Por isso, ele prometeu, com juramento, dar-lhe tudo o que lhe pedisse.
 14,8 Por instigação de sua mãe, ela respondeu: - Dá-me aqui, neste prato, a cabeça de João Batista.
 14,9 O rei entristeceu-se, mas, como havia jurado diante dos convidados, ordenou que lhe dessem
 14,10  e mandou decapitar João na sua prisão.
 14,11  A cabeça foi trazida num prato à moça, que a entregou à sua mãe.
 14,12  Vieram, então, os discípulos de João transladar seu corpo e o enterraram.
Depois, foram dar a notícia a Jesus.

*O filho de Herodes Magno, chamado Ântipas.

 **Salomé

          Para Mt (14,1-12) -Morre João Batista, encontramos a palavra de Antônio Luiz Sayão, em “Elucidações Evangélicas”:
           
            “Ditas e repetidas como sendo o que a voz pública afirmava com relação a Jesus, estas palavras: É Elias; é João Batista, que ressuscitou dentre os mortos; é Elias que voltou; é um dos antigos profetas, que ressurgiu, bem como estas outras, que o rumor público levara Herodes a proferir: Pois que mandei cortar a cabeça a João Batista, quem é este? - Este homem é João Batista a quem mandei cortar a cabeça - João Batista ressuscitou dentre os mortos, confirmam a existência, entre os Hebreus, da crença popular na reencarnação.

            Efetivamente, os homens não poderiam ter a Jesus como sendo ou Elias, ou João Batista, ou algum dos antigos profetas, que voltara a viver na Terra, senão admitindo que a alma, ou Espírito, quer de Elias, quer de João, quer de um dos antigos profetas, reencarnara naquele corpo que, conforme então acreditavam, era obra humana de José e de Maria, os quais, como sabemos, passavam por ser o pai e a mãe do Salvador.”

            Para  Mt  (14,1-12) -João Batista, vamos recorrer também a Luiz Sérgio, por Irene Pacheco Machado, em “Dois Mundos Tão Meus”:

            “Vários outros assuntos foram tratados na Universidade, para o nosso próprio aproveitamento, todavia, não posso deixar de passar para vocês o que aprendi sobre João Batista. Ele, o precursor de Jesus, fora o primeiro a anunciar o reino do Cristo e o primeiro a sofrer. À nossa frente aparecia a figura de João, prisioneiro na fortaleza de Herodes Antipas. O trabalho de João tivera lugar no território leste do Jordão, que se achava sob o domínio de Antipas. Herodes escutava as pregações de João e o admirava muito. Chegava mesmo a temê-lo, por ver nele a justiça e a honradez. João o elucidava sobre o perigo da sua união com Herodíades, esposa de seu irmão Filipe. Por algum tempo Herodes procurou esquecer a cunhada, porém, mulher astuta que era, enlaçou-o mais firmemente em suas redes e tramou a vingança contra João, induzindo Herodes a prendê-lo. Apesar dos amigos que sempre o visitavam na prisão, levando notícias do Mestre, João - o querido precursor de Jesus - sofria com a inatividade, vendo passar semana após semana. Os discípulos de João não se conformavam. Sendo Jesus o Messias, por que nada fazia Ele pela liberdade de João Batista ? Esta pergunta persistia na mente dos discípulos de João. Como poderia Ele permitir que seu precursor ficasse preso e talvez perdesse a própria vida? Enquanto João permanecia encarcerado, parecia que Cristo contentava-se em reunir Seus discípulos em volta de Si, curar e ensinar o povo. Ao mesmo tempo, Herodes e a vil amante consolidavam sua união, e o clamor do pobre e sofredor bramia no céu da Galiléia. Os seguidores de João não compreendiam a atitude de Jesus e foram falar com Ele. O Mestre nada lhes disse e continuou a curar com o toque de Suas mãos e a ensinar o Evangelho ao povo. Os discípulos de João foram chamados a Jesus que lhes disse:

Bem aventurado é aquele que não se escandalizar em mim”.

Os discípulos levaram a mensagem e foi o suficiente.

            João recordou-se da predição concernente ao Messias. Isaías 61,1-2:
            O Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a curar os quebrantados de coração; a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos e a apregoar no ano aceitável ao Senhor. 

            Foi então que João se recordou de quando, como Elias, “...um grande e forte vento fendia os montes, quebrava as penhas diante da face do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento o terremoto, e também o Senhor não estava no terremoto, e depois do terremoto o fogo, porém o Senhor não estava no fogo, e depois do fogo o Senhor falou ao profeta por uma voz mansa: que fazes aqui, Elias?  (I Reis 19,11-13)

            Jesus fez a Sua obra sem armas nem submissão de tronos ou reinos, mas falando ao coração dos homens por uma vida de amor ao próximo. João compreendeu o que Jesus quis dizer: Era uma branda repreensão a João, significando que devemos seguir Jesus, sem temer as injúrias e os açoites. Muitos julgam que somente porque amam o Senhor estão isentos dos sofrimentos. João Batista tinha de expiar sua falta, pois como Elias deixou-se levar pela ira. Depois desse episódio com os discípulos do Batista, Cristo enaltecia o Seu precursor, falando dele sempre com carinho. E nós sabemos que, como João, ele não fez cair fogo do céu ou ressuscitou mortos, como fizera Elias (João 10,41). João Batista veio para anunciar a vinda do Messias, por isso sua vida foi de solidão; viveu no deserto e não lhe foi dado ver os frutos de seus labores nem teve o privilégio de trabalhar com Jesus ou assistir às curas que o Mestre realizava.

            Eu nem piscava, sempre admirei João Batista e ele, no teatro vivo, com sua estranha veste, me comovia demais, principalmente quando Herodes, divertindo-se e bebendo ao lado dos convidados, mandou que a filha Salomé, viesse à sala do banquete para dançar. No viço da juventude, com sua estonteante beleza, Salomé cativou os nobres convidados. Naquela época, as senhoras da corte não tinham o hábito de comparecer àquelas festividades, e foi prestada a Herodes essa homenagem, quando Salomé, filha de Herodes Filipe e princesa de Israel, dançou para entreter os convidados. O rei, perturbado pelo vinho, desejou apresentar qualquer exibição que o exaltasse diante dos grandes do reino. Prometeu, então, dar a Salomé fosse o que fosse, até metade do seu reino. Salomé correu até sua mãe, e esta sem vacilar pediu a cabeça de João Batista. Salomé assustou-se, desconhecia a sede de vingança de Herodíades, mas esta, diabólica, a convenceu e o pedido foi feito: “ Dá-me aqui no prato a cabeça de João Batista”. Herodes ficou aturdido. Cessou a ruidosa festa e um fúnebre silêncio tomou conta do ambiente. No entanto, sua palavra estava empenhada, e não queria parecer inconstante ou inseguro. Esperou que alguns dos seus convidados defendessem João, porém aqueles homens se calaram e logo a cabeça do precursor de Jesus enfeitava a salva de prata. Herodíades, em júbilo, saudou a morte de João Batista.”



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