O
nascimento de
"O livro dos Espíritos”
Reformador
(FEB)
Nov 1946
Em Janeiro de 1858, no primeiro
número da Revue Spirite, Allan Kardec deu diversas notícias do aparecimento do
seu primeiro livro sobre Espiritismo. Hoje, que o excelente volume vai
completar 90 (+65
anos até 2012) anos de vida e saúde, pelo menos aqui na Terra
de Santa Cruz, é interessante resumirmos essas notícias para a nova geração de
amigos daquela grande obra.
A maioria das perguntas foi escrita
por Allan Kardec, mas algumas lhe vieram de correspondentes. As respostas foram
obtidas quase todas pela mediunidade das Senhoritas B. e diante de grande
auditório que assistia às sessões. Depois, os Espíritos determinaram que se fizesse
revisão completa do trabalho para fazerem eles correções e aditamentos que
julgavam necessários.
Esta parte essencial do trabalho foi feita com o concurso da médium Senhorita
Japhet, residente à Rua Tiquetonne, 14, em Paris.
Concluída a revisão do livro e posto
em forma para impressão, distribuiu-se um prospecto de anúncio. O editor foi
Dentu. A primeira apreciação surgiu de um capitão reformado, de Bordéus, em
carta datada de 25 de Abril de 1857, portanto, apenas 7 dias depois do
aparecimento do livro. Esse capitão acha-se oculto sob a inicial D. Nessa bela
carta, o missivista nos deixa saber que a publicação do livro atrasou, pois que
a inicia com estas palavras:
"Pusestes a minha paciência a grande prova pelo atraso na publicação de O Livro dos Espíritos, anunciado há
tanto tempo; felizmente, não perdi em esperar, pois que ele excede todas as
ideias que eu fazia dele depois de lido o prospecto. Seria impossível
relatar-vos o efeito que ele produziu em mim: sou qual homem saído da
escuridão; parece-me que uma porta, fechada até hoje, foi aberta
repentinamente; minhas ideias cresceram em algumas horas! Oh! quanto a Humanidade
e todas as suas miseráveis preocupações me pareceram mesquinhas e pueris diante
desse porvir, do qual eu não duvidava, mas que se achava para mim tão
obscurecido pelos preconceitos, que eu mal o podia vislumbrar!"
O primeiro artigo foi publicado por
um Sr. G. du Chalard, no Courrier de
Paris, de 11 de Julho
de 1857 e recomenda calorosamente que toda gente leia o livro. O articulista
diz que não conhece, mas desejaria conhecer Allan Kardec, porque "quem
escreveu a introdução de O Lívro dos Espíritos deve ter a alma aberta a
todos os sentimentos nobres."
Ao desculpar-se de publicar elogios
ao seu nome, Kardec nos diz nessa velha página: "Esse livro não foi fruto de nossas próprias ideias, porque, sobre
muitos pontos importantes, tínhamos modo de ver totalmente diferente, e nossa
modéstia não sofre com esses elogios."
São decorridos noventa (+65 anos até 2012) anos depois dessa
calorosa recepção e hoje o livro volta a Paris, reaparece na Rua Descartes, 41,
em sua nova veste internacional, impressa na "Pátria do Evangelho".
Está iniciando nova fase em sua vida.
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