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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O Conceito de Igualdade


O Conceito
de Igualdade

            Perante Deus todos os homens são absolutamente iguais, todos tiveram o mesmo princípio e caminham para o mesmo fim, pois as suas leis, imutáveis e justas, foram feitas para todos indistintamente.

            Perante Deus, que é o Justo, por excelência, os homens apresentam-se no mesmo plano, ressalvado, apenas, o grau de evolução espiritual que cada um tenha atingido.

            Os homens ricos e os pobres, os de posição social elevada e os humildes e os simples apresentam-se sempre diante das vistas do Criador como suas criaturas, a nenhum tendo sido conferida superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela nobreza, nem pela morte. A própria lei humana, ainda falha e imperfeita, consagra essa igualdade, não reconhecendo, a nenhum título, privilégio de qualquer natureza.

            A velha conquista da Revolução Francesa, que estabeleceu os direitos sagrados da pessoa humana, está ainda de pé: "todos são iguais perante a lei".

            E essa conquista, por mais brutal que seja o despotismo, jamais será destruída. A desigualdade que notamos nas condições sociais é obra do próprio homem e não de Deus.

            Problema deveras complexo e de solução difícil, a igualdade, que é lei natural, assegura a todos o legítimo direito de viver, de trabalhar, de conquistar os mais altos degraus na escada da perfeição. 

            A todos assegura Deus sempre os meios necessários à conquista de melhor posição material na sociedade.

            As opressões, que constituem excesso de autoritarismo, os despotismos, os privilégios de raça, de casta, nobreza, de posição social, são, por assim dizer, contravenções à lei natural, que o progresso das inteligências, uma melhor compreensão da vida e a própria luta pela existência farão desaparecer lentamente da face da Terra.

            E o que é verdade é que esse divino conceito de igualdade fixa-se cada dia melhor na mente dos homens, desaparecendo e apagando-se gradualmente a desigualdade porventura ainda existente entre os homens, porquanto eternas e perfeitamente justas só as leis de Deus o são.

            Essa desigualdade desaparecerá inteiramente quando o orgulho e o egoísmo, que são os maiores males da Humanidade, deixarem de predominar, cedendo lugar à humildade e ao amor ao próximo.

            Os que, na ignorância das coisas espirituais e da lei de causa e efeito, ousam abusar da sua posição ou da sua autoridade, para oprimir os fracos e os humildes, são criminosos que sofrerão, a, seu turno, o jugo da opressão.

            Terão de renascer numa existência em que provarão tudo que tiverem feito de mal aos outros. Com efeito, sofreremos todos nesta e nas futuras existências na mesma medida do mal  e da opressão que causarmos aos aos nossos semelhantes.

            Mas, a compreensão dessa igualdade somente se tornará mais clara quando os homens sentirem em seus corações o verdadeiro amor cristão e praticarem os velhos e sublimes ensinamentos de Jesus-Cristo, divino Mestre e Senhor nosso.

            Até então poderemos ver inúmeras tentativas para desvirtuar o sagrado conceito da igualdade natural.

            Virá um dia; porém, em que os membros da grande família humana se reconhecerão como irmãos e ninguém se considerará nobre e de sangue puro. Só o Espírito é mais ou menos puro e isso não depende da posição social.

por Djalma Farias
Reformador (FEB) Novembro 1948





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