O Conceito
de Igualdade
Perante Deus todos os homens são
absolutamente iguais, todos tiveram o mesmo princípio e caminham para o mesmo
fim, pois as suas leis, imutáveis e justas, foram feitas para todos
indistintamente.
Perante Deus, que é o Justo, por
excelência, os homens apresentam-se no mesmo plano, ressalvado, apenas, o grau
de evolução espiritual que cada um tenha atingido.
Os homens ricos e os pobres, os de
posição social elevada e os humildes e os simples apresentam-se sempre diante
das vistas do Criador como suas criaturas, a nenhum tendo sido conferida
superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela nobreza, nem pela morte. A
própria lei humana, ainda falha e imperfeita, consagra essa igualdade, não
reconhecendo, a nenhum título, privilégio de qualquer natureza.
A velha conquista da Revolução
Francesa, que estabeleceu os direitos sagrados da pessoa humana, está ainda de
pé: "todos são iguais perante a lei".
E essa conquista, por mais brutal
que seja o despotismo, jamais será destruída. A desigualdade que notamos nas
condições sociais é obra do próprio homem e não de Deus.
Problema deveras complexo e de
solução difícil, a igualdade, que é lei natural, assegura a
todos o legítimo direito de viver, de trabalhar, de conquistar os mais altos
degraus na escada da
perfeição.
A todos assegura Deus sempre os
meios necessários à conquista de melhor posição material na sociedade.
As opressões, que constituem excesso
de autoritarismo, os despotismos, os privilégios de raça, de casta, nobreza, de
posição social, são, por assim dizer, contravenções à lei natural, que o
progresso das inteligências, uma melhor compreensão da vida e a própria luta
pela existência farão desaparecer lentamente da face da Terra.
E o que é verdade é que esse divino
conceito de igualdade fixa-se cada dia melhor na mente
dos homens, desaparecendo e apagando-se gradualmente a desigualdade porventura
ainda existente entre os homens, porquanto eternas e perfeitamente justas só as
leis de Deus o são.
Essa desigualdade desaparecerá
inteiramente quando o orgulho e o egoísmo, que são os maiores males da
Humanidade, deixarem de predominar, cedendo lugar à humildade e ao amor ao
próximo.
Os que, na ignorância das coisas
espirituais e da lei de causa e efeito, ousam abusar da sua posição ou da sua
autoridade, para oprimir os fracos e os humildes, são criminosos que sofrerão,
a, seu turno, o jugo da opressão.
Terão de renascer numa existência em
que provarão tudo que tiverem feito de mal aos outros. Com efeito, sofreremos
todos nesta e nas futuras existências na mesma medida do mal e da opressão que causarmos aos aos nossos
semelhantes.
Mas, a compreensão dessa igualdade
somente se
tornará mais clara quando os homens sentirem em seus corações o verdadeiro amor
cristão e praticarem os velhos e sublimes ensinamentos de Jesus-Cristo, divino
Mestre e Senhor nosso.
Até então poderemos ver inúmeras
tentativas para desvirtuar o sagrado conceito da igualdade natural.
Virá um dia; porém, em que os membros
da grande família humana se reconhecerão como irmãos e ninguém se considerará
nobre e de sangue puro. Só o Espírito é mais ou menos puro e isso não depende
da posição social.
por Djalma Farias
Reformador (FEB) Novembro 1948
Nenhum comentário:
Postar um comentário