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Simplicidade
por José Brígido (Indalício Mendes)
Reformador (FEB)
Dezembro 1946
Procuramos sempre a felicidade onde
ela não se encontra. Um século de saturação materialista foi suficiente para
desgraçar o homem. Hoje, sentimo-nos até envergonhados quando nos convidam a
olhar o Sol que desponta, lindo, soberbo, vivificante, espargindo luz e calor
sobre todos os homens, sobre todas as nações, indiferente ao credo político e
religioso de cada um, às raças que se agridem, aos povos que se hostilizam. O
homem, dotado de inteligência e livre-arbítrio, persiste em quebrar a harmonia
universal. Afasta-se do ritmo normal que a Natureza dá a tudo que é seu e se
afoga no sangue de inocentes, reclama cabeças em nome de estranha justiça,
destrói lares, calcina cidades inteiras, levando a morte, o luto, a dor e a
miséria a todos os recantos do planeta! No entanto, “são as mesmas as qualidades que fazem o bom senhor e o bom servo, o bom
chefe ou o bom soldado. Um como outro é, antes de
mais nada, um homem, e sabe o que esta palavra implica. Quem não sabe isso não
sabe coisa alguma em parte alguma, e quem o sente é, em toda parte, o igual de
todos. Eis o que chamo a simplicidade do coração, donde nasce a simplicidade da
vida, dos gostos, dos costumes. Esta simplicidade é ao mesmo tempo a mais alta
dignidade, a mais autêntica
nobreza, a maior das forças. O homem simples não procura elevar-se com se
arrancar da sua camada, com singularizar-se, escapando à lei comum. Ele bem
sabe que a força nos vem pelas raízes. Conserva-se sempre em contato com o
robusto sulco popular de que saímos, com a vida normal e estreme de
complicações."
(C. Wagner)
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