Remendo Novo
em Pano Velho
9,14 Então, os discípulos de João, dirigindo-se a
Ele, perguntaram: - Por que jejuamos nós e os fariseus e os teus discípulos
não?
9,15 Jesus respondeu: “ - Podem os amigos do
esposo afligir-se enquanto o esposo está com eles? Dias virão em que lhes será
tirado o esposo. Então, eles jejuarão.
9,16 Ninguém põe remendo de pano novo em
vestido velho porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior.
9,17 Não
se coloca, tampouco, vinho novo em odres velhos, do contrário, os odres se
rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo
em odres novos e assim, tanto um como outro se conservam.”
Para Mt (9,16)
-Remendo novo em pano
velho, tomemos “Palavras de Vida Eterna”, de Emmanuel por
Chico Xavier, com os seguintes comentários:
“Não conserves lembranças amargas.
Viste o sonho desfeito. Escutaste a resposta de fel. Suportaste a deserção dos
que mais amas. Fracassaste no empreendimento. Colheste abandono. Padeceste
desilusão. Entretanto, recomeçar é bênção na Lei de Deus. A possibilidade da
espiga ressurge na sementeira. A água, feita vapor, regressa da nuvem para a
riqueza da fonte. Torna o calor da primavera, na primavera seguinte. Inflama-se o horizonte, cada manhã,
com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia. De Janeiro a janeiro, renova-se
o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho. É como se tudo estivesse a dizer: “Se quiseres, podes recomeçar.”
Disse, porém, o
Divino Amigo que ninguém aproveita remendo novo em pano velho.
Desse modo,
desfaze-te do imprestável. Desvencilha-se do inútil. Esquece os enganos que te
assaltaram. Deita fora as aflições improfícuas.
Recomecemos, pois, qualquer esforço com
firmeza, lembrando-nos, todavia, de que tudo volta, menos a oportunidade
esquecida, que será sempre uma perda real.”
Para Mt (9,14-15)
-O Esposo
- leiamos a Sayão em “Elucidações Evangélicas”:
“Jesus
se denominava a si mesmo de “esposo”,
tomando esse termo às idéias, às tradições e aos costumes hebraicos, pela
consideração que era dispensada aos hebreus que se casavam. Sendo o chefe da
doutrina de salvação, que tivera a missão de revelar ao mundo; o chefe da
família cristã que viera a constituir, Ele era comparado ao mancebo puro, que
depõe a coroa nupcial, a fim de assumir o governo do lar que formou para si. Os
“filhos do esposo”, os “amigos do esposo” designavam seus
discípulos que, vivendo sob sua proteção, não precisavam jejuar, isto é, não
necessitavam das privações expiatórias, indispensáveis à reparação de faltas e
a se manterem fiéis aos ensinos que recebiam.”
Sobre essas
passagens Luiz Sérgio, por Irene
Pacheco Machado, em “Dois mundos tão Meus”, finaliza:
“Cristo é o
esposo; a esposa, a Humanidade; os amigos do esposo, os discípulos. E, ainda,
Jesus falou que não se põe remendo de pano novo em vestido velho, nem se deita
vinho novo em odres velhos. Por pano novo e vinho novo entende-se Sua doutrina,
que não deve ser sobreposta, como remendo, à antiga lei, nem deve ser infusa em
almas estragadas como as dos fariseus.”
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