Joana
D’ Arc
A Personalidade
de Joana D'Arc
O motivo que nos
leva a escrever sobre a Donzela de Orleans, não é o de pormenorizar a sua vida, cheia de heroísmo e estoicidade, porque se acha descrita de modo
magnífico na obra monumental de Léon Denis, que se intitula "Joana D'Arc Médium". Essa obra é toda apoiada em
documentos insofismáveis, da qual respigamos alguns dados para a elaboração
desta despretensiosa monografia.
Foi com vistas ao
período agudo por que passa a humanidade, pejada de sofrimentos e apreensões, que achamos de bom alvitre lembrar, aqui, a figura da grande
guerreira que foi Joana D'Arc.
Os seus feitos
nobilíssimos na expulsão dos ingleses da França, no século XV, foram decisivos
para a independência e liberdade desta grande e portentosa nação, graças ao
feliz desempenho da sua mediunidade.
Não é possível, a
quem quer que seja, recordar esta criatura, sem citar algumas das suas inúmeras
realizações alevantadoras.
É o que, com a
devida vênia, tentaremos fazer, embora resumidamente.
O que torna mais
admirável esta jovem extraordinária é a evidência das faculdades mediúnicas de que
era possuidora, quais sejam: as da visão, audição e premonição, às quais
obedecia sem discrepância.
Sem tais
faculdades, de per si ela nada teria realizado, tendo-se em vista a sua pouca
idade e a sua nenhuma cultura.
Joana D'Arc
nasceu em Domremy (França) em 1412. Era filha de pobres lavradores. Quando não
fiava a lã junto de sua mãe, apascentava o rebanho às margens do Vale do Mosa,
tendo, muitas vezes, ladeado seu pai no manejo da charrua.
Em uma moça como
quase todas de sua idade, sonhadora. Comprazia-se em contemplar o céu, à noite, quando pontilhado de estrelas; apreciava vaguear pelas frescas
campinas, pelas manhãs e, à tarde, sentar-se sob o carvalho anoso, fronteiriço
à sua casa, onde ouvia, embevecida, o tanger dos sinos da igreja de sua aldeia.
Joana frequentava
assiduamente essa igreja, onde orava com devoção.
Próximo à sua
casa havia um jardim, bem cuidado, onde igualmente costumava orar.
A sua primeira
visão, segundo Léon Denis, teve-a ela nesse local, quando se achava em prece.
Nessa visão,
aparece-lhe um espírito de grande formosura, cujo esplendor deslumbra-a. Em
seguida, é S. Miguel que lhe surge com urna corte de espíritos puros, que lhe
fala da situação angustiosa de seu país e lhe revela a missão que lhe estava
destinada de salvá-Ia.
A princípio,
Joana reluta, confessando sua incapacidade para tão alto desígnio, sendo
encorajada com a promessa de ajuda dos
bons espíritos que a guiariam nesse arrojado empreendimento.
As entidades que
mais frequentemente se comunicavam com ela, eram os espíritos boníssimos de
Sta. Catarina, Sta. Margarida e S. Miguel, assim designados por ela, em virtude
dos ensinamentos católicos, adquiridos naquela época em que o Catolicismo
Romano imperava quase absoluto.
É de se notar que
Joana jamais saiu de sua aldeia. Adorava seus pais, aos quais ajudava dedicadamente
nos seus misteres e nunca ia deitar-se sem antes depositar-lhes na fronte seu
ósculo filial.
Joana
aceita a Missão
Um dia, na sua
visão, reaparece-lhe S. Miguel que lhe diz: "Filha de Deus, tu conduzirás
o Delfim a Reims, a fim de que receba aí sua digna sagração". A essas
palavras Joana junta-lhes ação. Assim, antes do romper da aurora, em plena estação
hibernal, Joana se levanta da cama e, pé ante pé, sem fazer ruído para não
trair o sono de seus pais que a impediriam, por certo, de realizar seu intento
divino, faz uma mala de roupas, salta a janela de seu quarto e vai para onde
mandam suas vozes.
Quando sua fuga
se deu, para cumprimento dessa missão, contava Joana a idade de 17 anos.
Só, ignorante,
contando unicamente com o auxílio de seus espíritos, nos quais depositava toda
a fé, ela deixa a aldeia que muito amava e onde nascera, e que não veria mais.
Deixa ainda, o seu rebanho do qual nunca se tinha apartado e, conforme suas
vozes, segue em direção a Paris, passando, antes, por Vaoucoleres, onde põe seu
tio ao par do que lhe cumpria fazer por determinação do Alto.
Até então, sua
vida havia transcorrido entre o trabalho, que muito amava, e o repouso.
A
França no Século XV
Descrever a
situação trágica, horrível, da França no século XV, não é fácil.
Tão somente
lembraremos o leitor que, a luta contra a Inglaterra durava Já cem anos. Quanto
à nobreza da França, esta tinha sido aniquilada em quatro derrotas sucessivas.
Toda a França se achava dividida em partidos rivais, que se hostilizavam por
querelas de somenos.
A França já se
ressentia da sua insegurança. Ao seu Rei, então Carlos VII, falecia autoridade
para as necessárias providências, por ter sido deserdado pelo pai, Carlos
VI, que passou a coroa, num momento de demência[2], a Henrique da Inglaterra, o qual viu assim, com satisfação, que
não demora-ria a alargar-se seu Império.
Nessa situação
miserabilíssima, é que aparece em cena Joana D'Arc.
Na
prisão
Não foi fácil, a
Joana, convencer Carlos VII, "rei de Bourges", (assim chamado por
escárnio )
da sua alta missão de libertar a França.
Inúmeras provas
foram-lhe pedidas por esse rei orgíaco, indiferente à sorte da Nação, que se chafurdava, e com ele o seu reino, nos prazeres das bacanais.
A muito custo,
depois de satisfeita a corte e o Rei quanto às exigências de provas da sua
missão divina, à Joana foi entregue o comando de um poderoso exército,
com o qual deveria escrever a mais brilhante página da história militar do
mundo.
Quando Joana
surge na Iiça, Rouen capitula após encarniçadas batalhas, inimagináveis pelo
horror com que se verificaram ..
A população de
Paris, alquebrada pela fome e epidemias, achava-se nas mãos dos ingleses. Só Orleans, que mais tarde Joana libertaria, resistia com denodo.
Na França,
reinava o pânico, o terror, as misérias e os incêndios oriundos das devastações
da guerra.
Os campos,
abandonados; as cidades, evacuadas pelos seus habitantes que, acovardados pelas
constantes derrotas, buscavam no mato o abrigo que aquelas não lhes ofereciam.
Era esta, em
rápidas palavras, a situação que Joana defrontou não sem grande pavor. Da fidelidade
da sua missão ia depender o salvamento da França e do seu grande povo ao qual
muito amava.
Joana, graças às
suas faculdades mediúnicas, conseguiu entusiasmar esse povo desmoralizado, abatido pelos reveses anteriores, dando-lhes novas esperanças.
Todos os franceses
queriam combater ao seu lado, após inteirados do seu papel providencial.
Assim é que, com
Joana à frente de um grande exército, Orleans foi livrada do ceroo dos ingleses,
no domingueiro dia 8 de Maio de 1429, depois de terem suas fortificações sido
tomadas uma a uma.
(sic.) Cada
assalto era uma vitória.
Jargeau, Meung,
Beaugency, são retomadas pelo seu exército.
Em Patay, os ingleses
são batidos em campo raso e o Gal. Talbot, cognominado o "Aquiles da Inglaterra", que os comandava, cai prisioneiro. Seguem então,
as tropas vitoriosas, sob o comando de Joana, para Reins, onde Carlos VII é
sagrado Rei da França, cumprindo-se, assim, as palavras de S. Miguel, ditas à
Joana, numa de suas visões
Apesar de todos esses
triunfos, Joana não se deixa envaidecer. Continua sendo a mesma criatura de
Domremy: humilde, bondosa e caritativa.
Após todos os
sacrifícios por que passou nos campos de batalha, como se isso não bastasse,
começa para ela um novo ciclo de outros mais acerbos, quando a ingratidão e a
perfídia de alguns juízes se patenteiam de modo desumano e cruel.
Queremos nos
referir aos interrogatórios execráveis que se seguiram às suas lutas heroicas,
quando juízes mercenários, de conivência com os inimigos de sua Pátria, urdiram
para perdê-Ia.
Um número
superior a 60 juízes compõem o tribunal, sob a presidência do Bispo de Beauvais,
a quem os ingleses prometeram o arcebispado de Rouen se
desempenhasse seu papel conforme seus interesses. Soldados de má catadura
guardavam as portas desse iniquo tribunal.
Os juízes, porém,
nada conseguiam com as ciladas que armavam a Joana D'Arc nesses
interrogatórios, porque, esta, sempre amparada por suas vozes, respondia-lhes à
altura, confundindo-os muitas vezes, apesar da fadiga que lhe infligiam,
deixando-a longo tempo de pé.
Assim procediam
para desmoralizá-la no seio do seu povo, porque temiam-na quando pegava em armas. Julgavam-na possuída
de algum "encantamento".
Ansiavam seus
inimigos, livrar-se dela a todo custo, porque só assim, pensavam, poderiam
retomar a França. O clero não se sentia menos interessado na sua perda. Queria
que ela renegasse à sua missão. Para isso, usavam de meios os mais hediondos,
porque o clero sentia-se diminuído diante da superioridade dessa jovem que, com
apenas 19 anos, salvava a França sob o influxo divino que intimamente
reconhecia.
Em 1430, os Borgonheses
tentam contra Compiégne. Joana, diante
disso, decide libertar essa praça, mas cai prisioneira de seus inimigos, que a
vendem aos ingleses.
Carlos VII teve conhecimento de sua prisão, porém, nem sequer
tentou resgatá-Ia.
Segundo a obra já
referida, na prisão começa para Joana uma paixão de seis meses. Imaginem os leitores, a situação de uma moça de dezenove anos, posta sob a
guarda de soldados sem brios, sensualistas, estúpidos. Atribuiam-Ihe, eles, a
causa de seus reveses , por isso, cevavam nela o seu ódio.
Nesse cárcere,
acorrentada, indefesa, batiam-lhe, dirigiam-lhe desaforos e impropérios, tendo
Joana resistido sempre às contínuas tentativas de animalesco sensualismo.
Por isso não consentia ela em privar-se dos trajes masculinos, que lhe
permitiam segurança contra esses ignóbeis atentados.
Apesar de todos esses
sofrimentos, suportados com resignação inaudita, a sua fé em Deus e nas suas
vozes permaneceu inabalável.
Momentos houve em
que suas vozes a abandonaram, como que para sondar, no íntimo dessa criatura,
até onde ia sua fé no Criador, sua perseverança no desempenho da missão que lhe
fora confiada.
Joana é
conduzida ao suplicio
O dia 30 de Maio
de 1431, assinala o término da sua gloriosa missão na Terra. Nesse dia, os
sinos bimbalham o dobre fúnebre desde á 8 horas da manhã. É que anunciam a
morte de uma inocente criatura, cujo único crime fora ter amado e servido
fielmente à sua Pátria.
Diante de tanta
injustiça, de tantos sofrimentos, que iriam, dentro em breve, culminar numa
fogueira, Joana chora amargamente. Preferiria, ela própria o diz, ser
decapitada sete vezes, a morrer queimada.
Os monstros
conduzem-na numa carreta. Oitocentos soldados ingleses escoltam-na até ao local
do suplício. Grande multidão se comprime na praça onde Joana deveria receber o
gênero de morte destinado aos piores assassinos.
Na praça
Vieux-Marché, em Rouen, são erguidos três palanques, para serem ocupados pelos
altos dignitários. Entre eles achavam-se presentes o Cardeal de Wenchester, o
Bispo de Beauvais e o de Bolonha, e todos os juízes e capitães ingleses.
Entre os
palanques ergue-se um monte de lenha, de grande altura, dominando toda a praça.
A intenção dos verdugos era aumentar o sofrimento de Joana,
espetacularizando-Ihe a morte, a fim de que ela renegasse, pela dor, à sacrossanta missão e às suas vozes.
Nessa ocasião, é
lido um libelo acusatório, composto de 70 artigos, no qual transparece todo o
ódio, toda a calúnia dos seus inimigos.
Joana ora com
fervor, em voz alta, e pede, nessa prece, Q Deus, que lhe dê a coragem precisa
para suportar a prova final, sem queixumes, sem tergiversar.
Em seguida, implora o perdão divino aos seus
algozes, tal como fizera Jesus quando pregado ao madeiro.
Em dado momento,
suas palavras comovem aquela gente, em número superior a 10 mil pessoas, que soluçam ante os horrores daqueles momentos. Os próprios juízes,
sentindo o remorso morder-lhes a consciência, choram diante dessa cena.
A um aceno do
cardeal, Joana é amarrada ao poste fatídico, com fios de ferro.
A vítima
dirige-se, então, a uma pessoa que se achava perto e pede-lhe que vá buscar uma
cruz na igreja mais próxima. Ao ter o símbolo da dor entre as mãos, cobre-o de
beijos e lágrimas. É que nesse momento trágico, ela queria ter diante de seus
olhos a imagem do Crucificado, para inspirar-lhe a coragem de que carecia.
Naquele momento,
Joana reviveu todo o seu passado de glórias, cheio de gratas recordações, que
só pode acudir à mente das criaturas verdadeiramente puras, como ela, que ia,
daí a instantes, sacrificar sua vida pela verdade.
Queimada
Viva
Eis que o momento
azado chega. Ao monte de lenha que se ergue da praça, os carrascos lançam fogo. As labaredas começam a subir atingindo a vitima. Já lambem
suas carnes. O Bispo de Beanvais aproxima-se da fogueira e grita: "Joana!
Abjura!" ao que lhe responde: "Bispo, morro por vossa causa, apelo de
vosso julgamento para Deus!"
Quando o fogo começa a chamuscar seu corpo, Joana,
estorcendo-se nos ferros onde se achava presa, grita à multidão: "Sim,
minhas vozes vinham do Alto! Minhas vozes não me enganaram. Minhas revelações
eram de Deus. Tudo que fiz, fi-Io por ordem de Deus!"
Seu corpo arde-se todo. Eis q:ue novo grito abafado pelo
crepitar da fogueira, ecoa de dentro dela; era seu apelo ao mártir do GóIgota:
"JESUS".
Seu corpo fora
carbonizado nessa fogueira e reduzido a cinzas, as quais, depois foram lançadas
ao Sena.
Desta forma,
negaram-lhe seus inimigos uma sepultura onde pudessem seus admiradores ir pranteá-Ia!
Os ingleses
pensavam terem vencido com a morte de Joana, Mas, enganavam-se. Carlos VII
consegue reorganizar rapidamente suas tropas e ganhar as batalhas de Formigni e
Castillon, findando-se, assim, a guerra com o triunfo dos franceses.
Seus inimigos mataram-na tal como queriam, isto é, lentamente, com
requintes de crueldade.
Joana morreu para
os ingleses, para a Terra; porém, viveu para o céu. É' a recompensa divina.
Canonização
de Joana
Alguns anos mais
tarde, Joana é canonizada pela Igreja Romana, a mesma que a tinha acusado de
herética. A sua santificação foi mais por conveniência política, que por outro
motivo qualquer, porquanto Joana sempre inspirou à Igreja sentimento de
repulsão em virtude da sua mediunidade; e por isso, era tida, pelo clero, como
"feiticeira", por não querer obedecer-lhe negando a origem
extraterrena da sua missão.
O processo de
reabilitação de Joana, levado a efeito no século XV, marca a queda da Inquisição
na França. Eis o que os franceses devem, ainda, a Joana D'Arc.
*
A vida de Joana
D'Arc, verdadeiro martirológio, continuará sendo sempre a fonte inexaurível de
supremos consolos a todos os que sofrem neste vale de dor.
Mártir da
mediunidade, a sua fé em Deus, o seu amor a Jesus, cujo nome fora a sua derradeira palavra, reavivará a fé nos corações atribulados que a ela Se
voltarem.
*
Formosa flor de
Lorena! Donzela santa! Alma Iirial! Destas plagas sombrias e expiatórias, eu,
humilde rabiscador destas linhas, saúdo-te ó pastora -de Domremy, heroína de
OrIeans, mártir de Rouen!
Conclusão
Por que, dirão,
Joana teria sofrido tanto? A verdade é que, ninguém sofre se não pecou. Esta é
uma das leis divinas que cabia ao Espiritismo revelar aos homens,
mostrando-lhes que Deus não é um experimentador de almas, concedendo, a umas
privilégios, e a outras martírios.
A reencarnação,
ensinada pelo Cristo e sancionada pelo Espiritismo, veio patentear aos homens a misericórdia Divina. Assim é que se numa existência o homem vem
a falir, desarmonizando-se com as leis naturais estabelecidas por Deus, outra lhe
é facultada, para que ele possa resgatar (mais duramente em virtude da sua
reincidência no mal) o passado delituoso, e ascender, assim, a outros mundos
mais felizes, que Deus destinou a todas as suas criaturas. Deus não criou estes
mundos que gravitam no espaço imensurável, inutilmente. E o Cristo dissera que
"nenhuma ovelha do seu rebanho se perderá,", o que equivale dizer:
não existe o tão lendário inferno com a eternidade de suas penas.
O que existe, e
isto é muito justo, porque se concilia perfeitamente com a justiça de Deus, é a reparação de erros; em seguida, provação, para ficar evidenciado
se o pecador incorrerá ou não no mesmo erro ; após o que - redenção, uma vez triunfante
da prova.
Uma
encarnação passada de Joana, segundo um Espírito
H. de Campos,
chamado com justeza o repórter do Além, lançou um pouco de luz sobre a vida da
grande personagem de quem acima tratamos.
Das páginas de um
de seus livros post-mortem, depreende-se que Joana fora a reencarnação do espírito
de Judas Iscariotes.
Não deve causar estranheza
aos espíritas, a diferença de sexos dessas duas existências, porquanto, o sexo,
conforme nos ensina a Doutrina dos Espíritos, não é mais que um acidente na
vida humana, necessário à execução dos desígnios divinos.
O ter sido, Joana
D'Arc, a reencarnação do espírito de Judas Iscariotes, conforme revelação do espírito
citado, deve ser motivo de júbilo, principalmente para os espíritas, porque
isso vem demonstrar que o perdão de Jesus concedido a Judas, que o traiu, não
foi em vão.
Consoante a
concepção católica, Judas é um espírito errante, sem probabilidades de
remissão, cuja eterna existência ele arrastará penando.
Assim sendo,
perguntamos, de que valeu, então, ter Jesus perdoado a Judas? Felizmente assim não
é. O perdão de Jesus não foi inútil. Judas penitenciou-se, pedindo a Deus uma
nova existência, cheia de renúncia e de sofrimentos dolorosos, que se epilogou
numa fogueira, na pessoa de Joana D'arc.
Que o espírito de
Judas Iscariotes, emancipado aos olhos de Deus pelo seu martírio de Rouen, se compadeça dessas infelizes criaturas que, desconhecedoras da lei
reencarnacionista, e da misericórdia do Pai ainda queimam - "o Judas de
pano" - como desagravo à sua alta traição, ocorrida no passado remoto.
Não encerraremos
esta página sem antes louvarmos a ideia do nosso amigo e confrade, José Russo,
de dar ao Centro Espírita que fundou na cidade de Franca, o nome de "Judas
Iscariotes".
Esse Centro, que
traz no seu frontispício o nome de Judas Iscariotes, será, sempre, um protesto
permanente aos detratores de sua memória.
Demetri Abrão Nami
in “Páginas Espíritas’ (Ed. Alarico 1960)
publicado, pelo
autor, em formato de opúsculo, em 1949
[1] )
"Elle avait les cheveux noirs et le teint um peu hâlé .. ' Tous
s'accordent à Ia représenter "grande et trés belle" bien. composée de
rnembres et forte et cependant d'une rernarquable élégance ... "
(Lavisse).
[2] Tratado
de Troyes (1420).
Duas encarnações anteriores de Joana são como:
ResponderExcluirPopéia Sabina - Casada com o imperador romano Nero, presenciou e muito provavelmente participou das primeiras perseguições em grande escala aos cristãos após o incêndio de Roma em 64 d.C.
Olímpia - Mãe de Alexandre Magno e muito mística, planificou a execução do marido (Felipe II) e mandou executar a última esposa e filho de Felipe.
Realmente a história real supera com larga vantagem a mais criativa das fantasias.