01 Ana
Prado
e os Figner
e os Figner
in “O Trabalho dos Mortos (o livro do
João)” (FEB)
de Nogueira de Faria (FEB) 5ª Ed. 1990
Aos Corações
Amantíssimos de
Frederico Fígner e D. Ester Fígner
Com a homenagem da
minha profunda e respeitosa estima.
As Materializações de RAQUEL
Um depoimento
valioso
No dia 28 de Abril de 1921, chegou a
Belém o Sr. Eurípedes Prado, com sua
senhora (a médium) D. Ana Prado. Por
nos obsequiar e por amor à Doutrina, fizeram o sacrifício de deixar seus
filhinhos em Parintins e de empreender, num vapor incômodo, uma desagradável
viagem.
Na noite de 30 de Abril de 1921,
achando-nos a conversar em casa do maestro Bosio[1],
onde o Sr. Prado e sua senhora se haviam hospedado, essa última que, sentada
numa cadeira de balanço, tomava parte na conversação, em dado momento deixou de
falar, notando-se que adormecera. Supusemos fosse de fadiga, por haver dormido
mal as noites anteriores, acompanhando o marido que, doente, quase não dormia
..
Ao cabo, porém, de algum tempo,
começou, sem despertar, a mover os dedos da mão esquerda que descansava sobre o
braço da cadeira. Ficamos atentos. Daí a pouco, dirigindo-se a mim, disse:
- Não gosto de ver mamãe de preto.
Não assaltei a médium. Sentia-me bem, perto de mamãe, e, como a médium se desprendesse,
aproveitei para falar.
Passado algum tempo, a médium
estremeceu e, tapando os olhos com o lenço, se encaminhou maquinalmente para o quarto,
assistida por duas amigas que, lá chegando, a deitaram na cama.
Uma vez deitada, tornou a falar,
dizendo:
- Mamãe, não gosto de te ver de
preto. O luto não está na roupa, está no teu coração, na dor que está no teu coração.
Perguntando-se-lhe se era Raquel
quem falava, nada respondeu. Penso, entretanto, que foi ela, ou um dos meus
filhinhos desencarnados antes dela.
O maestro Bosio perguntou então qual
o irmão que estava presente. Logo, falando pela médium, o Espírito respondeu:
- Não tenham receio; ela está sob a
minha guarda..
O maestro Bosio inquiriu se era João[2]. A
resposta, dada imediatamente, foi:
- Sim, sou eu. Nossa irmã foi a
Parintins ver os filhinhos.
Continuando a falar, João disse
mais:
- Vamos todos trabalhar para que
amanhã o irmão Eurípedes esteja de pé e eu possa conduzir o meu trabalho.
Respondeu o maestro Bosio:
- Sim, vamos trabalhar: orar.
Ao Que João respondeu:
- Vocês, não; nós daqui.
Durante todo esse tempo o Espírito
da médium esteve em Parintins, visitando os filhos que lá deixara, conforme nos
declarara João. Disse este, por fim:
- Saiam todos, pois que ela deve
despertar cercada apenas das pessoas que para aqui a trouxeram. .
Em seguida, disse que no dia
imediato teríamos sessão, porquanto ele precisava provar ao Espírito
perturbador que não conseguiria impedir o fenômeno.
Todo esse tempo, o Sr. Eurípedes se
conservou deitado, no quarto ao lado, em palestra com alguns amigos.
Despertando, a médium narrou o que
vira durante o desprendimento do seu Espírito. Disse que, desprendido este,
vira o seu corpo sentado na cadeira. Todos os que se achavam de frente para a
porta da rua observaram que, em certo momento, essa porta se abrira e fechara
por si só, Frederico imediatamente correra à porta e, tendo-a aberto,
verificara que nas proximidades da casa não se encontrava pessoa alguma.
[1] Do Blog:
Para completa identificação do partícipes deste livro sugerimos sua aquisição
junto à Editora da FEB. Seu título: “O Trabalho dos Mortos” (O Livro do João)
por Nogueira Batista.
[2] Vide Nota
de Rodapé de nº 1
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