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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

01 Ana Prado e os Figner



01 Ana Prado 
e os Figner
inO Trabalho dos Mortos  (o livro do João)” (FEB)
 de Nogueira de Faria (FEB)  5ª Ed.  1990



Aos Corações Amantíssimos de
Frederico Fígner e D. Ester Fígner

Com a homenagem da minha profunda e respeitosa estima.



As Materializações de RAQUEL

Um depoimento valioso

            No dia 28 de Abril de 1921, chegou a Belém o Sr. Eurípedes Prado, com sua senhora (a médium) D. Ana Prado. Por nos obsequiar e por amor à Doutrina, fizeram o sacrifício de deixar seus filhinhos em Parintins e de empreender, num vapor incômodo, uma desagradável viagem.

            Na noite de 30 de Abril de 1921, achando-nos a conversar em casa do maestro Bosio[1], onde o Sr. Prado e sua senhora se haviam hospedado, essa última que, sentada numa cadeira de balanço, tomava parte na conversação, em dado momento deixou de falar, notando-se que adormecera. Supusemos fosse de fadiga, por haver dormido mal as noites anteriores, acompanhando o marido que, doente, quase não dormia ..

            Ao cabo, porém, de algum tempo, começou, sem despertar, a mover os dedos da mão esquerda que descansava sobre o braço da cadeira. Ficamos atentos. Daí a pouco, dirigindo-se a mim, disse:

            - Não gosto de ver mamãe de preto. Não assaltei a médium. Sentia-me bem, perto de mamãe, e, como a médium se desprendesse, aproveitei para falar.

            Passado algum tempo, a médium estremeceu e, tapando os olhos com o lenço, se encaminhou maquinalmente para o quarto, assistida por duas amigas que, lá chegando, a deitaram na cama.

            Uma vez deitada, tornou a falar, dizendo:

            - Mamãe, não gosto de te ver de preto. O luto não está na roupa, está no teu coração, na dor que está no teu coração.

            Perguntando-se-lhe se era Raquel quem falava, nada respondeu. Penso, entretanto, que foi ela, ou um dos meus filhinhos desencarnados antes dela.

            O maestro Bosio perguntou então qual o irmão que estava presente. Logo, falando pela médium, o Espírito respondeu:

            - Não tenham receio; ela está sob a minha guarda..

            O maestro Bosio inquiriu se era João[2]. A resposta, dada imediatamente, foi:

            - Sim, sou eu. Nossa irmã foi a Parintins ver os filhinhos.

            Continuando a falar, João disse mais:

            - Vamos todos trabalhar para que amanhã o irmão Eurípedes esteja de pé e eu possa conduzir o meu trabalho.

            Respondeu o maestro Bosio:

            - Sim, vamos trabalhar: orar.

            Ao Que João respondeu:

            - Vocês, não; nós daqui.

            Durante todo esse tempo o Espírito da médium esteve em Parintins, visitando os filhos que lá deixara, conforme nos declarara João. Disse este, por fim:

            - Saiam todos, pois que ela deve despertar cercada apenas das pessoas que para aqui a trouxeram.   .

            Em seguida, disse que no dia imediato teríamos sessão, porquanto ele precisava provar ao Espírito perturbador que não conseguiria impedir o fenômeno.

            Todo esse tempo, o Sr. Eurípedes se conservou deitado, no quarto ao lado, em palestra com alguns amigos.

            Despertando, a médium narrou o que vira durante o desprendimento do seu Espírito. Disse que, desprendido este, vira o seu corpo sentado na cadeira. Todos os que se achavam de frente para a porta da rua observaram que, em certo momento, essa porta se abrira e fechara por si só, Frederico imediatamente correra à porta e, tendo-a aberto, verificara que nas proximidades da casa não se encontrava pessoa alguma.  




[1] Do Blog: Para completa identificação do partícipes deste livro sugerimos sua aquisição junto à Editora da FEB. Seu título: “O Trabalho dos Mortos” (O Livro do João) por Nogueira Batista.
[2] Vide Nota de Rodapé de nº 1 


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