Exortações
aos Incrédulos
Allan
Kardec
Reformador
(FEB) Janeiro 1920
Incrédulos! Podeis rir dos
espíritos, motejar dos que acreditaram nas suas manifestações; ride então, se o
ousardes, deste preceito que eles vem ensinar, e que é a vossa própria salva guarda;
por que se a caridade desaparecesse da
terra, os homens se extinguiriam uns aos outros e então serieis vós talvez as
primeiras vítimas!
Não vem longe o tempo em que este
preceito, proclamado abertamente em nome dos espíritos, será um penhor de
segurança e um título de confiança em todos que o trouxerem gravado no coração.
Disse um espírito: “Motejou-se das
mesas girantes, mas não se motejará jamais da filosofia e da e da moral que
delas decorrem.”
Estamos hoje longe, com efeito, passados
apenas poucos anos, dos primeiros fenômenos que serviram por um momento de distração
aos curiosos e aos desocupados. Essa
moral, dizeis vós, é antiquada. “Os Espíritos deveriam ter bastante espírito
para nos dar um coisa nova.” (frase espirituosa de mais um crítico). Tanto
melhor! Se ela é antiquada, isso prova que é de todos os tempos, e os homens
são por isso mais culpados não a tendo praticado, pois não há realmente
verdades senão as que são eternas.
O Espiritismo vem recorda-la, não por
uma revelação isolada feita a um só homem, mas pela voz dos próprios espíritos
que, semelhantes a trombeta do juízo final, vêm clamar: Acreditai que aqueles
que chamais mortos estão mais vivos do que vós, por que vêm o que
não vês, e ouvem o que não ouvis. Naqueles que agora vos vêm falar podereis
reconhecer vossos parentes, vossos amigos, todos quantos amastes na Terra e que
julgáveis irremissivelmente perdidos. Infelizes daqueles que acreditam que tudo
se acaba com o corpo, pois serão cruelmente desiludidos! Infelizes daqueles que
tiverem faltado à caridade, porque sofrerão o mesmo que fizeram sofrer aos
outros! Escutai a voz dos que padecem e que vos vêm dizer: Sofremos por haver
desconhecido o poder de Deus e duvidado da sua misericórdia infinita; sofremos
por causa de nosso orgulho, de nosso egoísmo e avareza, e de todas as más
paixões que não soubemos reprimir, sofremos em razão de todo o mal que fizemos
aos nossos semelhantes, pelo esquecimento da Lei de caridade.”
Incrédulos! Dizei se uma doutrina
que ensina semelhantes coisas é irrisória, se é boa ou má! Encarando-a
unicamente sob o ponto de vista da ordem social, dizei se os homens que a
praticassem seriam felizes ou desgraçados, melhores ou piores.
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